Eu estava totalmente suada, e meu cachorro já estava cansado, e quando parei para olhar para trás percebi que só havia andando alguns metros. Meus pês estavam soados dentro de meu sapato. Quando cheguei em casa tudo parecia como aqueles reencontros que acontecem nos programas da tevê. Minha mãe estava a ponto de ter um ataque de angústia e meu pai não parava de rodar cabisbaixo pela sala, eu comecei a me sentir culpada, mas a palavra culpada é muito forte para me definir nesse momento.
-Mãe? Pai? O que aconteceu aqui? -eu falei fechando a porta tentando convence-Los de que nada havia acontecido comigo, mas pelo jeito meu disfarce não deu muito certo
-Madi! -disse minha mãe vindo em minha direção, e então chegou perto de mim e me deu um abraço suado. Ela nem se importou se eu estava suada. Apesar de ter corrido alguns metros e chegar em casa literalmente suada, usando todos os sentidos da palavra ela nem se importou... as mães as vezes chegam a ser difíceis de entender... - Querida está tudo bem? -ela pergunta meio que mexendo no meu rosto como macinha de modelar, acho que tentava ver se eu estava bem. Então um ar de perguntas ficou pairando E se ela estiver sabendo que encontrei uma menina igual a mim? E se ela estava sabendo que isso aconteceria? Porque ela chora tanto? E fiquei estável, não fiz um mínimo movimento apenas fiquei ali parada... que burra Madi! Diga ao menos que está bem, não fique aí feito uma idiota! Alertava minha consciência, que por sinal não gosta muito de mim.
-Estou bem - só falei isso e fui para meu quarto, eu realmente não entendia nada que estava acontecendo, então resolvi pegar meu diário antigo e fazer um resumo
1- eu encontrei uma garota igual a mim
2- fiquei suada em plena a noite mais fria que já havia visto
3- agi feito burra com a minha mãe
4- eu estava escrevendo no meu diário de 11 anosPor incrível que pareça me senti melhor do que antes, e a primeira coisa que fiz foi pedir ajuda a Deus, eu cresci ouvindo que quando estamos em uma enrascada devemos falar com Ele, e não apenas nas horas difíceis, mas também nas horas de alegria! Me senti melhor depois disso, e fui correndo tomar um banho, um banho exagerado, digamos. Depois de fazer as duas coisas eu precisava realmente dormir, e relaxar, tentar esquecer o que aconteceu.
Olhei no relógio em formato de uva -eu sei, bem esquisito -que havia na cozinha, e ainda eram 22 horas, e estava passando meu programa preferido na tevê então pensei porque não? E então minha amável consciência rebateu simplesmente porque agiu feito idiota na frente de sua mãe! Ah! Minha consciência, sempre tão gentil!
Resolvi que o melhor mesmo para mim e somente para mim, era ir dormir. E eu consegui? Não! Entre voltas e voltas na cama eu dormi as 4 da manhã, fiquei falando um pouco com Mike, claro que ele não entendeu nada, então digamos que eu falei sozinha!
Eu esperava, pelo horário que dormi, acorda as 13 horas da manhã, mas isso aconteceu? Não! Obviamente eu acordei as 08 horas com a minha mãe me chamando. Na verdade ela não me chamou, só sentou ao lado da minha cama, parecia falar com alguém no telefone.-Filha vamos a uma festa importantíssima, que vai falar sobre os planos de trabalho para seu pai -disse saindo da tão importante ligação
-Legal, mas me diga que não vamos ter que usar essas roupas formais -eu realmente torcia para que ela não falasse aquilo
-Exato! Vamos fazer compras as 09 horas então, nada de demorar
Revirei os olhos como sempre, não tenho outra escolha a não ser usar aqueles vestidos... lembro-me que tinha medo deles quando criança, isso não seria uma desculpa boa para não ir a essa festa... ou seria? CLARO QUE NÃO! Minha consciência diz, realmente é estranho falar com ela, que por sinal sou eu.
Eu fui em direção ao banheiro e fiz minhas higienes, sai com o roupão vermelho, e fui escolher a minha roupa, como sempre, eu peguei meu All Star cano médio, um casaco de lã, uma blusa manga longa rosa bem clarinha quase branca, e minha calça azul clara, e um gorro sem graça cor cinza, esse look prova a minha capacidade de 3% para escolher roupas.
Cruzava os dedos para que minha mãe não notasse nas minhas roupas hiper surradas. Fui na cozinha quando Mike me derruba. Mike é o tipo de cachorro grande, com uns pelos brancos e pretos, ele chegaria a ser do meu tamanho em pé, se não fosse por 10 cm. Rá! sou maior que você Mike! Eu falaria isso se ele fosse humano, as vezes eu tento imaginar como Mike seria se fosse meu irmão, eu com certeza odiaria ele somente pelo fato de sempre me azarar!
-Mike! Seu pulguento! Derrubador de pessoas! -eu falo como se ele conseguisse me ouvir, que burra Madi...-Falando com o cachorro de novo querida? -até minha mãe?! Qualé! Ele também fala comigo quando quer comida! Qual o problema de falar com ele quando me derruba?!
Eu fui na cozinha vê se ainda tinha cereal de chocolate, meu preferido dos preferidos! - isso faz sentido?! Não
-Filha vamos logo, tomamos café da manhã no shopping! -ela diz pegando a bolsa. Qual o problema de comer aqui ou no shopping? Seria o mesmo tempo... mas pensando bem la tem uma torta muito gostosa, uma das minhas melhores tortas. Então eu meio que aceito o fato de tomar café la. Vou no meu pegar uma bolsa de franja, e sem querer passo em frente o espelho da sala, me olho de cima a baixo "acho que minha capacidade para escolher roupas acaba de cair para 2%" penso. Ainda bem que tenho minha mãe para me ajudar a escolher as roupas para festa, se não fosse por ela eu provavelmente colocaria um vestido totalmente sem graça, um All Star mais sem graça ainda, e para completar a fantasia esse meu gorro super surrado!
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Como se Fosse a Última vez
ActionUma garota japonesa, que aparente é normal, descobre que seu pai é um saudado do FBI, e que inventou uma máquina chamada CloseClon que é feita para clonagem, e ela nem sabe que a principal cópia é ela