Capítulo 02

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Dakota Gordon

A música alta impede que os meus pensamentos se espalhem por toda a minha mente e eu consigo curtir como se essa fosse a última noite da minha vida. A sensação de liberdade domina meu corpo e me movo seguindo as batidas que ecoam.

Já não sei exatamente o quanto de bebida ingeri, mas aceito o copo quando a Diana me entrega. A bebida gelada desce pela minha garganta me energizando, não quero ser responsável agora, não quero pensar sobre como vou estar quando chegar em casa. Ainda bem que fui convencida a vir até aqui.

Sinto uma mão envolvendo a minha cintura e abro os olhos, me deparando com um rapaz alto, corpo definido, mas não musculoso demais, ele tem um sorriso aberto, safado, e seu cabelo cacheado cai sobre seus olhos. E ao invés de afastá-lo, apenas deixo, acompanhando-o em uma dança um pouco desorganizada, mas divertida.

— Acho que dançamos bem juntos — Ele comenta, ao abaixar para falar em meu ouvido, e minha pele arrepia.

— Concordo — Respondo com um sorriso pequeno, sem desviar os olhos dele.

— Como é seu nome? — pergunta, apertando a minha cintura.

— Dakota, e o seu?

— James — Ele sorri — Quer descobrir se fazemos mais coisas bem juntos?
Pondero por um breve segundo, mas descarto qualquer negativa. Não posso deixar que as loucuras da minha mente me controlem. Coincidências são apenas isso, coincidências.

— Adoraria — Respondo, sorrindo de lado.

James segura na minha nuca e inclina seu corpo para seus lábios alcançarem os meus, seu beijo é morno e não me causa sensações pelo corpo, mas ainda assim continuo o beijo. Quero aproveitar essa noite como se fosse a última da minha vida.

Eu sou dona da minha vida!

Não me importo com suas mãos percorrendo o meu corpo e me puxando para mais perto, até consigo sentir seu pau contra mim, começando a ficar duro. Sua boca desce para o meu pescoço e seus dentes arranham a minha pele. E tudo isso acontece no meio de todos, mas ninguém parece estar realmente se importando.

Eu mesma não estou me importando de estar tão a vista, não sei se por causa do álcool que já ingeri ou se pela necessidade absurda que estou sentindo de provar que sou dona de mim, que posso fazer qualquer coisa quando quero fazer. Mesmo que seja beijar um desconhecido em uma festa aleatória.

Não será um bilhete em uma caixa que me dirá o que posso ou não fazer.

— Vamos para um lugar mais reservado — ele sugere ao mesmo tempo que segura a minha mão para me guiar entre as pessoas.

Me deixo levar, acompanhando-o, até o momento que sinto uma mão envolvendo meu braço contrário e me puxando sutilmente para trás, mas quando me viro, não há ninguém. Meu coração dispara pelo susto, meus olhos vagueiam entre as pessoas, porém não há como saber quem foi e muito menos o porquê.

— Você está bem? Por que parou? — James questiona, me olhando confuso.

— Eu preciso ir ao banheiro antes — Digo um pouco atordoada. Se eu jogar uma água no meu rosto, essa sensação estranha irá me deixar, tenho certeza.

— Vamos no perder assim — Ele reclama, arqueando a sobrancelha.

— Me espera perto do bar — Peço, já me soltando dele.

— Olha, você é gatinha, mas não é a única aqui...

— Não me importo, faz o que você quiser — interrompo, e no mesmo instante me afasto, indo para o lado oposto.

Não olhei para trás para saber se ele estava ou não vindo atrás de mim. Realmente não me importo, mas meu corpo inteiro parece ter entrado em estado de alerta, como se gravidade da terra estivesse me puxando ainda mais para o chão.

Minha cabeça está girando, e minha respiração fica pesada. Não é o momento e nem a hora de me sentir assim. Deixo uma risada amarga escapar pelos meus lábios, como se fosse possível controlar o momento em que uma crise de ansiedade atingirá a gente. Preciso de espaço, e quanto mais esbarram em mim, mais atordoada fico.

Entro no banheiro apressada, esbarro em algumas garotas, mas não me atento ao que elas dizem. Jogo água no meu rosto, sei que isso pode acabar com a minha maquiagem, porém preciso buscar uma forma de me acalmar. Me encaro pelo espelho, me sentindo patética como uma adolescente no ensino médio que corre para se esconder. O rímel escorre pelos meus olhos, manchando minhas bochechas e já não há batom nos meus lábios. Que se dane tudo!

Pego o papel-toalha para secar as mãos e entro em uma das cabines, sentando na tampa abaixada do vaso. Não era para ser assim, não era para acabar tão ruim. Eu só queria me divertir um pouco, por que...esquece.  Puxo o ar devagar, melhor eu ir para casa.

Destravo a porta para sair, ficar me lamentando aqui não me levará a nada. Empurro a porta, mas ela não se move, só então percebo que está silencioso demais para uma boate no auge da noite e que não há conversas acontecendo no banheiro. É um silêncio assustador. Empurro a porta outra vez, mas ela está travada por fora.

— ME SOLTEM, ESTOU PRESA AQUI! — Grito, sentindo o desespero começar a me percorrer. — ALGUÉM ABRE A PORTA, POR FAVOR!

— Eu disse para você não sair, pedi para que ficasse em casa — escuto uma voz grossa ecoando, e suas palavras me acertam como balas — Você é muito desobediente, Brotinho.

— Quem é você? O que você quer? — Pergunto com a voz tremula — É uma piada muito sem graça tudo isso.

— Piada? Não há nenhuma piada — Ele suspira audivelmente — Eu tinha um compromisso muito importante hoje e precisei adiar porque você não me obedeceu...

— Você não manda em mim, seja lá quem você for! — Exclamo, aterrorizada de medo.
Quem é ele? O que está acontecendo? E não tenho certeza se realmente quero as respostas dessas perguntas.

— Você é minha. E no momento certo, você saberá quem eu sou, por enquanto, pense em mim como aquele que sempre te observa — Meu corpo inteiro se arrepia, como se uma brisa fria estivesse passando por mim — siga minhas instruções, não queremos mais problemas como hoje, certo?

— Não! Me deixe em paz! — Queria ter gritado, mas minha voz foi quase um sussurro.

— Até breve, meu Brotinho.

Minha porta se abre, mas não tenho forças para sair do lugar, nem voz para gritar. É como se todos os meus demônios estivessem certos e o meu pesadelo se materializado. Sempre senti que era real, mas... mas agora tudo parece aterrador demais.

Caio sentada, meu celular começa a tocar e tocar, mas não posso atender agora, não conseguiria emitir nenhum som. Olho para a tela do aparelho e a mensagem da Diana faz meu estomago revirar.

Diana Best S2
Amiga, onde você está?
Mataram um cara...
Estou preocupada com você e nós temos que ir embora daqui.
por favor, me atende!

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Olá, espero que tenham gostado do segundo capítulo 🥰

Querem que eu poste fotos de como imagino os personagens ou vocês preferem só a descrição?

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Bjinhos e até a próxima 🥰

30/10*

ImpudicoOnde histórias criam vida. Descubra agora