𝐶𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 𝐼

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As emoções humanas, meu Deus como eu as odeio.

Quando se é uma fada da mente que não tem muito controle de seus poderes, eles passam a ser mais uma desgraça, uma maldição do que uma benção. Não que eu não goste de ser uma fada, eu gosto... ou então deveria gostar.

As pessoas são muito barulhentas. Elas podem achar que estão em absoluto silêncio, mas suas emoções estão uma completa loucura dentro de si, mesmo que não sintam.

Eu não consigo controlar, então sou constantemente atingida por emoções e sentimentos que não são meus e isso me sufoca. Eu não quero sentir vocês! Eu estou pouco me fodendo para o que vocês estão sentindo, não consigo nem mesmo me sentir. Eu já nem consigo saber mais o que é meu e o que é da fulana.

E o que me deixa ainda pior em relação a isso é o fato de que todas as outras Winxs parecem ter controle absoluto de seus poderes, com algumas exceções é claro. Como por exemplo a Bloom que incendiou a própria casa e acabou queimando o rosto da mãe sem querer e a Stella que também sem querer acabou cegando uma outra fada. Mas fora esses detalhes, todas tinham o controle.

Eu tenho pelo menos 10% de controle das minhas habilidades, eu acho.

Eu não consigo me lembrar de nenhuma outra fada da mente que tenha o mesmo problema que eu. Durante as aulas, todos conseguiam fazer corretamente o que lhes foi pedido. Já eu, fracassava todas as vezes e passei a acumular uma grande quantidade de palavras negativas que me eram ditas.

Todos me falavam a mesma coisa:

"Você vai conseguir, Musa" "Eu acredito em você" "Só precisa ter paciência"

Não me entendam mal, eu amo meus amigos, mas isso era tudo o que eu menos precisava ouvir agora. Na verdade, eu preferia não ouvir nada. Nem vozes e nem sentimentos.

E foi por conta disso que eu passei a usar cada vez mais os meus fones de ouvido, eles me traziam paz, tranquilidade e algo que eu passei a admirar, o silêncio.

E claro, ainda tenho o Sam. No começo ele foi a minha âncora, o meu refúgio de silêncio e tranquilidade. Eu deveria falar as coisas que eu amo nele além de sua calma, mas... elas não veem a minha mente, agora. Mas ele é um bom namorado e é bom tê-lo por perto.

As outras meninas caminhavam juntas na minha frente mas a única coisa que eu conseguia pensar era na enorme confusão que foi o meu primeiro semestre em Alfea, até porque não havia se passado tanto tempo.

Os pais mandavam seus filhos para a escola esperando que aprendessem a história de seu reino, a compreender e controlar seus poderes, mas acabam recebendo ataque de queimados.

Estava tão perdida na minha própria cabeça que nem notei que já havia chegado na sala. Meu corpo estava constantemente preso no modo automático.

Hoje a aula era HTE, História das Trindades Escolares. Nós rapidamente nos sentamos em nossos lugares e não demora muito até a aula começar.

— A séculos atrás existiam três escolas rivais — explicava a professora Melyn. Era uma senhora com mais ou menos sessenta anos, mas que mantinha uma aparência de quarenta. Era uma fada da mente assim como eu, mas obviamente melhor. — Elas viviam batalhando entre si para obter total domínio de nosso Reino. — ela passou os olhos por toda a sala com um sorriso travesso nos lábios e os parou sobre Aisha. — Poderia me dizer quais eram essas escolas?

Todos viramos em direção a tal pessoa que foi sorteada para responder tal pergunta.

— Alfea, a escola das fadas. Fonte Rubra, dos especialistas... — ela deu uma pausa e nos lançou olhar confuso

𝐒𝐚𝐠𝐫𝐚𝐝𝐨 𝐩𝐫𝐨𝐟𝐚𝐧𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora