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Clarice evitou o máximo que podia Noah, a não ser quando ele a chamava para algo relacionado ao trabalho. Ela não sabia nem como tratá-lo depois da conversa com Lorelay, e, depois de tal acontecimento, toda a raiva que sentiu na primeira vez que entrou em contato com ela se dissipou quando viu que se tratava de uma mulher com medo de perder seu amor e totalmente insegura. De alguma maneira, queria poder tranquilizar aquela mulher bonita e grandona, que parecia ser apenas uma impressão dela, mas agora, pensando em todas as vezes que Noah agiu estranho... Não tinha certeza se era realmente apenas uma impressão. A única solução para o problema seria pedir demissão, mas ela precisava daquele emprego mais do que qualquer outra coisa. Se ela fosse mais profissional e fria, será que teria evitado que Noah sentisse algo por ela?

Quando estava arrumando suas coisas para ir embora, viu a porta da sala ser empurrada suavemente e então Noah entrou. Ele olhava fixamente para ela de uma maneira que, sem querer, a fez sentir o coração palpitar e algo se aquecer abaixo do ventre. Os olhos azuis de Noah agora estavam totalmente escuros, como se fossem dizer algo. Ele ficou ali alguns minutos sem tirar os olhos dos dela.
— O senhor quer alguma coisa? — Noah se aproximou, ele parecia estar distraído com alguma coisa.
— Você. — Clarice empalideceu, e então Noah se deu conta do que disse e tentou consertar o que havia dito ao ver o semblante da jovem. — Hã, você já está indo?
— Sim. — disse um pouco mais fria; ela precisava, não podia mais ver Noah como um chefe amigável.
— Ah, bem, não precisa vir amanhã, tire uma folga para si mesma. Trabalhamos muito essa semana.

Clarice pulou por dentro; ela precisava dormir um pouco mais e limparia sua casa assim que chegasse. Passaria a noite fazendo faxina para não ter que limpar a casa no dia seguinte. Clarice abriu um largo sorriso e disse:
— Você é o melhor chefe do mundo! — Noah franziu a testa e depois riu.
— Até uma hora atrás você estava me xingando com a cara feia que fazia a cada instante que olhava para mim.
— EPA! Eu não te xinguei, nunca faria isso na minha vida!
— Claro, verbalmente não. — rebateu, olhando-a com uma expressão de deboche. Clarice torceu o bico.
— Você é insuportável, Sr. Ferraz.
— Ah, mudei de ideia, pode vir traba... — Clarice arregalou os olhos e então o interrompeu.
— Insuportável? Eu disse insuportável? Não, não, eu disse insuperável! Você é um chefe insuperável. — Noah arqueou uma sobrancelha com um sorrisinho zombeteiro.
— Ah bom, pensei que você tinha me insultado... — Clarice negou com a cabeça, tentando manter a seriedade.
— Impressão sua. — Ela se preparou para sair e, antes de passar por Noah, deu um leve aceno. — Nos vemos depois de amanhã, então.
— É, nos vemos depois de amanhã. — repetiu ele, olhando para ela. Não vê-la amanhã o incomodava, enquanto a razão gritava, lembrando-o de que ele tinha uma noiva. Mas o coração estava, a cada dia que passava, em uma situação complicada; estava se atraindo para uma armadilha que poderia não ter volta. Clarice era como um sol quando entrava no seu escritório; será que sempre a viu dessa forma, desde a primeira vez que seus olhos bateram em sua figura desastrada e incomum? Noah assistiu Clarice deixar a sala e deixar seu perfume doce naquele ambiente fechado. Olhou o lugar decorado do jeito dela; tinha tantas plantas que o fez rir. Ela parecia aquelas senhoras malucas por plantas. Ele se aproximou da janela de vidro, do teto ao chão, que ficava atrás da mesa, e olhou para aquela cidade de Nova York. Muita coisa mudou, e agora ele não tinha mais certeza se queria casar com Lorelay; ela merecia algo melhor do que ele, e ele era homem o suficiente para admitir isso.

Quando Clarice chegou, a primeira coisa que fez foi colocar a ração de Hades e fazer um carinho nele. Depois, foi tomar um banho e trocar de roupa. Olhou o relógio, vendo que ainda era cedo, e decidiu ir ao mercado comprar algumas coisas. Quando estava saindo, viu Edric saindo do seu apartamento, que ficava ao lado do seu. Clarice corou levemente quando aquele monumento de homem olhou para ela; ela era tão fissurada em assistir doramas que surtou quando percebeu que tinha um coreano ao lado do seu apartamento. Ele sorriu para ela, o sorriso que a fez tremer até as pernas.
— Oi, tudo bem? — perguntou ele. Clarice sorriu.
— Aham, sim. E você? — refez a mesma pergunta ao homem, que sorriu de novo. Clarice pensou que teria um leve ataque se ele sorrisse para ela daquele jeito de novo.
— Muito bem, aliás. Você está indo ao mercado também?
— Sim, como sabia? — Ele riu.
— Você está com a sacola de compras.
— Ah. — riu, envergonhada, e se xingou por ser tão tapada. — Então...
— Se importa se eu for com você? Gosto de fazer compras acompanhado.
— Ah, tudo bem.

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