𝐍𝐈𝐍𝐄

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Benjamin abriu o portão que estava encostado e entrou, percebi que ele tinha um olho roxo e inchado

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Benjamin abriu o portão que estava encostado e entrou, percebi que ele tinha um olho roxo e inchado.

— Nicholas te bateu de novo? — Perguntei e ri pelo nariz.

— Não, não. Foi outra briga. — Ele disse simples. — E você só viu uma briga minha e de Chavez, em outras brigas que nós tivemos a maioria ele que apanhou.

— Ah claro que sim, imagino. — Falei sem colocar muita fé no que Benjamin havia dito.

— Você esta duvidando? — Ele arqueou apenas uma sobrancelha e percebi ele ficar irritado.

— Eu não. — Falei fazendo um movimento com minhas mãos.

— Ah bom. — Ele disse e sentou ao meu lado.

— Por que vocês não largam esse mundinho? Isso só proporciona desgraça... — Por fim, falei. Estava entalado.

— Essa é minha vida agora, Elena. É uma chance de eu não ser mais um idiota invisível, de as pessoas me respeitarem...

— Idiota você continua sendo. — Falei simples.

— Não da mais pra conversar com você sem sentir vontade de te dar um tiro. — Ele disse irritado com o meu comentário, apenas o olhei.

— Ben, você é, ou melhor, ERA uma das melhores pessoas que eu conheço ou conhecia, você não precisa disso, não precisa entrar em brigas ou machucar alguém para mostrar que é o melhor.

— Mas nós gangsters não somos totalmente ruins. — Ele disse.

— Me de um exemplo. — Falei.

— Ok, então, se nós vermos, por exemplo, um homem assaltando uma pobre velhinha, nós estouramos a cabeça dele. — Ele disse indiferente.

— Eai vocês ficam com a bolsa dela né? — Fui sarcástica.

— Claro que não, Elena. — Ele disse. — Nós devolvemos a bolsa, só ficamos com o que tem dentro. — Puta que pariu, eu não tinha ouvido isso. Não sabia se Benjamin estava brincando ou falando sério. Ah, claro, segunda opção.

— Que horror, Benjamin. — Falei apavorada e ele riu. — Você caiu no meu conceito completamente agora.

— Pois é pequena Leninha. — Eu odiava que me chamassem assim. — Essa é minha nova e divertida vida, drogas, festas, sexo, assaltos, enfim, ser livre. — Se isso era ser livre, eu preferia estar em prisão perpétua. Eu não estava acreditando em toda aquela mudança, eu estava falando com alguém que eu nunca havia conhecido, nunca.

—  Vá embora por favor e só volte quando o verdadeiro Ben voltar. — Falei segurando o choro.
Ele não falou nada, apenas levantou-se indo em direção ao portão, assim que ele saiu ele virou-se e disse:

— Eu te amo, Elena. Eu sempre te amei, mas eu não mereço você, não mais.

Pronto, perdi toda a linha de raciocínio, fiquei sentada ali mais um tempo ainda sem acreditar no que eu acabei de ouvir, não só quando Ben disse que me amava, mas também em todas as outras merdas que ele falou. Eu tentava me acalmar, eu juro, mas estava sendo impossível.

𝑷𝑶𝑺𝑺𝑬𝑺𝑺𝑰𝑽𝑬 | 𝑵𝒊𝒄𝒉𝒐𝒍𝒂𝒔 𝑪𝒉𝒂𝒗𝒆𝒛Onde histórias criam vida. Descubra agora