4 - o que você fez?

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✨️Eliza Hartmann


Molhei minhas mãos e as passei pelo rosto, encarando meu reflexo no espelho, enquanto minha respiração estava descompassada. O sinal já havia soado há alguns minutos, mas o medo de enfrentá-lo novamente ainda me perseguia como uma sombra persistente.

- O que você está fazendo aqui? Deveria estar em aula, mocinha - a porta se abriu abruptamente, revelando uma senhora de cabelos grisalhos que parecia responsável pela limpeza. Ela se aproximou de mim com um olhar preocupado. - Está tudo bem, jovem?

- Éee sim, tudo ótimo - respondi com um sorriso amargo, tentando esfregar o cansaço dos olhos.

Ela me observava com um semblante de preocupação genuína, mas decidi que não esperaria mais por nenhuma reação. Com passos apressados, dirigi-me à sala.

Bati levemente na porta - "Com licença, posso entrar?" - e ao abri-la, todos os olhares se voltaram para mim.

- Está tudo bem, senhorita?...

A mulher que provavelmente seria a professora cruzou os braços, como se tentasse recordar quem eu era.

- Eliza.

- Certo, senhorita Eliza. Sente-se, por favor - ela indicou um lugar entre as mesas.

E lá estava ele...

Seus olhos fixos nos meus, mas não de forma amigável; o maxilar travado denunciava uma intenção obscura, como se quisesse me ferir. Ele me seguiu com o olhar até que eu tomasse meu assento ao seu lado.

- É melhor você se acostumar com minha presença, Eliza Hartmann. Temos um longo ano pela frente e eu prometo que será terrível - disse ele com um tom de promessa ao perceber minha respiração descompassada.

- Por que você está fazendo isso? Eu nem conheço VOCÊ! - desafiei com a voz grave mas ao mesmo tempo baixa.

- Pergunte ao seu irmão; ele sabe muito bem o motivo.

❦▪︎▪︎▪︎

- Mãe...? - A mesa estava envolta em um silêncio denso, como se o ar estivesse pesado. Minha curiosidade, no entanto, fervilhava como um vulcão prestes a entrar em erupção.

- Diga, Eliza - respondeu ela, enquanto uma colherada de comida desaparecia em sua boca.

Mordi os lábios, o medo apertando meu peito, mas a curiosidade era mais forte.

- É que... - travei nas palavras, mas uma centelha de coragem iluminou minha mente.

- Quem é Damon? E por que ele tem tanta raiva da gente? - minha voz tremia levemente, as palavras escapando como um sussurro hesitante.

Os olhos dela se arregalaram, e com um movimento brusco, ela bateu as mãos na mesa, fazendo a comida voar pelo ar. Levantou-se abruptamente, como se a indignação a empurrasse para fora da cadeira.

- Eliza Hartmann! Não quero que você tenha qualquer tipo de contato com esse garoto! Ou com qualquer um daquela família! - Ela rugiu, a intensidade de suas palavras reverberando no ar pesado da sala.

A explosão dela me deixou intrigada. Ok, ele claramente não era uma boa influência, mas... por que tanto alarde?

Talvez o que ele disse fosse verdade...

Não! NÃO! Eles não poderiam ser capazes disso. Eliza, são seus pais!

- Eliza, você está ouvindo sua mãe? - meu pai interveio da ponta da mesa, sua voz grave cortando o silêncio como uma faca afiada. - Os Parkes não são de confiança. Entendeu? Fique longe deles!

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