𝑩𝑎𝑑 𝑩𝑢𝑑𝑑𝑦 ━ 𝐂𝐡𝐚𝐧𝐌𝐢𝐧

𝐗𝐈𝐗

BC

Estranho.

Provavelmente foi a única palavra que surgiu em minha mente quando eu estava rolando na cama depois de acordar, tomar banho, trocar de roupa e comer. Mesmo que o quarto seja o mesmo, a cama, o cobertor e o travesseiro, tudo é como era antes. Mas, porque meu coração está diferente? Parece mais frio. O cobertor não é tão quente quanto o antigo, a cama parece estranhamente larga, ou até mesmo um silêncio desconhecido. Já faz quatro anos que moro aqui e nunca senti esse sentimento. Mas agora, Seungmin foi para casa passar apenas um dia, porque o quarto está tão sem vida? 

Eu devo estar acostumado a ter outra pessoa circulando pelo dormitório e me abraçando direto, mais de vinte e quatro horas consecutivas. Fechei meus olhos, quanto mais eu dormia, mas via o rosto do Kim.

Esse hábito é assustador.

Saio do quarto para olhar a sala de estar, que estava completamente limpa durante o spin-off. Por um mês, comi e dormi na frente do computador, olhando para a tela como um zumbi sendo retirado de um buraco e forçando os olhos a permanecer abertos até completar a tarefa a tempo. Era difícil tomar banho todos os dias, então não esperava que eu limpasse o quarto. Mas mesmo que uma pessoa boba como Seung estivesse se saindo melhor, se levantando e limpando a casa para se sentir revigorado, no geral ainda estaria bagunçado de qualquer maneira. Peguei os sacos pretos que continham os restos do modelo, que sobraram do meu trabalho e fui para a lixeira perto do elevador. Voltei para o quarto lavar as mãos, peguei a mochila e coloquei no ombro me preparando para ir para casa.

Mas vou voltar porque não durmo em casa há um mês. Estou com saudade dos meus pais, não é pelo cachorro fofo digo idiota que foi chamado para ir para casa primeiro...

🍊

Saí do táxi e parei em frente da minha casa. Olhei pelo canto dos olhos para ver seungie de pé na varanda. Ele ergue as sobrancelhas e faz uma careta de surpresa. 

— Eu voltei.

Assim que passo pela porta, encontro minha mãe lendo um livro no sofá perto da varanda. Minha mãe sorriu docemente e abriu os braços para eu entrar e abraçar-la com força.

— Por que parece estar tão cansado meu filho? Você não dormiu bem, certo? — Ela me abraçou até ficar satisfeita, depois levantou a cabeça para olhar para mim. Acariciando levemente suas mãos brancas, na lateral das minhas bochechas, antes de tocar sob os olhos. — Olhe para seus olhos, está tão escuro.

— Um pouco, mas agora estou confortável. — Eu sorri e me movi para beijar-la mais uma vez. — E o pai?

— Ele saiu, já deve voltar. Vamos pegar suas coisas, levar para cima e depois descemos para comer. Eu irei pedir para alguém trazer o almoço e servir novamente na mesa.

— Allright¹.

Eu respondo e deixo os braços da minha mãe. Dou outro sorriso e subo as escadas para o meu quarto. Não tenho tempo nem de abrir a porta ou guardar a bagagem, quando o celular na minha calça começa a tocar. Eu nem preciso adivinhar quem era.