Segredos Entre as Sombras

Capítulo 10: A Tempestade Se Aproxima

O clima leve que reinava após os beijos foi abruptamente interrompido quando um grupo de jovens, conhecidos por sua reputação intimidadora, entrou no café. Luiz sentiu um frio na barriga ao notar que, entre eles, estava o líder das pessoas que estavam ameaçando Brayan. O grupo rapidamente se calou, e uma tensão palpável se instalou no ar.

"É melhor sairmos daqui," Luiz sussurrou para os outros, tentando manter a calma. Brayan parecia pálido, seus olhos refletindo o medo que todos eles sentiam.

"Vamos. Não queremos encrenca," Gabi sugeriu, puxando Carla para a saída.

No entanto, antes que pudessem se mover, um dos jovens se aproximou. "Olha quem temos aqui," ele disse, um sorriso desdenhoso nos lábios. "O grupo de amigos corajosos. O que vocês acham que estão fazendo? Achando que podem nos ignorar?"

"Estamos apenas passando um tempo, não queremos problemas," Luiz tentou responder, mantendo a voz firme.

"Ah, mas você já está no nosso caminho. Brayan, você ainda deve aquela grana, não é?" O jovem olhou para Brayan, e a tensão aumentou.

"Eu... eu já falei com a polícia," Brayan disse, sua voz trêmula. "Não vou mais ficar calado."

O jovem riu, um som cruel. "Você acha que isso vai resolver? Pode ser que a polícia não se importe tanto quanto você imagina. Você realmente quer fazer isso? Olhe ao seu redor. Temos amigos aqui."

Luiz sentiu a adrenalina correr por suas veias. "Nós não temos medo de vocês," ele afirmou, embora sua voz estivesse um pouco mais alta do que pretendia.

"Então você quer começar uma briga?" O jovem desafiou, aproximando-se de Luiz. "Porque isso seria uma má ideia."

"Só precisamos de um espaço para respirar," Gabi interveio, seu olhar determinado. "Isso não precisa ser assim."

A situação começou a esquentar, e Luiz percebeu que precisava agir rapidamente. "Vamos sair daqui. Não vale a pena," ele disse, puxando Brayan e os outros para trás.

Mas antes que pudessem se mover, Ander deu um passo à frente. "Ei! Se vocês querem brigar, venham comigo. Não envolvam meus amigos," ele disse, a voz firme e confiante.

O jovem olhou para Ander, surpreso. "Você está se colocando no meio disso? Pense bem."

"Eu já pensei. E não vou deixar que você ameace meu amigo e aqueles que eu me importo," Ander respondeu, sua postura desafiadora.

"Você tem coragem, vou dar crédito a isso. Mas lembre-se, você não sabe com quem está lidando," o jovem disse, sua expressão se endurecendo.

A tensão estava insuportável, e Luiz sentiu que precisava separar a situação antes que ela se tornasse violenta. "Ander, não. Vamos sair," ele insistiu, puxando o amigo.

"Não, Luiz. Isso não pode ficar assim," Ander disse, ainda encarando o grupo intimidador. "Temos que mostrar que não temos medo."

Os outros olhavam nervosos, e a pressão aumentava. Brayan estava em silêncio, mas Luiz sentiu a ansiedade crescer em seu peito. Ele não queria que nada acontecesse, mas sabia que Ander estava certo em lutar por seus amigos.

"Se você não se importar, eu vou chamar a polícia de qualquer forma," Gabi disse, pegando seu celular. "Não precisamos resolver isso assim."

"Pode chamar, mas isso não vai mudar nada," o jovem disse, agora com um sorriso sarcástico.

Nesse momento, Luiz decidiu que precisava agir para proteger todos. Ele se virou para Brayan. "Vamos para fora, não podemos ficar aqui."

"Mas e Ander?" Brayan perguntou, preocupado.

"Ele vai ficar bem. Ele é forte. Precisamos nos proteger primeiro," Luiz respondeu, tentando manter a calma.

Enquanto Luiz e Brayan começaram a se mover em direção à saída, a situação se intensificou. "Você não pode sair assim, Brayan. A dívida ainda está aí, e você vai ter que pagar de um jeito ou de outro," o jovem gritou.

"Brayan, vá! Agora!" Luiz ordenou, e Brayan obedeceu, correndo para a porta.

Ander continuou firme, encarando os jovens, mas o grupo estava começando a se agitar. Luiz se virou uma última vez. "Ander, venha!"

"Eu vou ficar!" Ander respondeu, determinado. "Não posso deixar que isso aconteça!"

"Você é louco!" Luiz gritou, mas já estava se afastando, puxando Brayan com ele.

Quando chegaram do lado de fora, Gabi e Carla estavam esperando, e Luiz sentiu um alívio ao vê-las. "O que fazemos agora?" Gabi perguntou, a preocupação estampada em seu rosto.

"Precisamos de um lugar seguro para ficar," Luiz disse, olhando para Brayan. "Você se sente bem?"

"Eu... sim, mas e o Ander?" Brayan estava claramente em pânico.

"Ele é forte. Vamos esperar, e se não voltar em alguns minutos, vamos buscar ajuda," Luiz disse, tentando manter a determinação.

Mas enquanto esperavam, a tensão no ar se tornava cada vez mais pesada. O grupo sabia que a situação poderia se complicar ainda mais. O que eles não sabiam era que, enquanto isso acontecia, Ander estava enfrentando um dilema maior do que imaginavam. Ele não iria permitir que seus amigos fossem ameaçados, e estava prestes a tomar uma decisão que mudaria tudo.

A adrenalina ainda corria nas veias de todos enquanto esperavam, e Luiz percebeu que a batalha que tinham pela frente não era apenas contra as ameaças externas, mas também contra seus próprios medos. E naquele momento, a tempestade que se aproximava parecia estar apenas começando.