Capítulo 9: Desaparecimento

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Jacob Riley


O som do telefone tocando na madrugada me despertou bruscamente. Era cedo demais, e eu sabia que uma ligação a essa hora só podia significar uma coisa: outro corpo.

— Alô? — minha voz soou mais rouca do que eu esperava.

— Riley, temos uma nova cena. Perto do antigo depósito no centro. Preciso de você e Hale lá o quanto antes — a voz do capitão era firme e direta. Eu me sentei na cama, sentindo o peso da responsabilidade pressionar meus ombros.

— Estou a caminho. E Daphne? — perguntei, já sabendo a resposta.

— Ela já foi avisada. Deve estar a caminho também.

Desliguei o telefone e me apressei em me vestir. O pensamento de Daphne indo sozinha para a cena me deixou inquieto. Esse caso a estava consumindo, e cada vez mais, ela parecia se distanciar do resto de nós. Havia algo entre ela e Marcus, algo que eu não conseguia identificar completamente, mas que me perturbava profundamente.

Peguei meu carro e dirigi pelas ruas ainda escuras da cidade, tentando não pensar no pior. Mas minha mente não parava de correr. Eu tinha notado como ela estava mais nervosa ultimamente, mais reclusa. Ela insistia em que estava bem, mas eu sabia que Marcus estava mexendo com ela de maneiras que ela não admitia.

Quando cheguei ao depósito, o local estava cercado por policiais, e uma leve brisa fria passava pela rua. Estacionei rapidamente e saí do carro, procurando por Daphne entre os rostos tensos da equipe. Mas ela não estava lá.

Meu coração começou a bater mais rápido.

— Alguém viu Hale? — perguntei, tentando não soar desesperado. Um dos oficiais olhou para mim, confuso.

— Ela chegou antes de nós, mas não a vimos desde que saímos dos carros. Achamos que ela já estava verificando a cena.

Algo estava errado. Daphne nunca se afastaria assim sem avisar ninguém.

— Merda. — Minha voz era baixa, mas a sensação de que algo muito ruim havia acontecido já me dominava. Peguei minha lanterna e corri para o prédio abandonado, sem esperar por resposta.

O lugar estava escuro e silencioso, com as paredes sujas e um cheiro úmido. O corpo estava ali, no centro da sala, exatamente como Marcus gostava de deixar. Mas minha atenção não estava no cadáver. Eu olhava em volta, procurando qualquer sinal de Daphne. Meu estômago se revirava à medida que eu percorria cada canto com a lanterna.

Foi então que vi. No chão, próximo ao corpo, uma pequena mancha de sangue fresca. Não era do cadáver.

E ao lado, algo que fez meu coração parar por um momento: o distintivo de Daphne.

Eu me ajoelhei, pegando o distintivo com mãos trêmulas. Ela nunca o largaria. Não por vontade própria. Isso só podia significar uma coisa.

Marcus a tinha.

— Não, não, não... — murmurei para mim mesmo, minha mente girando enquanto tentava processar a realidade.

Levantei-me rapidamente e procurei ao redor, desesperado. Algo mais. Qualquer coisa. Mas a única coisa que encontrei foi o que Marcus sempre deixava para trás: uma mensagem.

"Ela está comigo, Riley. E o jogo só está começando."

Minhas mãos tremeram ao ler aquelas palavras. O jogo. Era sempre um jogo para ele. Mas agora ele tinha Daphne, e eu não sabia o que fazer. Sentia a raiva subir pelo meu corpo como uma corrente elétrica, mas precisava manter a calma. Precisava pensar.

Corri para fora do prédio, gritando ordens para os outros policiais. Precisávamos encontrar Daphne, e rápido.

Enquanto os outros se espalhavam, minha mente não parava de repetir a mesma pergunta: onde ela estava? E, pior ainda, o que Marcus faria com ela?

Eu sabia que ele não a mataria de imediato. Isso seria fácil demais para ele. Marcus gostava de brincar com suas vítimas, de testar seus limites. E com Daphne... ele faria o mesmo. Mas quanto tempo tínhamos antes que ele a machucasse? Antes que ele cruzasse aquela linha?

A culpa me esmagava. Eu deveria estar com ela. Eu deveria ter a protegido.

"Eu vou te encontrar, Daphne." pensei, com uma determinação feroz tomando conta de mim.

Eu precisava encontrá-la. Não importava o que custasse. Não importava se tivesse que caçar Marcus até o inferno. Eu a encontraria. E quando o fizesse, Marcus pagaria caro.

sᴜsᴜʀʀᴏs ᴅᴇ ᴜᴍ ᴀssᴀssɪɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora