Diários de uma Apotecária (Kusuriya no Hitorigoto) Light Novel 6

Prólogo

Comentário: pessoal, eu resolvi traduzir a Light Novel a partir do Volume 4 porque sei que as anteriores já estão sendo traduzidas por aí e o mangá (que já tem versão em português) está atualmente na LN4 (e começam a acontecer muitas coisas interessantes a partir dele :p). Eu penei pra caramba pra achar os outros volumes e sempre em inglês. E como eu amo demais essa história e quero que mais pessoas virem fãs, tô traduzindo pra facilitar o acesso.

Boa leitura!

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Jinshi encarava o braseiro crepitante. Seria outra noite fria. Basen colocou mais algumas brasas no fogo. Ficava muito frio na capital ocidental depois que o sol se punha. A mudança drástica de temperatura após o calor do dia poderia ser o suficiente para fazer algumas pessoas ficarem doentes. Mas não Jinshi. Ele não estava de fato acostumado com as noites desta região arenosa, mas no momento ele preferia o frio.

Jinshi estava descansando em um sofá, mantendo uma expressão melancólica no rosto. Na mesa à sua frente, uma xícara contendo água quente, mel e frutas cítricas cortadas permanecia intocada. Ele estava com sede, mas não conseguia se obrigar a beber. Ele não queria perder a sensação que ainda permanecia em seus lábios. Ele deixou seus dedos roçarem sua boca, como se para confirmar por si mesmo o que havia tocado seus lábios apenas uma hora antes. Seu corpo estava possuído por uma combinação de calor e melancolia que pareciam não querer ir embora.

Ele ainda conseguia ver a cena quando fechava os olhos: o rosto dela olhando para ele, e as estrelas acima deles sendo a única luz presente. Ele não conseguia enxergá-la bem, mas ainda assim parecia conseguir se lembrar dela tão claramente. Os olhos dela, geralmente lânguidos, estavam turvos, mas sua boca brilhava quente e úmida. Um fio de saliva pendeu daquela umidade e então caiu. Havia acabado. Jinshi percebeu com uma combinação de decepção e alívio. E então veio o arrependimento.

Sua parceira estava bem dentro da zona de conforto dela. Ela nunca corou, nem desviou o olhar em constrangimento. Apenas o olhou calmamente, friamente, para o homem abaixo dela. Então ela lambeu os lábios, sugando o fio de saliva. Ela não estava saboreando o brilho residual do que acontecera, mas simplesmente eliminando todos os vestígios, como se nunca tivesse acontecido. Seu pequeno corpo dominava o de Jinshi, mesmo ele sendo facilmente o dobro do seu tamanho. Sua mão estava colocada sobre o coração dele. Ela podia sentir o batimento cardíaco dele, mas ele não conseguia sentir o dela.

O que ela pensou ao sentir a forma como batia acelerado?

Era óbvio à primeira vista. O vento pegou seu cabelo, enviando ondulações por ele. Seus olhos se estreitaram, e ela olhou para de volta para ele. Seus lábios sedutores arquearam. 'Minha nossa. Já terminou?' Sua expressão pareceu perguntar, embora ela não tenha dito nada. Seu sorriso deixou claro o quanto ainda havia nela para satisfazer. Aquilo significava que ele havia perdido.

Os ombros de Jinshi caíram com a lembrança. Ele tentou dar uma resposta, mas a garota farmacêutica simplesmente disse 'Com licença.' E saiu como se nada tivesse acontecido. Ela alegou ter ouvido seu primo lhe chamando; era como se ela não tivesse mais nada para fazer ali. Ela teria ficado mais emocionada com a mordida de um cachorro. Ou uma picada de mosquito. Jinshi deu um suspiro ao retornar à realidade.

"Eu sabia, senhor. Você não está se sentindo bem, está?" Disse seu assistente, Basen.

Se Jinshi dissesse que estava se sentindo bem, Basen apenas o pressionaria sobre o que havia acontecido. E se ele dissesse que estava realmente se sentindo mal, Basen provavelmente tomaria para si a responsabilidade de cuidar de Jinshi até que ele recuperasse a saúde e nunca sairia do quarto. Havia momentos em que Jinshi desejava ficar sozinho. Ele sempre se perguntava por quê Basen não havia herdado a intuição de seu pai Gaoshun para esses momentos. Aquele jovem às vezes era um pouco lerdo.