Danças e Memórias

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Emma se ajeitava no espelho do quarto de hotel, ajustando o vestido simples e elegante que escolhera para o casamento de sua amiga de infância. Era estranho estar ali, naquela cidadezinha onde crescera, e ainda mais estranho saber que talvez encontraria pessoas do passado. Pessoas como S/n.

S/n havia sido o primeiro amor de Emma, uma chama intensa que se apagou quando cada uma seguiu seu próprio caminho, com planos e sonhos diferentes. Emma se mudara para longe, buscando uma carreira e uma nova vida, mas havia algo que sempre a trazia de volta. Era a lembrança de S/n, o riso dela, o jeito que prendia o cabelo com aquele olhar seguro e leve. Fazia tempo que não pensava nela, mas a ideia do reencontro, ainda que improvável, fez o coração acelerar.

Durante a cerimônia, Emma se ocupava em sorrir para as fotos, conversar com amigos e manter-se presente, mas cada rosto familiar a fazia sentir aquela pontada de nostalgia e saudade. E então, no meio da festa, entre músicas alegres e conversas paralelas, a viu.

S/n estava ali, com um vestido azul claro que a fazia parecer quase etérea sob as luzes do salão. Seu cabelo estava preso de forma despretensiosa, e ela sorria, conversando animadamente com alguns amigos. O coração de Emma apertou. Será que ela ainda se lembrava de tudo? De todas as promessas que fizeram, dos dias que passaram juntas?

Em um impulso, Emma pegou uma taça de champanhe e caminhou em direção a S/n, sem saber ao certo o que dizer. E, quando seus olhares se encontraram, ela viu aquele brilho conhecido nos olhos de S/n.

— Achei que nunca mais te veria — S/n disse, com um sorriso suave, que carregava uma mistura de nostalgia e surpresa.

— Eu também — Emma respondeu, tentando conter o nervosismo. — Como você está?

A conversa começou tímida, as duas compartilhando as novidades de suas vidas. Aos poucos, os sorrisos foram se tornando mais íntimos, e as lembranças surgiam de maneira quase inevitável. Uma música lenta começou a tocar, e S/n, num impulso, estendeu a mão para Emma.

— Quer dançar?

Emma hesitou por um momento, mas a saudade e o desejo de reviver aquela conexão foram mais fortes. Aceitou a mão de S/n e se deixaram levar pela música. Entre passos e giros, memórias vieram à tona. Era como se o tempo tivesse parado, como se estivessem de volta àquelas noites em que dançavam despreocupadamente, apenas aproveitando a companhia uma da outra.

Com a cabeça apoiada no ombro de S/n, Emma sentiu que tudo o que vivera até aquele momento não havia apagado o sentimento que ainda nutria por ela. O coração batia em um ritmo familiar, como se nunca tivessem se separado.

— Eu senti sua falta —Emma  sussurrou, quase sem querer, mas incapaz de segurar a verdade.

S/n apertou a mão dela suavemente, e, com um olhar carregado de saudade e ternura, respondeu:

— Eu também. Mais do que você imagina.

Ali, naquele momento, o tempo parecia ceder. Não havia dúvidas, não havia palavras certas ou erradas. Havia apenas as duas, e a promessa de que, dessa vez, talvez as coisas pudessem ser diferentes.

O olhar de uma encontrou o da outra, e por um instante tudo o que existia era aquele espaço entre elas, carregado de expectativa e desejo. Com uma leve hesitação, os dedos dela roçaram a bochecha da outra, traçando uma linha suave até o queixo, como se estivesse desenhando o caminho que seus lábios seguiriam.

Então, lentamente, seus rostos se aproximaram, as respirações se misturaram, e finalmente os lábios se tocaram em um beijo delicado, quase como se temessem quebrar aquele momento. Era doce e quente, carregado de sentimentos que há muito tempo haviam ficado guardados. A suavidade inicial logo deu lugar a algo mais profundo, um beijo que falava de saudade, desejo e de uma verdade não dita.

Com as mãos entrelaçadas e o coração batendo em ritmo acelerado, elas se perderam naquele instante, como se o resto do mundo simplesmente tivesse deixado de existir.

《IMAGINES》EMMA WATSONOnde histórias criam vida. Descubra agora