SÓ UM LANCE

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Richard

Sinto as gotas de suor se misturarem com as da chuva, enquanto corro ao redor do campo e pulo os obstáculos espalhados pelo gramado. Eu odeio treinar ou jogar embaixo de chuva, tudo fica mil vezes pior nesse clima.

Falando em clima, desde que cheguei no CT queimo os neurônios para entender o que deu em Lorena. Depois da festa de aniversário do Léo, imaginei que ela ia abaixar um pouco a guarda comigo, mas está me tratando como um desconhecido e completamente séria. Eu entendo e sei que ela não quer misturar o profissional com o pessoal, mas me ignorar completamente é estranho.

— Acorda porra! — Veiga diz quando acerta uma bolada na minha cara.

— Não vou nem gastar minha energia com você. — respondo voltando o foco no treino tático com a bola.

— Você sabe o que isso significa, né? — Piquerez ri e chuta a bola para Veiga.

— A fisioterapeuta, é claro! — o camisa vinte e três responde jogando a bola para mim.

— Vocês não tem a vida amorosa de vocês pra cuidar? — chuto a bola com força em direção ao uruguaio, arrancando uma gargalhada dele.

— Desabafa irmãozinho... — Veiga diz um pouco mais sério. — Como foi a festa do irmão da Lore no sábado? — perguntou devolvendo a bola para mim.

— Melhor do que eu esperava. — um sorriso involuntário aparece em meus lábios, apenas em lembrar da bunda gostosa da morena.

— Se você conseguiu o que queria, porque está desse jeito? — Piquerez pergunta quando chuto a bola para ele.

— Não transamos, se é isso que vocês querem saber! — respondo um pouco mais baixo, devido aos outros grupos de jogadores estarem próximos de nós.

— Então é isso, quando você conseguir o que quer essa agonia acaba. — Veiga diz como se fosse óbvio. Definitivamente eu estava contando com isso.

Se eu gostasse do que ainda não provei, não sei se aguentaria todo esse cu doce e mudanças de humor só para foder mais uma vez. Mas, no fundo eu sei que uma vez não seria suficiente.

Ela diz que não quer misturar as coisas, mas isso não significa que ela deve me ignorar completamente no trabalho. Eu não mereço nem um "bom dia" porra? — travo o maxilar e fico mais incomodado do que deveria.

— Tadinho, agora ele é um homem de "bom dias" e "conversas formais". — o uruguaio força uma cara de pena e mostro o dedo do meio para ele.

— Você gosta dela? — Veiga pergunta na lata.

— Claro que não, é só um lance! — respondo rapidamente e convicto. — Já falei, não sou emocionado igual vocês não. Além do mais, a Lorena é igual a mim, não nasceu para ser presa a ninguém. — falar aquilo em voz alta é estranho, mas ignoro.

— Pausa para hidratação, depois troquem os trios. — o preparador físico grita e todos param o treino.

Passo a mão no rosto para tirar o excesso de água e caminho em direção a marquise, involuntariamente olho para onde Lorena estava, acompanhada da sua equipe. era porra da milésima vez que eu olhava para ela.

Rodrigo explicava alguma coisa no tablet e ela olha tudo atenta, o que me deixa maluco. A postura séria que ela tem no trabalho é extremamente sexy, ainda mais quando coloca o óculos de grau e me faz imaginar coisas absurdas.

Faço a proeza de me autossabotar e olho para o seu corpo esculpido, automaticamente me lembrando da sua bunda redondinha e sua buceta rosa claro, tão perfeita e viciante, que aliás, fez com que eu tivesse que me aliviar sozinho. A merda da aposta que fizemos estava me tirando do eixo, meu orgulho ficou no limite de ser destruído, mas eu não quero perder a oportunidade de ver a fisioterapeuta implorar por mim. Preciso me controlar muito, pois do jeito que as coisas estão, quem vai implorar por ela sou eu.

MELHOR ERRO - RICHARD RÍOSOnde histórias criam vida. Descubra agora