capítulo 5.

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Notas da autora

Demorei um pouquinho MAAAAS é o maior cap da fic até agora!

AGATHA'S POV

Me senti brutalmente arrancada de um conto fadas e posta na realidade onde tive que encarar o fato de que mal me conhecia quando a tarde terminou com um "Eu não teria problema nenhum em ficarmos se eu já não tivesse marcado com uma pessoa antes. Sua melhor amiga, Wanda"

Quem é Wanda?

Não me lembrava de seu rosto, da sua voz ou sua cor favorita.

Não sabia quem era ela.

Não sabia quem era eu.

Mas isso não me impedia de tentar lembrar... Em vão. Voltando ao ciclo de exaustão constantemente presente desde que tinha acordado.

Apesar de ter encarado tudo com um certo otimismo no parque com a ajuda da mulher que estava naquele momento me olhando claramente preocupada enquanto andávamos de volta à nossa casa, a ideia de outro par de olhos me encarando com expectativas e saudades de alguém que estava lá mas ao mesmo tempo não estava, era sufocante.

Vidal deu um leve toque de seu ombro no meu, um gesto amigável.

— Relaxa. — Seu tom de voz era calmo, contrastando com a minha expressão facial que refletia o turbilhão em minha mente.

Mas era impossível relaxar, pelo menos quando a sensação de que eu havia perdido tudo era a única coisa que corria pelas minhas veias. Sensação de que havia perdido coisas que nem imaginava, por simplesmente não me lembrar delas, das pessoas que já amei, dos momentos que um dia foram meus favoritos, de tudo que me moldava como pessoa.

Parei de andar e olhei para Rio, sem dizer nada. Não precisei

Seus braços se abriram e deitaram minha cabeça em seu colo, ela era pouco mais alta que eu, o suficiente para que me envolvesse em consolo. Fechei os olhos e os apertei como se quando fosse os abrir tudo não passaria de um pesadelo, não liguei se a pressão que meus dedos faziam contra as costas da mulher poderiam acabar machucando.

— Acredite em mim, vai ser bom. — Sussurrou enquanto passava a mão por meus cabelos.

— Eu não quero decepcionar mais ninguém. — Falei com a voz embargada sem olhá-la e o abraço se tornou mais apertado, não sei se a causadora foi ela ou eu.

— Você não decepciona. — Disse e deu um beijo no topo de minha cabeça, mas não consegui deixar de soltar uma risada irônica, sabia que no fundo só tinha falado aquilo por tentar ser legal e não por ser a verdade. — Outra segunda primeira vez.

— Quê?

— É seu primeiro abraço, não é? — Assim que ouvinsuas palavras meu corpo se tornou tenso e me afastei devagar.

— É... acho que sim.

Voltei a caminhar e não sei dizer ao certo se o clima ficou estranho só para mim. Enquanto fitava o chão percebi o olhar da mulher sob mim o tempo todo, me olhando como se eu fosse algo entre uma bomba prestes a explodir e uma boneca de porcelana quase caindo no chão.

Pude ver sua mão se aproximando da minha e me esforcei para afastar o suspiro de alívio quando a vi distanciando-se de novo, tirando de mim o peso que seria não aceitar o contato.

Quando chegamos em casa já estava completamente escuro e a primeira coisa que Rio fez após abrir a porta e acender a luz foi pegar uma garrafa de vinho e por o líquido em uma taça.

SCARS. [ EM ADAPTAÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora