Rumo ao Coliseu: a descida da cratera

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Eu odiava aquele apelido, só porque eu usava uma fita de palha na cabeça e gostava das pamonhas do senhor Pisceu, ela passou a me apelidar daquele jeito.

- Você não cansa, né Breanna?- Eu disse indignado.

- Sempre aparecendo de surpresa. Mas pelo menos me salvou de perder o torneio... valeu! Aonde foram os outros?

- Adiantaram-se, né... óbvio. Que tipo de idiota iria esperar um dorminhoco igual a você, só eu mesma para fazer esse papel de trouxa!

- Ei!- Chateei-me.

- Vamos logo, enrolado. Temos que comer alguma coisa ainda, hoje o dia vai ser puxado!

Decidimos ir ao "Café Tostadinho", do senhor Pisceu. 

Entrar naquele estabelecimento é sempre estonteante, é um dos poucos lugares em que conseguimos ver outras cores além de preto e branco em Chessia.

Apesar de eu não ver de fato, a energia das cores induzia-me uma sensação boa, uma oscilação diferente do resto da cidade, fazia-me pensar estar fora do país, em uma missão com cheiro de bolos, queijos e doces.

As frutas trazidas pelo padeiro, o senhor Pisceu, e os maravilhosos quitutes, todos vindos de fora do país, ainda possuíam cor, resguardados por um material transparente que impedia a descoloração dos alimentos por um bom tempo. Imagino que seja de encher os olhos para quem possa ver.

Essas guloseimas, você deve estar pensando que são feitas fora de Chessia, mas não. Elas são produzidas aqui, sem cor, mas são brevemente levadas para o exterior, somente para adquirirem coloração. Tal trabalho é realizado pelo próprio senhor Pisceu, sendo necessário a alcunha de Peça Especial Cavalo, visto que a viagem que ele efetua não é nada segura, devido à frequente aparição de criaturas em seu trajeto. 

Isso que eu chamo de estratégia de mercado, uma jogada de gênio para se destacar dos concorrentes e agregar valor aos produtos.

Ao Dylan e Breanna entrarem e se aproximarem do balcão, logo Pisceu apareceu. Um senhor de 2 metros de altura, cinza, como todos em Chessia, de expressão séria e extremamente musculoso, com um avental enorme escrito: "Eu amo pôneis que defecam purpurina". 

Então ele bradou:

- Ah, Dylan, meu garoto! Veio devorar mais algumas pamonhas, né? Hahaha.

Seu sorriso cessou rapidamente quando desviou o olhar para Breanna, ele parecia sentir a presença desconfortável da perna dela, similar a uma labareda, intangível e esverdeada.


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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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