Deception Games

"Redefinindo Conexões"

Ao chegar em casa, a porta se fechou atrás de Ava, e ela respirou fundo, tentando deixar as emoções da escola para trás. O silêncio acolhedor da casa e o aroma familiar do jantar sendo preparado pela mãe a confortaram. Rebecca sempre sabia como criar um ambiente aconchegante, e isso era exatamente o que Ava precisava naquele momento.

— Oi, querida! — chamou Rebecca da cozinha, sua voz alegre ecoando pelo ambiente. — Como foi seu dia?

Ava hesitou, as lembranças das risadas e das palavras cortantes de Nicholas ainda a atormentando. — Foi... complicado — respondeu, esforçando-se para manter um tom neutro.

Rebecca se aproximou, enxugando as mãos em um pano de prato. — Complicado como? Você sabe que pode conversar comigo, não é?

Ava forçou um sorriso, tentando ocultar a tempestade de sentimentos que a invadia. — Só algumas coisas na escola. Nada que eu não possa lidar.

A preocupação era evidente no olhar de Rebecca. — Se precisar desabafar, estou aqui. A adolescência pode ser difícil, e você não precisa passar por isso sozinha.

Ava assentiu, mas a ideia de abrir seu coração sobre Nicholas a deixava hesitante. — Mãe, eu só preciso de um tempo para pensar.

— Tudo bem, querida. Apenas lembre-se de que você é amada e sempre estarei ao seu lado — disse Rebecca, envolvendo Ava em um abraço caloroso.

Após o jantar, Ava subiu para seu quarto. A escuridão do ambiente parecia refletir seu estado emocional. Sentou-se na cama e pegou seu diário, um lugar onde costumava expressar seus pensamentos mais profundos. Começou a escrever, as palavras fluindo como um desabafo que ela não conseguia verbalizar.

*"Hoje foi um dia difícil. Nicholas me fez sentir como se fosse apenas mais uma na sua lista. Eu me entreguei ao momento, mas agora tudo parece vazio. Será que ele realmente se importa ou fui apenas um desafio? O que eu sinto por ele? É confuso e doloroso ao mesmo tempo."*

Enquanto escrevia, lágrimas começaram a escorregar pelo seu rosto. Era como se cada palavra que colocava no papel estivesse aliviando um pouco o peso que sentia. Embora não soubesse o que o futuro reservava, precisava ser honesta consigo mesma.

Ao terminar, Ava fechou o diário e olhou pela janela. A noite estava estrelada, uma visão que sempre a acalmava. Lembrou-se das risadas que compartilhara com Nicholas no karaokê, dos momentos de conexão genuína, mas a lembrança do desprezo que ele demonstrara a machucava ainda mais.

Na manhã seguinte, ao acordar, Ava decidiu que não poderia deixar que a situação a consumisse. Vestiu-se rapidamente e decidiu ir à escola com a cabeça erguida, independente do que Nicholas ou qualquer outra pessoa pensasse.

Ao chegar à escola, notou que o clima parecia diferente. As pessoas estavam ocupadas com suas próprias vidas, e Ava percebeu que, embora as palavras de Nicholas a tivessem machucado, ela não poderia deixar que isso definisse quem ela era.

Durante o intervalo, ao se reunir com suas amigas, Ava sentiu um novo senso de determinação. Precisava ser forte, não apenas para si mesma, mas também para aquelas que a apoiavam.

— Ei, Ava! — chamou Julia, ao se aproximar com Mia. — Você está bem?

— Estou, na verdade — respondeu Ava, um sorriso genuíno surgindo em seu rosto. — Decidi que não vou deixar isso me afetar mais.

— Isso mesmo! — exclamou Mia, animada. — Você é incrível, e ele não merece sua energia.

Enquanto conversavam, Ava avistou Nicholas ao longe, cercado por seus amigos. Ele a olhou, e, em vez de sentir raiva ou tristeza, uma onda de alívio a preencheu. Não era necessário se preocupar com alguém que não a valorizava.