O carro roncava na estrada deserta, um eco de metal e borracha contra o asfalto desgastado. Kevin dirigia, a expressão no rosto uma mistura de excitação e apreensão. Ele olhou para os outros adolescentes no banco de trás: Natasha, com seu cabelo desgrenhado balançando ao vento, Nathan, que tentava adormecer, Cole, com um olhar distante, e Alice, que folheava um livro de biologia, ignorando o clima pesado que envolvia a viagem.
"Estamos quase lá," Kevin anunciou, tentando soar otimista. Mas a verdade era que a pequena cidade de West Forest parecia mais um cenário de filme de terror do que um local para uma pesquisa acadêmica. As árvores ao redor eram altas e angulosas, suas folhas parecendo sussurrar segredos obscuros.
"Eu não gosto desse lugar," disse Natasha, olhando pela janela. "Parece que estamos sendo observados." Ela se afastou da janela, como se o próprio ato de olhar pudesse atrair algo maligno para perto.
"É só uma cidade pequena," Cole respondeu, desdenhando. "Nada de mais. Vamos nos concentrar na pesquisa e voltar logo para casa." Ele estava ansioso para provar que a viagem valia a pena, mas a tensão no ar era palpável. O silêncio entre eles só aumentava a inquietação.
Quando finalmente chegaram à mansão, o sol já estava se pondo, lançando uma luz fraca sobre a estrutura gótica que se ergia diante deles. A mansão parecia engolir a luz, sombras dançando nas janelas quebradas, como se a própria casa estivesse viva. Kevin estacionou e todos saíram do carro, o som de suas botas contra o cascalho ecoando como um chamado sombrio.
"Isso é... diferente," Nathan murmurou, olhando para a entrada da mansão. As portas de madeira estavam entreabertas, rangendo como se estivessem se queixando de serem abertas após anos de abandono. O cheiro de mofo e podridão permeava o ar, uma promessa de segredos enterrados.
"Vamos, não temos tempo a perder," Kevin insistiu, tentando ignorar o desconforto que se formava em seu estômago. Era apenas uma mansão velha, nada que um pouco de pesquisa não pudesse resolver. Eles entraram, as sombras os engolindo imediatamente.
Dentro, a mansão estava em estado de abandono. Móveis cobertos de poeira e teias de aranha, paredes manchadas e descascadas, e um silêncio mortal. O único som era o eco de seus próprios passos. Alice se aproximou de uma mesa empoeirada, examinando os objetos que uma vez pertenciam a uma família que agora parecia esquecida.
"Olhem isso," disse ela, segurando um caderno antigo. As páginas estavam amareladas, cheias de anotações sobre a história da mansão e da cidade. "Parece que esta casa tem um passado muito sombrio."
Kevin se aproximou, olhando sobre o ombro dela. "O que diz?"
"É sobre um culto que se reunia aqui. Diz que rituais estranhos eram realizados, e que muitas pessoas desapareceram na floresta ao redor," Alice leu em voz alta, sua voz tremendo. Cada palavra parecia disparar um alarme dentro deles.
"Isso é só uma história," Nathan disse, tentando manter o espírito leve. "Vamos focar na biologia, certo? Não precisamos nos preocupar com fantasmas."
Mas Natasha não estava convencida. "Vocês alugaram essa espelunca? E se houver algo ou alguém aqui?" Sua voz subiu de tom, o medo evidente.
"Então vamos descobrir," Kevin respondeu, um sorriso nervoso se espalhando pelo rosto. Ele estava determinado a não deixar que o medo os dominasse. "Vamos dividir e explorar. Precisamos de dados para a pesquisa. Vai ser maneiro, vamos explorar essa mansão com cheiro de bicho podre enquanto recolhemos informações para o nosso trabalho" Com isso, ele se afastou, levando Nathan e Cole com ele, enquanto Natasha e Alice ficaram para trás, analisando o caderno.
