Episódio 03. Cabelos dourados como o sol

78 7 7
                                    


Os segundos nunca foram tão lentos, parecia horas, o cheiro da mão do imperador tinha cheiro de sabão, sabão de verdade, não cheiro do sabão de sebo que tinha na lavanderia. Eu queria sentir o perfume dele, talvez se eu me inclinasse um pouco... não, não, não, absolutamente não!. Se já estou duro apenas com um simples toque dele, posso gozar se chegar mais perto.

— Acho que ele já foi — Ele diz dando um suspiro aliviado tirando a mão da minha boca fazendo eu recuperar a respiração.

— Meu senhor, o que está acontecendo? — Questiono preocupado.

— Eu dei uma fugidinha — pisca um dos olhos para mim.

— O que?! — Agarro os ombros dele — Meu senhor é perigoso, e se alguém souber?!

— Shhh — Coloca o dedo indicador no meus lábios fazendo eu olhar para um lado e para o outro desconfiado

— S-senhor, e-estou apenas preocupado, isso é perigoso — Sussurro deixando meus braços caírem ao lado do corpo.

— Certo, você pode vir comigo — Tira o dedo dos meus lábios, dando seu típico sorriso astuto.

— O que?!, n-não f-foi isso que eu quis dizer... — Arregalo os olhos sentindo o sangue das minhas bochechas esquentarem.

— Venha — Ele pega meu pulso, me puxando para fora do beco me arrastando pelas ruas da cidade.

Enquanto o imperador me arrastava pela cidade movimentada, não consigo parar de notar como ele era bonito com o sol da manhã batendo no rosto dele. Normalmente ele usava kimonos de tecidos macios e luxuosos que às vezes se arrastavam no chão, mas agora ele estava usando hanbok azul simples, que era de um tecido mais vagabundo se comprar aos kimonos ostentosos, junto com um gat na cabeça.

Por algum motivo o imperador ainda se destacava na multidão, não apenas pelos longos cabelos loiros brilhantes que balançavam tão graciosamente conforme o vento assoprava, e sim pela postura confiante que ele andava. Não parece um imperador ou um cidadão normal, ele parece um nobre rico de nariz empinado, a ideia é o suficiente para me fazer dar uma suave gargalhada enquanto ele me puxava.

— Meu imperador, se me permite perguntar onde estamos indo? — Pergunto ainda um pouco aflito.

— Me chame de Kaiser.

— Meu senhor, eu não quero me meter em encrenca...

Irônico dizer isso enquanto eu continuo o seguindo, deixando ele me puxar e me levar para sei lá onde. Encrenca?, esse era o sobrenome do imperador. "O imperador degola convidados rudes que às vezes aparecem no castelo", foi isso que ouvi dos outros servos.

— Ness, seja um bom menino e cuide do seu senhor, ok?, apenas hoje — Diz com um leve tom de brincadeira. Ele não tinha planos de me deixar ir, e essa era a melhor coisa que já aconteceu em toda minha miserável vida.

— Você lembrou do meu nome — Minha voz saiu baixa como se fosse um suspiro.

— Eu disse de lembraria, não disse? — Eu aceno fracamente com a cabeça como resposta, fazendo uma pausa antes de questionar novamente

— Senhor, para onde estamos indo?

— Para yūkaku — Responder normalmente.

— Meu imperador!... — Antes de eu protestar sou jogado contra a parede de madeira de uma casa perto de um beco estranhamente vazio, sendo cercado por um dos braços do imperador

— Kaiser, é tão difícil me chamar assim? — Seus olhos fixa no meu rosto assustado

— Meu senhor...

𝙽𝚎𝚜𝚜, 𝚘 𝚖𝚎𝚍𝚒𝚌𝚘 𝚍𝚘 𝚒𝚖𝚙𝚎𝚛𝚊𝚍𝚘𝚛Onde histórias criam vida. Descubra agora