DARKSIDE - Mattheo Riddle.

PROLOGUE

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Arabella Potter sempre soube que, para seus pais, era uma figura secundária, uma presença quase esquecida ao lado do filho que eles tanto amavam. James e Lily Potter jamais a maltrataram diretamente, mas o carinho, a admiração e o orgulho eram exclusivamente direcionados a Harry. Ela ganhava presentes caros e tudo o que materialmente pudesse desejar, como se aqueles objetos pudessem substituir o amor que ela precisava. Mas os abraços eram reservados ao irmão; os sorrisos de aprovação, os olhares de orgulho, as conversas sobre sonhos e expectativas, tudo era para ele. Para Arabella, restavam apenas os momentos de silêncio e as paredes que pareciam absorver sua tristeza, dia após dia.

Ao longo dos anos, esse vazio criou em Arabella uma barreira emocional. Por fora, ela aparentava ser forte e impenetrável, mas por dentro havia uma jovem que desejava desesperadamente ser vista e valorizada por quem realmente era. Essa necessidade por aceitação a acompanhou até Hogwarts, onde, ao ser selecionada para a Sonserina, ela finalmente encontrou amigos que a enxergavam além do nome Potter e de seu parentesco com o "menino que sobreviveu".

Na Sonserina, conheceu Theodore, Draco, Mattheo – pessoas que não a julgavam pelas expectativas que a sociedade colocava sobre a família Potter. Com eles, Arabella encontrou algo que nem sabia que poderia existir: amizade verdadeira e respeito. Theodore, sensível e astuto, sabia compreender o lado introspectivo de Arabella e respeitava seu amor pela arte, muitas vezes passando horas em silêncio com ela enquanto ela desenhava. Draco era um amigo leal, que reconhecia em Arabella a mesma sede por autonomia e o desejo de provar seu próprio valor, sem viver à sombra da família.

Com Mattheo Riddle, o laço era mais profundo. Havia entre eles uma compreensão mútua sobre o peso dos legados familiares e o destino que os outros queriam impor a ambos. Mattheo também era marcado pelas sombras de seu passado e carregava segredos que poucos ousavam saber. Ao lado dele, Arabella não era "a irmã do herói" – era alguém com quem ele dividia segredos, aspirações e um caminho incerto, marcado por escolhas que poucos entenderiam.

Além de Theodore, Draco e Mattheo, Arabella também encontrou apoio em Lorenzo, Blaise e Lilith, formando um círculo de amigos na Sonserina que se tornou mais próximo do que qualquer vínculo familiar que tivera. Cada um desses amigos, à sua maneira, ajudava Arabella a construir sua própria identidade, livre das expectativas sufocantes associadas ao nome Potter.

Lorenzo era intenso e leal, alguém que compartilhava com Arabella uma alma artística e compreendia seu amor por desenhar e pintar. Os dois frequentemente passavam horas juntos na sala comunal, trocando ideias e esboçando detalhes sobre seus mundos internos. Lorenzo era a única pessoa em quem Arabella confiava para ver seus desenhos inacabados, pois ele sabia exatamente o que eles significavam para ela.

Blaise, por outro lado, era calmo, observador e muitas vezes seu conselheiro mais direto. Com um humor refinado e uma sabedoria que raramente compartilhava com os outros, ele oferecia uma perspectiva que ajudava Arabella a entender melhor suas próprias emoções e a relação complicada com os pais. Blaise era o tipo de amigo que não precisava de palavras para mostrar apoio; um simples olhar era o suficiente para demonstrar que ele estava ao lado dela, principalmente nas horas mais sombrias.

Lilith completava o grupo com uma força decidida e feroz. A jovem Sonserina compreendia Arabella de uma maneira única e incentivava sua busca por autonomia e autoconhecimento. Lilith desafiava Arabella a ser fiel a si mesma, a não ceder ao peso das expectativas alheias e a seguir seus instintos, mesmo que isso significasse trilhar um caminho mais sombrio. Com Lilith, Arabella encontrava coragem para explorar seu verdadeiro potencial, sem medo de julgamentos.

Na companhia dos amigos da Sonserina, Arabella encontrava a aceitação que nunca recebeu em casa, uma sensação de pertencimento genuíno que preencheu as lacunas deixadas por anos de frieza familiar. Com eles, não precisava fingir ou esconder sua dor; podia ser ela mesma, com todos os traumas e complexidades que a cercavam.

Com esses amigos, Arabella finalmente se sentia livre para ser quem era, alguém muito além do título de "irmã de Harry Potter." Em suas companhias, não havia comparações nem expectativas, apenas apoio incondicional. No fundo, eles compartilhavam algo em comum: todos, de alguma forma, lutavam para encontrar seus próprios caminhos e identidades, independentemente das sombras de suas famílias e legados.