Conforme a noite se aproximava, a atmosfera na mansão se tornava cada vez mais opressiva. As sombras se alongavam, parecendo se contorcer e se mover a cada estalo da casa. Natasha e Alice, explorando um corredor empoeirado, se depararam com um quadro embaçado na parede. A imagem mostrava uma cerimônia, pessoas em trajes estranhos, com expressões sombrias, os rostos distorcidos pela dor e pelo desespero.
"Isso é... perturbador," Natasha sussurrou, o sangue em suas veias parecendo gelar. "O que aconteceu com essas pessoas?"
"Talvez nunca devêssemos ter vindo aqui," Alice admitiu, seu olhar fixo na imagem. "Esse lugar tem uma energia estranha."
Alice sentou em uma bancada, olhando fixamente para os olhos de Natasha, pondo as mãos por dentro do vestido, na região dos seios e tirando um maço de cigarros.
"Você estava com isso o tempo todo? Porquê não me ofereceu?" Reclamou Natasha, pegando um isqueiro e roubando um cigarro dela, acendendo e fumando juntas.
"Os meninos estão com a bebida, não queríamos deixar essa viagem um tédio, pelo menos se encontrássemos algum espírito maligno ou algo assim seria mais divertido." Alice sorriu enquanto tragou o cigarro, mordendo os lábios enquanto passava a mão em suas pernas, parecia nervosa mesmo com um tom cômico.
"Bom, se encontrarmos algum espírito, eu deixo ele comer seu rabo enquanto eu fujo." Natasha gargalhou, dando um beijo na bochecha de Alice e voltando a vasculhar o lugar.
De repente, um barulho ecoou da cozinha. Um som de vidro quebrando, seguido por um sussurro distante que parecia chamar seus nomes. O coração de Natasha disparou. "Você ouviu isso?"
Alice assentiu, a expressão de medo tomando conta de seu rosto. "Precisamos encontrar os meninos."
Elas correram pelo corredor, mas o ambiente parecia mudar ao seu redor. As paredes pareciam se fechar, a escuridão se aprofundando. Quando chegaram à cozinha, encontraram Nathan e Cole, mas Kevin estava faltando.
"Cadê o Kevin?" Natasha perguntou, a voz tremendo.
"Ele estava aqui há pouco," Nathan respondeu, a preocupação evidente em seu tom. "Ele saiu para explorar o porão. Disse que ia ver o que havia lá embaixo."
"Por que ele faria isso?" Alice perguntou, a ansiedade crescendo. "Precisamos encontrá-lo!"
Sem hesitar, o grupo se dirigiu ao porão. As escadas rangiam sob seus pés, cada passo ecoando como um aviso sombrio. Ao chegarem ao fundo, uma sensação de frio os envolveu. A escuridão era quase palpável, e o ar estava impregnado de um cheiro metálico, como se algo terrível tivesse acontecido ali.
"Kevin!" eles chamaram em uníssono, a voz ressoando nas paredes frias. Mas a única resposta foi o eco de suas próprias palavras.
Natasha olhou ao redor, o medo crescendo em seu peito. "Precisamos sair daqui," ela disse, a voz quase em um sussurro.
Mas antes que pudessem se mover, a porta do porão se fechou com um estrondo, o som reverberando como um trovão, e eles estavam presos. As sombras começaram a se agitar, e um sussurro familiar percorreu o ar, chamando-os, uma voz que parecia vir de todos os lugares e de lugar nenhum.
"Bem-vindos ao inferno," a voz soou, profunda e cheia de malevolência, enquanto a escuridão se aprofundava ao redor deles, e o terror os envolvia como um manto. O que quer que estivesse à espreita nas sombras estava se aproximando, e eles não tinham ideia do que estava prestes a acontecer.
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Pursued By Hell: Perseguidos Pelo Inferno
HorrorUm grupo de amigos biólogos universitários decide passar um final de semana em uma remota cidade chamada West Forest, atraídos pela promessa de explorar a natureza exuberante e as peculiaridades locais. Ao se hospedarem em uma mansão antiga e suspei...