Brincadeiras perigosas

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Lando Norris entrou em seu apartamento em Mônaco exausto, mas com um sorriso descompassado nos lábios. Depois de uma corrida desastrosa na Austrália, ele deveria estar frustrado, mas não conseguia parar de se sentir... bem. Não, ele se sentia ótimo. Como se tivesse acabado de vencer o Mundial. Mal se importava com a batida desastrosa entre ele e Oscar Piastri, que acabou arruinando a corrida de ambos. Ele não ligava para as críticas da equipe, nem para a pressão da mídia. Tudo parecia irrelevante.

Max Fewtrell, seu melhor amigo e confidente, observava tudo com uma expressão confusa e desconfiada enquanto Lando jogava a mochila no chão e desabava no sofá com um suspiro satisfeito.

— Tá legal, Lando, você vai me contar o que está acontecendo? — Max perguntou, cruzando os braços e encarando fixamente o amigo deitado no sofá. — Você está com esse sorriso no rosto desde o aeroporto. Cara, você bateu no seu companheiro de equipe, ferrou a primeira corrida da temporada e está recebendo várias mensagens de ódio dos fãs e críticas dos jornalistas. Por que, infernos, você está sorrindo feito um idiota que acabou de vencer o Mundial?

— Cara, eu estou feliz por ter voltado a fazer aquilo que eu gosto, que é correr. Só isso — Lando sorriu, soltando um suspiro enquanto mexia no celular.

— Olha só, cara, você é meu amigo há anos, você pode até mesmo contar essa mentira pra outro idiota, mas não pra mim, cara — Max empurrou a perna de Lando e sentou no sofá, sem tirar os olhos do amigo. — Lando, eu te conheço. Eu sei como você fica depois de uma corrida ruim dessas. Você tem um mental fraco pra esse tipo de pressão e não iria ficar aí sorrindo igual um idiota. Eu sei que você está louco pra me contar isso, então vai lá, conta.

— Eu não tenho nada pra te contar — Lando jogou sua cabeça pra trás enquanto continuava com aquele maldito sorriso. — Eu passei um ano fora da Fórmula 1 e agora eu estou de novo e por uma equipe boa. Tenho muitos motivos pra ser feliz.

— Pode ser, mas tudo isso que você acabou de citar não são os verdadeiros motivos. Agora, abra essa boca e fale logo o que você está escondendo de mim. Aconteceu alguma coisa na Austrália. Eu não sei o que é, mas sei que é essa coisa que está te deixando assim.

— Por que é um problema pra você eu estar feliz? Não pode simplesmente aceitar que estou feliz e pronto?

— É difícil de aceitar porque esse seu sorriso é o mesmo sorriso de quando você transou com o… Não, não. Você transou com alguém, Lando?

Lando sorriu de canto e mordeu o lábio levemente. Ele sabia que não seria preciso dizer nada; Max o conhecia bem pra entender que isso era um sim para sua pergunta.

— Com quem?

— Oscar.

— Espera, o quê? Oscar, o seu companheiro de equipe? Norris, você transou com o Piastri?

— Não tem nada demais, não tem problema. Não existe um contrato que me impeça de transar com ele.

— Cara, como isso aconteceu? Tá, vocês bateram um contra o outro na pista e depois simplesmente resolveram transar? Você que propôs isso, não foi?

— Sério, Max? Acha mesmo que eu iria propor transar com o meu colega de equipe?

— E não foi isso? — Max perguntou, confuso com a reação do amigo.

— É claro que não — Lando falou, ofendido, revirando os olhos. — Pensa que eu sou o quê, idiota? Acha mesmo que eu ia propor transar com o Oscar? — Ele sorriu e sentou no sofá, encarando seu amigo. — Eu fui mais longe: sexo sem compromisso, quando quiser, onde quiser, sem drama ou complicações. Só sexo e diversão.

amor e recomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora