sᴜsᴜʀʀᴏs ᴅᴇ ᴜᴍ ᴀssᴀssɪɴᴏ

Capítulo 15: Briga Infantil

Daphne Hale

A manhã se arrastava enquanto eu trabalhava no computador, tentando encontrar algum padrão nas evidências que pudessem nos levar até Marcus. As horas passaram, e eu me perdia entre relatórios e imagens dos locais dos crimes, cada detalhe tentando revelar algo que ainda me escapava.

Eu me forcei a olhar para o relógio e percebi que já era quase hora de buscar Noah na escola. Fechei o notebook, organizei os arquivos na minha mesa e peguei minha bolsa antes de sair.

Quando cheguei à escola, notei a expressão tensa do recepcionista. Ele fez um gesto para que eu me dirigisse até a secretaria. Entrei, e a secretária me olhou com um semblante sério, enquanto Noah estava sentado no canto, de cabeça baixa.

— O que aconteceu? — perguntei, tentando conter o tom de preocupação.

A secretária suspirou, ajustando os óculos.

— Houve um desentendimento entre Noah e outro aluno. Uma briga. Estamos resolvendo as consequências, mas precisamos conversar sobre isso.

Olhei para Noah, que ainda evitava me encarar. Ele parecia arrependido, mas também havia algo no seu rosto... uma raiva contida.

Depois de alguns minutos ouvindo as explicações e orientações da escola, finalmente saímos juntos. No caminho para o hospital, tentei abordar o assunto com Noah.

— Quer me contar o que aconteceu?

Ele respirou fundo, ainda sem olhar diretamente para mim.

— O cara mereceu, Daphne. Ele... ele falou umas coisas e... — Ele parou, os olhos brilhando com uma mistura de raiva e vergonha.

— Eu entendo que você queira se defender, Noah, mas violência não resolve. Precisamos encontrar outras maneiras de lidar com isso.

Ele assentiu, ainda incomodado. Decidi deixar a conversa ali, pelo menos por enquanto. Estacionei o carro no hospital, e nós dois seguimos em silêncio até o quarto de Jacob.

Quando entramos, ele estava acordado, parecendo um pouco mais animado ao nos ver.

— Veio me visitar de novo, Daphne? — ele sorriu, mas o cansaço ainda era visível em seus olhos.

— Não poderia deixar de ver como você está, Jake. — Eu sorri, sentindo uma tranquilidade momentânea ao seu lado.

Noah, embora relutante, cumprimentou Jacob com um aceno, e então, enquanto ele olhava ao redor, senti que aquele pequeno gesto entre nós trazia um pouco de normalidade à minha vida — mesmo que só por um instante.

Jacob observava Noah com uma expressão curiosa.

— Você tá bem, garoto? — perguntou, com a voz amigável.

— Tô — Noah respondeu, mas seu tom seco entregava o oposto.

— Algo me diz que não está. — Jacob olhou para mim, como se pedisse permissão para insistir.

— Tivemos um dia complicado — eu disse, sentando-me ao lado dele. — Uma briga na escola.

Jacob ergueu uma sobrancelha, preocupado.