you bring blue lights to dreams

10.

Harry e Louis estavam casados há 3 anos.

Eles adoravam comemorar quase todos os meses juntos, como se nunca pudessem cansar de agradecer por pertencerem um ao outro. Eram completamente apaixonados e sortudos. Cada dia, morando na mesma casa, acordando na mesma cama, apenas observando seus olhos azuis e verdes, era uma felicidade tão grande que parecia não caber dentro de seus peitos amorosos. Eles se sentiam completos e inteiros. Nada mais faltava. Nenhum pedaço de seus corações. Nenhum fragmento de suas almas. Harry e Louis eram inteiramente eles, porque amavam um ao outro.

O aroma complementar dos dois enfeitava ainda mais aquele lar doce e seguro. Seus filhotes adoravam o cheirinho de casa, que agora era o cheirinho de Louis e Harry juntos.

Então tudo parecia fazer sentido. Todo o caminho que precisaram percorrer para encontrarem um ao outro. Todos os obstáculos que precisaram enfrentar, todas as dores que precisaram sentir. Todas as curvas, as retas, os freios e acelerações, toda esse longa e sinuosa jornada os guiaram até um ao outro. E todas as peças se encaixaram e eles entenderam e amaram um ao outro com poucas palavras e profundos olhares. Eles se reconheceram como pertencentes e todo o resto foi destino.

Eles se adaptaram muito rapidamente a viverem como uma família, como se desde sempre fossem uma. As crianças pareciam irmãs desde que se conheceram, e talvez Charlie e Andy fossem irmãos de alma, assim como seus pais eram gêmeos de alma.

Louis se desfez de sua casa com um pouco de dificuldade. O ômega havia batalhado muito para consegui-la, então tinha um carinho enorme pelo o que sua casa significava. Ele havia conseguido fazer tudo aquilo sozinho, sentia orgulho e satisfação de sua caminhada. Harry sugeriu que eles a mantivessem como um segundo lar, o alfa poderia banca-la, mas Louis sabia que aquilo não era necessário.

O ômega levou seu tempo para se despedir de todo seu antigo lar. Passou alguns últimos momentos especias com Charlie ali dentro. Eles fizeram cookies, sentaram no sofá da sala e conversaram sobre suas lembranças favoritas naquela casa. Louis acariciava o cabelo de seu filhote, deitado em seu colo, e contava sobre quando eles se mudaram para lá.

Charlie era apenas um bebê quando eles foram para aquela casa. Tão pequeno que parecia um pacotinho. Louis tinha tanto medo de machuca-lo sem querer. Louis tinha tanto medo de errar e fazer alguma besteira. Louis tinha tanto medo de ser um péssimo mãe. Mas Charlie era tão calmo quando recém-nascido, não costumava chorar escandalosamente, não costumava deixar Louis maluco. Era tranquilo e pacífico. O que Louis também ficou um pouco neurótico e se perguntou se havia algo de errado com seu filhote, porque todas as mães reclamavam do quanto seus bebês choravam sem parar e sem motivo algum.

O ômega só conseguiu se acalmar quando o pediatra de seu filhote afirmou que não havia nada de errado com ele. Charlie era apenas um bebê calminho e tinha uma mãe atenta que não deixava faltar nada que necessitasse. Louis só conseguiu relaxar completamente depois daquilo. Mas claro que Charlie se tornou uma bolinha de pura energia conforme foi crescendo. Então não podia parar quieto. Não podia parar de brincar e rir e conversar com sua mamãe. Era energético, elétrico e animado. Louis preferia assim, de qualquer forma.

O ômega relembrou do dia que Charlie estava completamente coberto por chocolate, andando pela casa e fazendo pegadas pretas pelo chão. Louis estava fazendo um bolo e se deitou na sala por alguns segundos. Charlie derrubou toda a calda de chocolate em cima de si mesmo. Louis pensou em como Charlie cresceu tão rápido. Tudo passou com um piscar de olhos.

Louis relembrou todas as vezes que eles cozinharam juntos. Louis relembrou da vez que resolveram fazer uma torta para Andy e Harry. Uma torta de morango.

Aquela casa fazia parte da história deles também.

O ômega riu, pensando em como nunca se pode prever nada. Ele jamais imaginou que encontraria seu alfa daquela maneira inusitada, com uma briga e um mal-entendido sobre os lanches de seus filhotes.