capítulo 4

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O barulho da chave girando na porta fez Zoe saltar de cima do sofá e esconder seus seios e seu sexo com almofadas. A negra ao seu lado fez exatamente a mesma coisa, no entanto, Nicolle ainda assim foi capaz de ver algo antes do total cobrimento dos corpos.

— Zoe, de novo? — Nicolle reclamou chateada.

— Eu pensei que você não viria mais, já viu que horas são? Quase oito da manhã. Achei que finalmente tivesse aceitado sair com a Jade e que dormiria com ela lá.

— O quê? — Nicolle perguntou inconformada. — Eu nem vi aquela garota. Onde estão os garotos, afinal?

— Abel já foi para a faculdade e o Raphael foi fumar maconha com alguma garota que agora me lembro o nome. — Nicolle assentiu e coçou os olhos.

— Certo. Podem continuar então, vou subir, tomar um banho e dormir umas duas horas. - Ela disse, indo rumo às escadas de madeira invernizada.

‐ Onde estava afinal, se não estava com a Jade? - Bianca perguntou não se aguentando de curiosidade.

‐ Aconteceu algo bizarro ontem e por alguma razão uma garota que estava em coma havia quatorze anos respondeu à minha voz.

‐ Quatorze anos? Ela está bem? Fala ou anda? Tudo isso de tempo não era pra ter comprometido seu cérebro? - Zoe perguntou surpresa.

‐ Como chegou a encontrar um caso assim? pensei que fosse da fisioterapia. - Bianca concluiu.

‐ E sou. - Nicolle respondeu. - E sobre as perguntas da Zoe... Bem, ela fala normalmente, o resto ainda não sabemos. Ela deve passar por uma bateria de exames exaustivos, coitada. - Nicolle disse em um suspiro. - De qualquer forma, vou sair uns trinta minutos mais cedo para ir visitá-la. - Disse, dando de ombros. - Bom sexo para vocês.

‐ Obrigada. - Disserem em uníssono e Nicolle subiu as escadas correndo.

Tomou um banho não tão demorado, pois sentia suas pálpebras pesarem, no entanto, quando finalmente se deitou em sua cama seus olhos não se fecharam. Seu cérebro não permitia; ele ficava enviando imagens do sorriso de Rebeca e lembranças do elogio sobre os olhos de Nicolle.

Ela não fez muita coisa após aquele elogio, pois o médico insultou que ela saísse de sala junto com Lauren,  pois precisava realizar uma série de exames. Antes de sair, Lauren ouviu o "Mamãe?" E caiu em um choro intenso antes de abraçar sua filha e prometer voltar logo

Nicolle se remexeu na cama e fechou os olhos forçadamente, porém aquele sorriso voltou a invadir seus pensamentos. Nicolle bufou irritada e se cobriu, mas segundos antes de dormir, a rouquidão da voz de Rebeca voltou a pronunciar:

"Os seus olhos também são lindos"

Esse era o maldito problema em nunca receber elogios de mulheres tão lindas: Quando recebia não era fácil esquecer. Tentou evitar, mas um sorrosinho bobo enfeitou seus lábios antes de finalmente conseguir pregar os olhos
[...]
O corpo da garota estava quebrado; ela não deveria sequer ter dormido, pensou pois se sentia muito pior. Nós olhos haviam pingado colorido, já que ardiam intensamente. Seus pés correram o mais depressa possível para dar tempo de visitar Rebeca.

Assim que chegou na porta a qual tanto ansiava, deixou três batidas suaves na mesma, que logo foi aberta por Lauren. A mulher avançou em Nicolle assim que a viu, envolvendo suas mãos ao redor do pescoço da garota e a abraçando forte.

‐ Eu jamais serei capaz de agradecer o suficiente, querida. - Lauren disse emocionada, fazendo Nicolle sorrir.

‐ Não me agradeça, senhora Lauren, eu não fiz nada nada. Foi tudo mérito único e exclusivamente de Rebeca. - Nicolle disse sentindo a mulher lhe soltar e enxugar uma lágrima solitária. - Como ela está?

