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UM MÊS DEPOIS...
MAYA MILLER
DEZEMBRO, 2024
07:10 PMDIA 20 DE DEZEMBRO, aniversário de 36 anos de Jake Miller, meu irmão mais velho. Viemos até um restaurante local para "não deixar o dia passar em branco", segundo minha mãe. Brinco com Sophie, filha de Jake, que se encontrava sentada em uma cadeirinha que o local disponibilizou para nós. A criança de 4 anos, cabelos cacheados, pele escura e sorriso contagiante ria de forma incessante enquanto eu escondia meu rosto com o guardanapo pela 5ª vez. Luíza, noiva de Jake usava sua câmera cybershot para fotografar a cena e registrar momentos do jantar. Já Arthur, enfiava batatas fritas em cada lado da boca, jurando que estava idêntico à um vampiro.
— Sério, vocês vão gostar do meu amigo. Ele é um cara maneiro. — Jake diz para nossos pais e passa parte do guardanapo na boca e na barba por fazer. — Ele trabalha comigo. O cara é um gênio dos números. Um pouco fechado, porém um gênio.
Presto atenção na conversa e deixo Sophie ver desenho em meu celular.
— Ah, ele deve ser mesmo um amor, filho. — Minha mãe passa as mãos com cuidado no rosto de Jake e eu reviro os olhos.
Bom, Jake era o favorito. O mais velho, o primeiro, o mais inteligente, com a vida completa, uma família, dinheiro e status. A cara da minha mãe, tudo bem que todos nós somos extremamente parecidos - loiros, brancos e olhos claros -, mas para minha mãe, ele tinha o diferencial. Em segundo lugar, Arthur. "O tesouro". Vindo de barriga de aluguel devido aos óvulos maduros demais da minha mãe. É o típico caçula mimado que tem tudo o que quer. Porém consegue ser um doce quando quer. Quando quer. E em terceiro lugar, eu. A do meio, meio azarada, solteira, sem planos extremamente elaborados para o futuro, nada rica. O tipo de pessoa que, se tivesse um carro, com certeza vasculharia o porta copos em busca de moedas. A filha que decidiu cursar psicologia ao invés de querer ser alguma Albert Einstein ou alguma advogada de sucesso.
Volto à realidade quando escuto a voz de Jake ecoar novamente pela mesa no meio do ambiente levemente movimentado. Aliás, era segunda feira.
— Ele chegou, sejam normais. Ou pelo menos tentem, ok? Caso o contrário, vão assustar ele — Jake me encara antes de se levantar da cadeira e acenar para o nada. Provavelmente para o tal amigo.
Não entendi...
— Galera, esse aqui é o Drew! — Jake passa o braço sobre o ombro do homem loiro que me encarava.
Só pode ser brincadeira.
— Drew, essa é minha mãe, Clarisse. Esse é meu pai, Will. Minha noiva e minha pequena você já conhece. Aquele molequinho vampiro ali, é Arthur, meu irmão mais novo. Ah, e essa é Maya, minha irmã também. — Jake fala simples enquanto puxa uma cadeira para que o mesmo se sente entre ele e minha mãe.
— Prazer, é um prazer conhecê-los. — Ele não rende muito assunto. Parece tímido. Acuado.
— Jake falou sobre sobre você, rapaz. — Minha mãe inicia a conversa. - que duraria anos de dependesse dela - com um sorriso largo no rosto. — Quantos anos tem?
— Ah, fico feliz em saber. — Um sorriso leve se estende. — Tenho 32.
32 ANOS? Como? Só posso estar escutando errado, ele deve ter dito 22.
— Ah, não está tão longe de Jake. Você parece um bebê. — Minha mãe fala e ri ao final da frase.
— Mãe... — Jake a fuzila com os olhos.
— Bom, me conte mais. Como vão seus pais? Não, espera, sua mãe. Vamos falar dela primeiro. — Ela apoia o queixo em uma das mãos enquanto encara Drew com atenção.
— Bom... minha mãe está ótima. Foi passar uns dias na casa da irmã, em Seattle. — Ele não parece muito a vontade.
— E seu pai? Hum?
— É... meu pai? Ele... — Ele é cortado por Jake, que protesta mais alto que o normal.
— Garçom, me traga um chopp. Sem colarinho, por favor. Vai querer também, Drew?
— Não. Valeu, cara. — Meu irmão nega com a cabeça.
— Ah, vai! Só um. Pra você ficar mais alegre. Dois, doutor! — Ele faz joinha com o polegar enquanto o garçom se afasta.
ALGUNS MOMENTOS DEPOIS, me encontro afundada no tédio que estava meu prato. Todos conversavam normalmente sobre assuntos que, quase sempre, não me incluíam.
— Bom, como quase todo ano. Eu e Luíza passaremos parte do recesso de dezembro na casa do lago. Seria legal se vocês fossem também. — Encaro Jake.
Meu plano para esse recesso era passar todos os dias presa em meu apartamento. Bom, se é que posso o chamar de apartamento. Meu loft. Meu salário não era grande o suficiente para pagar aluguel de um apartamento relativamente grande aqui em Portland. E como sou apenas eu, não me importava de viver em um ambiente um pouco menor. Talvez dessa vez, passar um tempo na enorme casa no lado de Jake não seja uma má ideia.
— Seria ótimo, filho! Você vai, né? — Meu pai diz e estende um sorriso caloroso para mim.
— Não sei...
— Ah vai, você já passou o ano passado trancafiada naquele lugar minúsculo. — Minha mãe diz de forma impaciente e reviro os olhos.
— Vai, por favor... — Luiza sussurra em meu ouvido enquanto afofa o cabelo volumoso.
— Ta bom, eu vou. Eu vou! — Me dou por vencida e todos soltam um barulho de comemoração. Menos Drew, é claro.
— Você poderia ir também, cara. Seria ótimo ter você presente. — Jake da um gole no seu chopp.
Que? Não! Recusa! Pelo amor de Deus, recusa!
— Não sei, não quero atrapalhar. Sabe, é uma ocasião de família. — Drew começa mas minha mãe o interrompe.
— Que nada! Você seria mais que bem vindo, querido. — Reviro os olhos, Drew percebe.
— Ah, já que não causaria nenhum problema... Eu aceito. — Ele me encara enquanto fala.
Finjo coçar meu olho e lhe lanço um dedo do meio discreto.
— Ótimo! Isso é ótimo! Ficaríamos felizes em lhe receber. — Luíza entrega a garrafinha de suco para a filha.
Drew sorri, mas dessa vez, parece travesso. Ele continua com seu olhar maligno sobre mim.
Isso é um pesadelo.
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𝐃𝐈𝐑𝐄𝐂𝐓𝐋𝐘 𝐅𝐑𝐎𝐌 𝐏𝐎𝐑𝐓𝐋𝐀𝐍𝐃; ᵈʳᵉʷ ˢᵗᵃʳᵏᵉʸ
Fiksi Penggemar𝐀𝐒 𝐀𝐏𝐀𝐑𝐄̂𝐍𝐂𝐈𝐀𝐒 𝐄𝐍𝐆𝐀𝐍𝐀𝐌! Mesmo sem conhecer, a estudante de psicologia sempre descreveu Drew, o homem o qual troca alguns olhares em seu trabalho, como uma pessoa simpática, olhos azuis e penetrantes, cabelos loiros, pele e lábios...