O MENOR DOS MEUS PROBLEMAS

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Lorena

Porra Lorena, porque você não me falou sobre o Richard? — Guilherme pergunta indignado.

— E desde quando você começou a se interessar por quem eu fico ou deixo de ficar Lira? — devolvo a pergunta o chamando pelo sobrenome, querendo deixar bem claro que não estava com paciência para aquele assunto.

— Na verdade eu prefiro não saber... — respondeu respirando fundo e olha em meu olhos com intensidade, me fazendo olhar para sua boca. — Mas, quando o Thomaz me contou, eu fiquei puto, o cara dando em cima de você de graça! — finalizou desviando o olhar.

— O Thomaz é um fofoqueiro e o Richard um sem vergonha! — digo com desdém. — Você sabe muito bem que eu sei me cuidar sozinha. — digo olhando para ele.

— Sei. — respondeu concordando ainda de cara fechada. — E é exatamente por isso que eu me preocupo, você não tem noção do perigo porque sempre resolve tudo sozinha. — finalizou cruzando os braços e é inevitável não olhar para as tatuagens.

— Aí Lira, me economiza! — digo sem paciência. — Eu tenho muito mais com o que me preocupar, um jogador atirado é o menor dos meus problemas. — foco meu olhar no portão da escola e me perco em meus pensamentos.

Léo vai e volta da escola todos os dias com o transporte escolar, mas como eu não estou trabalhando, faço questão de pegar ele na hora da saída.
Para o meu alívio ele estuda em uma das escolas onde Guilherme dá aula, assim meu amigo consegue ficar de olho, nem que seja um pouco, no meu pestinha.

Assim como eu, meu irmão tem um gênio muito forte e era recorrente receber ligações da diretora, dizendo que ele aprontou alguma coisa. Às notas no garoto são excelentes, mas seu pavio é curto, o que não é uma surpresa me tendo como seu exemplo mais próximo.

— Às coisas vão dar certo preta, você vai ver. — ele diz passando o braço pelo meu ombro e beija meu rosto. Guilherme me chama da mesma forma que minha mãe me chamava, o que me conforta de certa forma.

— Você me irrita e depois vem de graça, né? — digo cerrando os olhos, o fazendo rir.

— Eu não sou nem louco de te deixar irritada por muito tempo. — respondeu arregalando os olhos, me fazendo rir.

O sinal começa a tocar e não demora para que a calçada da escola fique cheia de crianças, logo vejo meu irmão sair acompanhado dos seus amigos e sorri ao me ver.

— Oi Lola. — Léo diz ao se aproximar de mim.

— Antigamente você saía correndo quando me via aqui. — digo colocando as mãos na cintura.

— Eu gosto que você vem me buscar, mas os caras ficam me enchendo o saco depois. — respondeu olhando para os amigos, que nos observavam de longe e cochicham entre eles.

— Porque? — Guilherme pergunta cerrando o cenho.

— Porque eles falam que a Lola é a "irmã gostosa da moto". — respondeu respirando fundo me fazendo arregalar os olhos.

— Moleque nessa idade é uma praga, puta merda. — Guilherme diz negando com a cabeça e segura o riso.— E você não fala nada?

— Mando eles se fo...

— Leonardo! — digo entre dentes ele revira os olhos, por mais que palavrões façam parte do meu vocabulário, eu odiava que meu irmão falasse por detestar crianças mal educadas.

— Lola, olha... — ele diz mudando de assunto e abre sua mochila. — Preciso de outra. — ao me mostrar a chuteira rasgada, sinto meu rosto ferver de raiva.

MELHOR ERRO - RICHARD RÍOSOnde histórias criam vida. Descubra agora