‐ Perfeita. - A mulher disse, dando espaço para Nixolle entrar no quarto. ‐ O médico disse que ela terá que ficar uns dias em observação e terá que passar por fisioterapia, pois ela está há muito tempo em desuso dos músculos e dos ossos. - Lauren explicou, vendo Nicolle sorrir e acenar para Rebeca, que sorriu de volta. - O cérebro dela também é acostumado a carregar um corpo de seis anos, então ele mesmo pregará peças nela até entender que seu corpo já é adulto.

‐ Mamãe... - Rebeca chamou, fazendo a mulher se calar e pôr atenção em sua filha. - Ela voltou mesmo. - Rebeca disse sorrindo e se ajeitando mais na cama.

‐ Sim querida. Eu disse que ela voltaria. - Lauren disse rindo de uma forma calorosa.

‐ Olá, Rebeca, sabe quem eu sou? - Nicolle perguntou, se aproximando da cama e, consequentemente, de Rebeca.

‐ A noção dos olhos de chocolate. - Nicolle enrubesceu ante ao elogio. - Eu gosto de chocolate.

‐ Bem, eu te trouxe caramelos, mas eu conversei com seu médico antes de entrar aqui e, infelizmente, ele disse que você terá que passar por uma dieta rigorosa por alguns dias, sinto muito. - Rebeca fez uma careta antes de olhar seriamente para Camila.

‐ Nem escondido? - Ela sussurrou após tampar sua boca com uma das mãos para sua mãe nao ver, fazendo Nicolle rir a plenos pulmões.

‐ Não seja assim, mocinha. Não é legal trapacear nas regras quando se trata de nossa saúde, tudo bem? - Nicolle disse e Rebeca assentiu um pouco contrariada.

‐ Nicolle, posso aproveitar que está aqui para ir ao banheiro? - Lauren perguntou, vendo a moça assentir. Pobre Lauren, deve estar exausta, pensou Nicolle. Se ela não tivesse que ir para suas aulas práticas ela ficaria com Rebeca para a mulher tirar algumas horas para descansar.

‐ Mamãe me disse que eu não sou neném. Que agora eu já tenho 20 anos. - Rebeca disse fitando com atenção as expressões de Nicolle.

‐ Ela disse isso?

‐ Disse também que eu sempre serei a neném dela, mas me explicou o que aconteceu. - Rebeca disse. - Parece o desenho do jacaré que queria comer o pica-pau.

‐ Ah, sim? - Nicolle perguntou rindo. Ela adorava aquele desenho em sua infância. 

‐ Sim, só que ao invés de dormir por todo o inverno eu dormi por vários. - Nicolle assentiu, orgulhosa por Rebeca ter entendido.

‐ E suponho que sua fome estaja igual ao do jacaré, hm? - Nicolle perguntou rindo ao ouvir o estômago de Rebeca roncar. A maior acenou um pouco envergonhada é Nicolle sorriu. - Já está quase na hora de sua refeição. Vai comer tudo?

‐ Siiiiiim. - Rebeca disse animada e Nicolle riu.

‐ Voltei, crianças. - Lauren disse, sorrindo abertamente. Rápida! Pensou Nicolle. A garota permitiu fitá-la: Ainda aparentava cansada, porém aquela grande tristeza e falta de brilho em seus olhos já não existiam.

‐ Eu adoraria ficar mais, mas o dever me chama. - Nicolle disse entortando a boca e Rebeca cruzou os braços. ‐ Ah não! - Protestou emburrada.

‐ Nicolle tem coisas para fazer, meu amor. Lembre-se do que conversamos? - Rebeca assentiu ainda emburrada.

‐ No meu intervalo eu prometo passar aqui, tudo bem?

‐ Falta muito para isso? - Rebeca perguntou.

‐ Umas quatro horas. - Nicolle informou.

‐ Mamãe, quanto é isso? - Lauren entortou a boca, como explicaria isso?

‐ São o mesmo que dois filmes da Disbey, mais ou menos. -  Nicolle apressou em dizer.

‐ Jura que vem?

‐ Juro. - Nicolle respondeu.

‐ De dedinho? ‐ Rebeca questionou, esticando seu decidindo mindinho. Nicolle o olhos e sorriu genuinamente.

‐ De dedinho.

Em Um Piscar De Olhos. - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora