Capítulo 4

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Harry sentiu o peso de suas emoções começando a se dissipar lentamente, mas algo dentro dele ainda estava em alerta. As vozes no jardim não eram comuns, e o encontro misterioso o deixara mais curioso do que perturbado.

Ele se inclinou para trás na poltrona e abriu os olhos novamente, observando as sombras dançando ao ritmo das chamas. O ar quente da lareira contrastava com a brisa fria que entrava pela janela entreaberta, criando uma sensação mista de conforto e inquietação.

"Há algo mais nisso," ele murmurou para si mesmo, tentando organizar seus pensamentos. O encontro no jardim não parecia ser uma coincidência, e as palavras ditas — embora distantes e misteriosas — carregavam um significado que escapava à sua compreensão no momento.

De repente, ele se lembrou de Elliot, sempre leal e perspicaz, que o havia acompanhado de volta ao castelo. Talvez compartilhar suas dúvidas pudesse ajudá-lo a ver a situação com mais clareza. Levantou-se da poltrona com um novo ímpeto e dirigiu-se à porta, determinado a buscar respostas — ou pelo menos compartilhar o que havia experimentado com alguém de confiança.

Harry sabia que a noite ainda reservava algo além do que os olhos podiam ver.

Harry hesitou por um momento à porta. Estava prestes a chamar Elliot, mas algo dentro dele o deteve. Talvez não fosse o momento certo para envolver o amigo. Ele precisava refletir sozinho antes de compartilhar o que sentia.

Voltando aos corredores silenciosos, Harry seguiu seu instinto, decidido a explorar mais do castelo. Algo o atraía para uma direção que ele não costumava percorrer, como se o próprio edifício o estivesse guiando. Os corredores familiares começaram a dar lugar a alas mais antigas, menos iluminadas, onde o tempo parecia ter desacelerado.

As tapeçarias nas paredes eram de uma época diferente, retratando cenas de batalhas e figuras enigmáticas que Harry não reconhecia. Uma sensação de déjà vu o tomou enquanto ele passava por uma porta que sempre permanecia fechada, mas que agora estava entreaberta, como se estivesse esperando por ele.

Ele hesitou por um momento, mas a curiosidade foi mais forte. Quando entrou, o ar do ambiente era denso e frio, carregado de histórias que haviam sido esquecidas. A lua iluminava suavemente o chão de pedra através de uma janela alta, revelando um aposento que ele nunca vira antes, embora já tivesse passado inúmeras vezes por aquela ala.

No centro da sala, uma mesa coberta por uma fina camada de poeira. Sobre ela, um único objeto: um livro antigo, com uma capa de couro desgastada e gravuras estranhas. Aproximando-se, Harry sentiu uma vibração no ar, como se o tempo tivesse parado por um instante.

Ele estendeu a mão para tocar o livro, mas, antes que seus dedos o alcançassem, sentiu uma mão firme em seu ombro. Virando-se rapidamente, ele se deparou com Cassius, que estava parado na entrada, sua expressão ligeiramente alarmada.

— Harry, o que você está fazendo aqui?" Cassius perguntou, com um tom que misturava preocupação e leveza. — Esse lugar não é seguro.

— Eu só queria dar uma olhada — Harry respondeu, tentando esconder a excitação em sua voz. — Olha esse livro, parece incrível!

Cassius deu um passo à frente, sorrindo com um toque de sarcasmo. — Incrível? Ou perigoso? Vamos, eu não quero que você acabe como um personagem de um conto de fadas que não termina bem.

Harry revirou os olhos, mas não pôde deixar de sorrir.

— Você realmente acredita que algo assim poderia acontecer?

— Com certeza. Olha, vamos sair daqui antes que o castelo decida fazer alguma coisa maluca. Cassius disse, puxando suavemente Harry pelo braço.

— Espere, só mais um segundo! Harry protestou, mas Cassius já estava o guiando para fora da sala.

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⏰ Última atualização: Oct 22 ⏰

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