sᴜsᴜʀʀᴏs ᴅᴇ ᴜᴍ ᴀssᴀssɪɴᴏ

Capítulo 7: Um presente amargo

Daphne Hale

Eu estava deitada na cama, tentando organizar meus pensamentos, quando o som agudo de uma notificação cortou o silêncio do quarto. Meu coração acelerou antes mesmo de olhar o celular. No fundo, eu já sabia o que esperar.

Uma mensagem de Jacob apareceu na tela:

"Temos outra. Estão nos esperando na cena."

Minha mente entrou no modo automático. Levantei-me rapidamente, vestindo o casaco e pegando a arma e o distintivo na mesinha de cabeceira. As palavras de Marcus ainda ecoavam na minha mente, mas agora havia um corpo. Outra vítima. Mais um jogo macabro.

Cheguei à cena do crime em minutos. A rua estava cercada, com policiais e peritos trabalhando ao redor. Vi Jacob ao longe, conversando com Samantha, que parecia estar dando instruções para a equipe médica.

─ Daphne ─ Jacob me cumprimentou com um aceno sério. ─ A vítima é uma mulher, mesma faixa etária das outras.

Samantha se aproximou, os olhos expressando a mesma frustração que eu sentia.

─ Ele deixou uma mensagem de novo - ela disse, olhando diretamente para mim. ─ Desta vez, foi... diferente.

Eu me abaixei para olhar o corpo. A vítima estava disposta de maneira quase teatral, mas o que chamou minha atenção foi a mensagem escrita na parede com um batom vermelho: "Estou esperando você, Daphne."

O ar saiu dos meus pulmões como se alguém tivesse me dado um soco. Era mais direto, mais pessoal. Marcus estava apertando o cerco, e eu sabia que ele não iria parar até conseguir o que queria - seja lá o que isso fosse.

─ Ele está me provocando ─ murmurei, analisando o local. ─ Mas por quê? O que ele ganha com isso?

Samantha balançou a cabeça, o semblante sombrio.

─ Ele está jogando, Daphne. E nós estamos sempre um passo atrás.

Jacob me olhou com preocupação.

─ Precisamos de mais informações, precisamos descobrir seu padrão.

Assenti, tentando me concentrar, mesmo com o peso da mensagem pairando sobre mim. O corpo foi recolhido e a equipe de perícia começou a catalogar as evidências, mas minha mente estava longe.

De volta à delegacia, o clima era denso. Todos estavam cientes do caso Crowe, e cada nova vítima parecia carregar ainda mais peso para a equipe. Enquanto nos reuníamos para revisar os relatórios, fui surpreendida quando nosso chefe, o capitão Harris, apareceu na sala de reunião com um grande sorriso no rosto.

─ Pessoal, eu sei que todos estão focados no caso, mas temos que tirar um momento para reconhecer algo importante.

Todos o olharam com curiosidade, e eu franzi o cenho.

─ Nossa querida Daphne Hale está completando oito anos conosco ─ ele sorriu, olhando diretamente para mim. - Oito anos de dedicação impecável, mesmo sendo um período relativamente curto, e com tantos casos difíceis sob seu comando.

A surpresa me atingiu em cheio. Uma festa? Agora?

─ Capitão, não precisa... ─ comecei, mas fui rapidamente interrompida por Samantha, que sorriu amplamente.

─ Claro que precisa! Você merece, Daphne. Trabalha incansavelmente, e todos nós sabemos o quanto tem sido difícil ultimamente.

Jacob assentiu.

─ É, Daphne. Um pouco de descanso não vai matar ninguém. O caso pode esperar algumas horas.

─ Vocês estão loucos? Marcus está à solta, e eu não posso simplesmente relaxar! ─ protestei, mas meus colegas começaram a rir, como se soubessem que eu acabaria cedendo.