Reino da Natureza
Reino da Natureza mais conhecido como Sylvari, suas cidades principais são:
Arvoredo Verde – A capital, onde árvores gigantescas servem como moradia.
Florífera – Uma cidade conhecida por seus jardins de flores encantadas.
Ramoalto – Uma cidade construída nas copas das árvores, protegida pela natureza.
Sementria – Conhecida por seus cultivadores e curandeiros de plantas medicinais.
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O amanhecer era suave no Reino da Natureza, como se cada raio de sol fosse pincelado com delicadeza sobre as copas das árvores. A luz matinal, ainda tênue, filtrava-se entre as folhas, projetando desenhos misteriosos pelo chão, enquanto o sussurro da brisa trazia uma quietude quase profética. O reino pulsava em harmonia, como se a própria floresta estivesse consciente de algo iminente.
Seokjin Sylvanis sentava-se à beira do lago sagrado, observando a superfície cristalina que espelhava sua imagem. Seu reflexo, no entanto, parecia mais introspectivo, como se escondesse algo por trás dos olhos profundos, uma tensão que nem ele sabia nomear. Era estranho como o silêncio do lago, que sempre lhe parecera acolhedor, hoje carregava um peso quase insondável, um presságio inominável.
Ele tocou a água, criando pequenas ondas que distorciam seu reflexo. Observava os círculos concêntricos se afastarem, até desaparecerem nas margens. A calmaria que se seguiu parecia anunciar a chegada de algo. Ou alguém.
De repente, um ruído suave e ritmado cortou o ar, e Seokjin ergueu os olhos para o céu. De entre as sombras das árvores, uma figura negra se aproximava – uma coruja, mas não uma coruja comum. As penas negras da criatura tinham um brilho peculiar, um reflexo púrpura que parecia absorver a luz ao seu redor. Seus olhos eram duas esferas incandescentes, como brasas que carregavam segredos antigos e, talvez, perigosos.
A coruja pousou em um galho baixo, suas garras afiadas cravando-se na madeira com uma precisão sobrenatural. Seokjin sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha ao fitar a ave, e embora tivesse visto inúmeras criaturas em seu reino, aquela presença era diferente, poderosa, quase onírica.
Então, com um movimento fluido, a coruja negra abriu as asas e se transformou. Diante dele estava uma mulher, de cabelos escuros e olhos que brilhavam com a mesma intensidade predatória da ave. Vestia-se de um negro denso como a meia-noite, uma capa que parecia feita de sombras, e o ambiente ao redor pareceu encolher-se ante sua presença.
– Seokjin Sylvanis – ela disse, e sua voz soou como um eco, uma melodia sombria que se entrelaçava ao som do vento e ao farfalhar das folhas. Havia poder em cada sílaba, um poder antigo que parecia pertencer tanto à floresta quanto às sombras que nela se escondiam.
– Você... quem é? – Ele perguntou, lutando para manter a voz firme, mas seus olhos traíam o fascínio e o temor que sentia. A figura diante dele era etérea e, ao mesmo tempo, aterradoramente real, como se fosse uma sombra viva.
Ela sorriu com um enigma nos lábios.
– Eu sou Selena, do Reino das Sombras. – Suas palavras eram suaves, mas carregavam um peso incomensurável, um fardo que ela parecia carregar sem esforço. – Venho até você em nome dos elementos, das forças que governam este mundo.
Antes que ele pudesse responder, ela retirou de sua capa negra um pergaminho antigo, amarelado pelo tempo e com inscrições quase apagadas nas bordas. Ela estendeu o pergaminho em sua direção, e ele o aceitou com mãos trêmulas, sentindo o peso não apenas do papel, mas de algo mais profundo, algo ancestral.
– Este é o chamado, Seokjin. Um chamado para restaurar o equilíbrio. – Sua voz era firme, e em seus olhos havia uma centelha de severidade e compaixão. – É chegada a hora de cumprir sua parte na profecia, de trilhar o caminho que lhe foi reservado.
Ele desenrolou o pergaminho, lendo as palavras que se desenhavam como uma promessa sombria:
"Os sete reinos vivem à beira do abismo, e a harmonia está prestes a se quebrar. Os Escolhidos devem unir-se, restaurar o equilíbrio e impedir que o caos consuma tudo o que é sagrado."
Ao terminar a leitura, sentiu como se o mundo ao seu redor houvesse mudado. O lago parecia mais profundo, as árvores mais altas, e ele, infinitamente menor diante do destino que se aproximava.
– Eu... eu nunca imaginei... – Ele sussurrou, sua voz entrecortada pela confusão e pelo medo. – Eu não sei se estou pronto para isso.
Selena inclinou-se, e pela primeira vez seu olhar parecia suavizar, como se visse não apenas o jovem diante de si, mas o futuro que ele precisaria enfrentar.
– Ninguém jamais está realmente pronto para carregar o destino de um reino – disse ela, sua voz como um lamento distante. – Mas você é um Sylvanis, e os Sylvanis são parte da própria natureza. A floresta vive em você, e o equilíbrio se manifestará em seus passos, mesmo que você não compreenda agora.
Ela tocou levemente o rosto dele, seus dedos frios como a penumbra da noite. Depois, como em uma dança etérea, ela se afastou, sua forma começando a desvanecer-se. Quando ele piscou, ela já não estava lá. Em seu lugar, apenas a coruja negra que, com um último olhar para Seokjin, voou silenciosamente em direção à escuridão entre as árvores, levando consigo um fragmento de sombra.
Ele ficou parado por longos instantes, absorvendo as palavras, o toque gelado e o peso do pergaminho em suas mãos. A sensação de abandono o atingiu, como se uma parte de si estivesse sendo levada, como se estivesse para sempre conectado a algo maior, algo que o chamava, independentemente de sua vontade.
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Mais tarde, quando retornou à pequena cabana que compartilhava com os pais, o ambiente parecia diferente. Seus pais, sempre tão acolhedores, tinham agora um olhar de tristeza nos olhos, como se já soubessem o que ele teria de fazer.
Sua mãe aproximou-se, seu rosto iluminado pelo brilho das velas, e envolveu-o em um abraço que carregava toda a força de suas raízes, toda a sabedoria que ela não podia expressar em palavras.
– Vá com o coração firme, meu filho – murmurou ela, sua voz embargada mas resoluta. – A floresta sempre estará com você. E, se a saudade apertar, lembre-se: cada folha ao vento, cada som na natureza, será como nossa voz ao seu lado.
Ele assentiu, contendo as lágrimas, e sentiu que algo em si se transformava, como se estivesse pronto, ainda que com medo, a atender ao chamado.
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Quando a manhã chegou, com o pergaminho guardado perto do coração, ele partiu. A floresta parecia um gigante adormecido, estendendo-se ao redor e acima dele, testemunhando sua jornada.
E enquanto Seokjin desaparecia entre as árvores, sabia que carregava mais do que o peso de uma missão; levava consigo o fardo de um mundo inteiro, gravado em seu coração, em sua alma.
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A Jornada Dos Escolhidos
FanfictionSete reinos elementares foram divididos por milênios após uma antiga guerra. Agora, para restaurar a harmonia entre as espécies e elementos, um grupo de jovens de cada reino faz parte de uma profecia, que diz que eles devem embarca em uma jornada de...