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Já se passam das duas da manhã e eu estou acordada com Dylan, falando sobre tudo que aconteceu durante esses anos.
Dylan me contou que sua família deixou de frequentar o castelo por respeito à minha mãe e a nós. Queriam nos deixar livres de toda a burocracia de realeza, onde todos nós iríamos nos reunir toda temporada para presenciar diversas coroações. Seria bem triste ver todos os reinos ganhando novos representantes e o nosso, parado! No mesmo lugar.
Quando eu disse para Dylan que nosso castelo estava sem vida, ele quase não acreditou, disse que isso seria impossível, por conta de nosso jardim. Aquele lugar era o centro das atenções, mas se tornou o lugar mais sombrio do reino.
Para mim, é totalmente difícil ter que relembrar aquela noite, mas, por hoje, foi necessário eu voltar ao passado para contar ao meu grande amigo tudo que eu presenciei e passei naquela maldita noite.
-Então quer que eu lhe ajude a descobrir quem matou seu pai? - Dylan solta o pedaço da torta de maçã sobre a mesa. - Não acha meio arriscado? Seu pai morreu há anos, devemos esquecer disso.
- Para você é fácil falar isso, mas para mim é doloroso, eu preciso saber quem tirou meu pai de mim, Dylan. - encaro seu rosto frio - Você não tem noção do que é dormir sem o beijo de boa noite do seu pai ou até mesmo das histórias fofas que ele contava. - deixo uma lágrima escapar. - É doloroso.
-Dylan_ Desculpa, baixinha, eu não queria dizer ou insinuar que você não deveria descobrir o verdadeiro assassino. Mas se coloque em meu lugar, se descobrirem que você está tentando desvendar a morte de seu pai, a pessoa que o matou não irá lhe poupar do sofrimento, com certeza irá querer lhe fazer mal.
- Entendo o seu ponto de vista e respeito-o , mas eu quero e devo descobrir quem matou papai, queira você ajudar ou não! - determino.
- Dylan_ eu só queria uma temporada de paz e sossego. - resmunga - eu vou ajudar você, mas com uma condição.
- Qual?
-Dylan_ que você jure para mim que não vai se arriscar e vai deixar por minha conta tudo isso? Deixa comigo, baixinha, eu irei achá-lo para você.
-Tudo bem, eu prometo. - sorriu. - Obrigado por me ajudar.
-Dylan_ Baixinha, eu ainda amo você.
- Eu também amo você, Dylan Scott.
-Dylan_ agora vá para sua cama, antes que sua mãe venha atrás de nós e ache que estamos fazendo algo de errado.
-Estou indo. - aviso - até amanhã, Dy.
-Dylan_ até baixinha.
Me levanto da cadeira, caminhando em passos largos até a escadaria, subo-a depressa até estar totalmente no segundo andar, vago pelos corredores escuros e entro na grande porta branca. Meu quarto.
Fecho a porta atrás de mim e caminho até minha penteadeira, retiro todas as joias que ainda tinham em meu corpo. As guardo em meu porta-joias. Em passos decorrentes, caminho até meu closet, retiro meu grande vestido rosa claro e coloco um camisolão branco de cetim. Escolha de mamãe.
Já deitada em minha cama, tento não pensar em Dylan, missão quase impossível. Será mesmo que ele irá me ajudar? Ou talvez ele esteja certo, não devo me arriscar e deixar isso de lado?
Deixa de ser frouxa, Emma.
Eu vou descobrir quem matou o papai, e juro que irei vingar sua morte, nem que eu faça a pessoa sofrer cada dia de sua vida na terra.
Fecho os olhos, respirando fundo, na esperança de dormir tranquilamente, mas, como um traidor, meus pensamentos me trairam, me levando diretamente aos olhos de Liam naquela mesa de jantar.
Seus olhares quentes e intimidadores em minha direção. Sinto que ele quer me dizer algo, porém sua mente ou alguém? O impede disso.
Pela tarde de hoje, Dominic veio até mim, perguntou se eu estava bem, eu disse que sim, mas sabia que meu irmão não queria só isso, ele talvez quisesse me pedir desculpas, mas seu orgulho é tão grande que o impede de fazer isso. Sinto que dessa vez quem deve pedir desculpas a ele sou eu.
-Dominic, meu irmão, eu queria que as coisas fossem fáceis para nós dois. Mas, como dois pobres inocentes, a vida não nos poupa das maldades do destino.
Ouço a porta se abrir, com o susto que tomo, pulo da cama, ficando de pé, observo atentamente quem se passaria por aquela porta, até que finalmente Katharina passa por ela.
-Katharina_ anda falando sozinha?
- Escutou minhas reclamações e veio fuxicar?
-Katharina_ mas respeito, mocinha. - sorri - devo admitir que essa camisola é horrível.
- Por que talvez, mamãe, tenha comprado para mim?
-Katharina_ péssimo gosto sua mãe tem.
-Devo concordar com você. - A admito.
-Katharina_ o que faz ainda acordada?
- Estava conversando com o Dylan. - assumo. Nela eu posso confiar.
-Katharina_ gostou de vê-lo?
-Sinceramente? Sim! Eu amei, estava com tanta saudade dele, Ka.
-Katharina_ imagino meu amor. - me encara - por que não se casa com ele?
- Sabe que somos totalmente diferentes, e eu não o vejo dessa forma, por mais sexy, bonito e atraente que ele seja.
-Katharina_ acha ele isso tudo e não quer dar a ele uma chance?
- Já disse, Ka, ele é só um amigo. Aliás, é normal eu achar ele bonito. - me sento na cama.
-Katharina_ se você tem tanta convicção disso, pequena, irei acreditar! - sorri largamente - mas eu ainda acho que deveria dar uma chance a ele.
- Não diga bobagens.
-Katharina_ ok, então pequena. - Vem até mim e deposita um beijo em minha cabeça - durma com Deus e ao amanhecer nós falamos.
-Dorme com Deus também, Ka. - sorriu largamente para a mais velha, que saiu do meu quarto fechando a porta.
Dessa vez, fecho os olhos fortemente e tento contar os carneirinhos para que o sono venha depressa. Talvez só dessa forma o sono venha com força.
