Episódio 02. Luxúria

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Masturbação, uma coisa que eu nunca precisei fazer antes, sempre estive muito ocupado tentando sobreviver, minha única qualidade era fazer veneno e isso apenas diminuía minhas chances de conseguir um emprego. Quando eu era mais novo eu era tão magro que não dava para vender meu próprio corpo, nem um comércio de prazer me queria nem mesmo para lavar pratos, eu não os julgo, reconheço que no passado eu parecia um pequeno inseto atropelado depois de ser atingido por um raio.

Então ficar ereto depois de olhar um par de seios não era exatamente meu problema na época. Mas agora todos esses hormônios estão querendo ser libertados, mas se eu fizer isso pensando no imperador nunca irei me perdoar, nunca!.

— Um orfanato de crianças, o livro de Manyoshu, ser esfaqueado... — Abro os olhos olhando para baixo novamente, esperando que a ereção tenha sumido, mas não, ainda estava lá, latejando.

Dou um suspiro cansado sentindo um desconforto crescente, sabendo o que eu teria que fazer, abaixo a cueca até chegar no tornozelo, deslizando a mão por dentro do kimono até chegar na minha ereção, eu não queria ver meu próprio pênis, não nesse estado, apenas provaria para mim mesmos que eu sou um grande pervertido.

Eu começo a mover minha mão para cima e para baixo desleixadamente, não conseguindo pensar em outra coisa a não ser o imperador, eu realmente tento pensar em mulheres com peitos e nádegas avantajadas, porém é questão de segundos até que todos meus pensamentos voltem para o imperador e seu sorriso semelhante de um gato astuto depois de roubar um grande pedaço de peixe.

— Não é minha culpa, os hormônios... — Eu penso antes que a voz imaginária do imperador ecoe na minha cabeça turbulenta

— Ness, não minta. — A voz dele era suave e distante como se ele estivesse no fundo de um túnel.

— Meu imperador... — Sussurro para mim mesmo, os olhos fechados para conseguir imaginar o rosto do imperador com mais detalhes, acelerado minha mão. Eu não obtenho respostas então o chamo novamente — Meu imperador — Digo, esperando que a voz ecoe novamente na minha cabeça.

— Ness — Nessa vez a voz dele ecoa como se estivesse perto do meu ouvido.

— Meu imperador — Chamo novamente, minha voz rouca, sentindo todo meu corpo se arrepiar.

Era imaginação, nada passava de um fruto da minha cabeça, e esse fruto cairia assim que eu abrisse meus olhos. Eu sabia disso, mas eu queria que o imperador estivesse ali, entre minhas pernas, fazendo todo trabalho enquanto eu apenas teria que me preocupar em não machucar as costas dele com minhas unhas curtas.

— Servo insolente — A voz dele sussurra no meu ouvido novamente.

Certo, ele é fruto da minha imaginação, então ele sabe meus pensamentos sujos, minhas ações sujas. Minhas bochechas ficam mais vermelhas, não sei dizer se é de excitação ou de vergonha, talvez de ambos.

— Meu imperador, me desculpe — Choramingo rouco, como se fosse uma criança depois de levar uma bronca da mãe.

— Você pede desculpas com a mão no pau?, que irônico. — Ali estava, aquele maldito sorriso de gato estampado no rosto dele.

Não consigo parar de mover minhas mãos, eu apenas quero que tudo acabe, que o fruto caia e eu volte ao meu normal, que o imperador simplesmente desapareça. Caso contrário eu iria morrer de vergonha.

— Merda!... — Fecho minhas pernas contra meu braço, jogando a cabeça para trás enquanto gozo na minha própria mão que eu tinha colocado em volta da cabeça do penis para não sujar meu kimono.

A voz do imperador parou junto com o tempo. Me pergunto como conseguir ver tantas coisas com os olhos fechados. Parecia tão real. De qualquer forma, tirando o suor e a respiração ofegante eu me sinto bem, muito bem para falar a verdade, quase como se eu tivesse tirado um grande peso das costas, talvez é isso que acontece quando você se masturba pela primeira vez.

𝙽𝚎𝚜𝚜, 𝚘 𝚖𝚎𝚍𝚒𝚌𝚘 𝚍𝚘 𝚒𝚖𝚙𝚎𝚛𝚊𝚍𝚘𝚛Onde histórias criam vida. Descubra agora