O silêncio predominava o ambiente por alguns minutos, os mesmos onde Nicolle se permitiu admirar a beleza angelical de Rebeca. O silêncio fora interrompido pela voz da garota de olhos castanhos.
‐ Você acha que a mamãe vai demorar? - Rebeca perguntou bocejando novamente. Nicolle já havia perdido as contas de quantas vezes vira Rebeca bocejar somente nos últimos dez minutos.
‐ Ela já deve estar chegando. Por que não descansa um pouquinho? Teve um dia exaustivo e ainda tem algumas boas horas para ele acabar. - Nicolle disse serenamente.
‐ Porque a mamãe me põe para dormir e se deitar comigo. - Rebeca explicou. - Ela me conta histórias igual o papai fazia.
‐ Ela já deve estar vindo. - Nicolle disse, levando sua mão até os fios de cabelo de Rebeca.
‐ Você pode me pôr pra dormir igual a mamãe faz? - Pediu com a voz fraca, seus olhos quase se fechando já tamanho era seu sono.
‐ Claro.- Nicolle disse. - Eu só, bem, não sei como ela faz isso. - Confessou um pouco embaraçada.
‐ Deita aqui comigo. - Rebeca instruiu e Nicolle a olhou receosa, mas os olhinhos vermelhos pelo sono a fizeram acatar seu pedido.
Nicille subiu gentilmente na cama e se deitou ao lado de Rebeca, vendo a garota se mover e se deitar sobre seu peito.
‐ Hoje eu vi um montão de gente, Nick. - Rebeca disse, tendo os seus olhos já fechados.
‐ Por isso está tão cansada, imagino. - Rebeca moveu a cabeça em positivo.
‐ Pode me conter uma história? - Ela pediu baixinho e Nicolle levou uma mão ao cabelo dela, acariciando seu couro cabeludo lentamente e sorriu diante do pedido.
‐ Era uma vez uma linda princesa....
Quando Lauren retornou ao quarto seu sorriso se abriu de uma forma terna, pois se deparou com Rebeca dormindo sobre Nicolle. Ela deduziu que Rebeca lhe pedirá que que contasse uma história. Oh, como ela amava histórias!
O mais bonito de tudo era que Nicolle também dormia pacificamente, tendo um braço sobre as costas de Rebeca, como se a protegesse dos males do mundo.
A mulher sentiu-se apenada por ter que acordar Nicolle deduziu que a menina havia dormido pouco, única inteiramente por ter passado a noite no hospital com ela e Rebeca
‐ Querida... - A mulher chamou, balançando seu corpo delicadamente. Nicolle deu um salto, acordando assustada: Seus olhos arregalados e coração disparado.
‐ Oh, céus. Eu sinto muito. - Nicolle se aprontou em dizer. - Ela queria que eu...
‐ Contasse uma história. - Lauren completou sorrindo. - Eu sei, não se preocupe. Obrigado por isso. - Disse tranquilizando Nicolle. - Só te acordei porque suponho que queira comer algo e que precise voltar para a suas aulas práticas. - Os olhos de Nicolle se esbugalhados e ela verificou seu relógio de pulso, se desvencilhando cuidadosamente de Rebeca e descendo da cama.
‐ Obrigada por ter me acordado. Preciso realmente ir. - Nicolle disse, bocejando. Ainda se sentia muito cansada, mas o que poderia fazer?
‐ Obrigada você por ter cuidado dela para mim. Ela odeia ficar sozinha.
‐ Imagino. Ela disse que hoje viu várias pessoas. - Nicolle comentou, vendo Lauren assentir.
‐ Sim. O psiquiatra, a psicóloga, a imprensa, vários médicos diferentes. Por isso eu adiei de ver o fisioterapeuta, que no caso agora é você. - Lauren disse com um sorriso fraternal.
‐ Imagino que todos estejam querendo vê-la
‐ Ela não liga, mas quando a imprensa perguntou se ela se sentia preparada para voltar para a vida, incluindo a vida amorosa, bem, ela começou a chorar.
‐ Perguntaram isso? - Nicolle se sobresaltou. - Como se atreveram? Eles não sabem que ela...
‐ Oh, queria, eles sabem, mas esses ratos fazem de tudo por audiência. Eu proibi a a entrada deles aqui após isso. - Nicolle assentiu, já mais calma.
‐ Eu saio em quatro horas. - Nicolle informou um pouco constrangida pelo que se atrevia a dizer. - Quero que a senhora vá para a casa hoje, coma bem, tome um relaxante banho de descanse. Ficarei com ela.
‐ De maneira alguma. - Lauren disse seria. - Sei o quanto está cansada, querida.
‐ Mas pelo menos eu dormi algo. Amanhã começamos a fisioterapia, ela precisará de todo o seu apoio, de dormir estará cem por cento. - Nicolle disse.
‐ Mas você é a fisioterapeuta, também precisará estar cem por cento. - Clara rebateu.
‐ E estarei. Dormirei pela madrugada aqui enquanto ela também dorme. - Nicolle explicou. - E caso eu não estaja cem por cento, de qualquer forma, eu não estarei sozinha, terei acompanhamento do senhor Mark. - Lauren suspirou e olhou para a filha.
‐ Tem certeza? - Indagou. - Digo você já fez demais por ela e...
‐ Tenho. - Se antecedeu em dizer, vendo Lauren lhe fitar.
‐ Qualquer coisa, por menor que seja, você me liga. - Ela disse, vendo um sorriso se abrir no rosto de Nicolle.
‐ Vou precisar do número do seu telefone. - Três batidas na porta, que já estava aberta, fizeram as duas olharem na direção do som.
‐ Senhora Silva? - A voz de Mark perguntou apenas por perguntar, afinal sabia quem era a mulher.
‐ Pois não?
‐ Eu gostaria de falar com a senhora sobre a fisioterapeuta. - Lauren franziu o cenho.
‐ Já conversei com o chefe e com Nicolle. Tudo já está acertado.
‐ Senhora, eu sei que você adora Nicolle. - Ele começou, se aproximando, falando como se a garota não tivesse ali. - Mas comigo teremos um avanço mais rápido e eficiente. - Lauren assentiu o sorriu.
‐ Oh, fico muito feliz em saber que auxiliará Nicolle então. - Ela disse, vendo o homem entortar a boca em desaprovação.
‐ Eu quis dizer que sugiro que eu seja o fisioterapeuta principal. - Ele foi direto, fazendo Nicolle suspirar e colocar suas mãos no jaleco.
‐ Bem, acredito que eu não pago uma parcela astronômica por mês para este hospital para o senhor me sugerir algo, quando claramente o chefe o hospital já me certificou de que Nicolle é capaz.
‐ Ela é, porém ...
‐ Ela ser capaz já é o suficiente para mim. Obrigada. - Ela disse séria. ‐ Nos vemos amanhã, e como eu disse, que bom que estará lá para auxiliar Nicolle.
‐ Lauren, nos vemos mais tarde. - Nicolle disse um tanto constrangida por Mark, vendo a mulher assentir. Os olhos castanhos se direcionaram para Rebeca e ela sorriu ao ver a expressão serena em seu rosto. Caminhou até a garota e se Inclinou, deixando um beijo em sua testa, fazendo Lauren.
Denifinitavemente Nicolle cuidaria bem de sua filha na fisioterapia, mas algo dizia que aquele cuidado ultrapassava a barreira do profissionalismo e Lauren, absolutamente, gostava daquilo.
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Em Um Piscar De Olhos. - Adaptação
RomanceRebeca tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão sonhadas férias em família. Iriam para Los Angeles, porém, o destino foi cruel causando um choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante a caminho do aero...