Boa Leitura.
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Na manhã seguinte Camila sequer tocou no seu café que havia sido preparado da melhor forma possível, o prato a sua frente estava intacto e seus olhos estavam profundos revelando uma madrugada tenebrosa.
Alejandro terminava de comer observando-a imóvel sentada na mesa.
- Não vai comer? – Ele perguntou transparecendo preocupação consigo.
- Estou sem fome. – Respondeu simples e de forma rápida quase mecânica. Alejandro voltou a terminar seu café e a latina suspirou começando a brincar com a colher, remexia a comida e apoiou o rosto em uma de suas mãos.
Sentiu novamente a necessidade de chorar e buscou de todas as formas segurar toda aquela dor, sentiu algo puxar a barra de sua calça e ela moveu olhando para o chão, o grunhido do cachorrinho vinha junto de seus dentes cravando no tecido.
Ele queria chamar sua atenção e Camila sorriu triste.
- Eu não quero brincar filho... – Murmurou recebendo os olhinhos dele, seu grunhido choroso demonstrava preocupações com sua dona.
- Pensei que iria devolver o cachorro. – O empresário disse tranquilo, Sinuhe estava conversando com uma de suas amigas no celular e não estava presente naquele momento.
- Devolver por quê? Ele é meu.
- Mas... foi Lauren que lhe deu, não foi?
- Vai querer que eu me livre do cachorro também?! – Sua resposta veio mal-humorada e rancorosa, a latina virou o corpo pegando o filhote no colo e Alejandro não gostou da forma que ela o respondeu.
- Estou dizendo porque isso possa te lembrar do que precisa esquecer, apenas isso não precisa ser rude comigo Karla.
- Papá apenas me deixe quieta por favor eu não estou em um bom momento não quero te dizer coisas que irei me arrepender depois. Eu posso ter um momento de paz? – Cansada ela dizia acariciando o filhote que mantinha-se comportado em seu colo, mas olhava a comida sobre a mesa.
Permaneceu em silêncio.
- Tudo bem, eu vou pedir ao Osmar que o leve para o veterinário e que tome todas as vacinas necessárias. Cachorro não é só dar comida. – Camila olhou Alejandro desconfiada. – Eu faço isso por você não me olhe assim.
- Obrigada... – Agradeceu baixinho e Alejandro forçou um sorriso falso.
- Não me agradeça acho que posso gostar dele com o tempo. - O homem suspirou longamente e sua mão fora em direção ao filhote que o olhou estranho.
O rosnado veio imediatamente quando ele tentou uma aproximação e Camila ergueu a sobrancelha ao ver Alejandro recuar desistindo da ideia em seguida ele latiu não querendo seu carinho.
- Shi... – Camila acariciou o filhote que ainda rosnava para Alejandro. – O que foi filho? Calma.
- Ele é agressivo?
- Não... talvez esteja com fome. – O homem encarou o filhote. – Ou estressado vou levar ele para caminhar no jardim quando a chuva se acalmar.
- Ele precisa ser adestrado para não morder ninguém e ganharmos um processo.
- Papá ele não é agressivo, não implique com ele só porque não gostou de você. – A latina respondeu deixando um pequeno beijo no filhote, ele agora encarava a fatia de pão. – Quer um pedacinho? – Ofereceu.
- Hoje eu vou demorar chegar em casa tenho uma reunião importante e mais tarde tenho um compromisso. – O homem comentou, não dava satisfações, porém precisava manter a conduta de bom marido e bom pai pelo menos por enquanto.
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Tormenta
Fiksi PenggemarO destino escreve suas próprias histórias, criando uma desordem que rapidamente se transforma em um caos profundo, afetando a todos os envolvidos. Um amor que foi abruptamente interrompido por escolhas do passado reverberava ao longo das vidas, como...