Capítulo 4: Bolo Vermelho

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"Eu podia ficar feio, Só, Perdido.
Mas com você eu fico muito mais bonito, mais esperto."
(Não Vá Embora; Marisa Monte)
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"(Não Vá Embora; Marisa Monte)

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Meu cabelo estava me irritando profundamente.

Os fios pretos, que cobriam meu pescoço, estavam oleosos e grudentos.

E, para piorar, o documentário sobre as Muquiranas¹ que meu pai estava assistindo naquela tarde de domingo, colaborava para o meu desânimo em viver.

Eu me encontrava em um sofá e meu pai em outro, concentrado naquele reality de gente estranha e mão de vaca.

Na mesinha de centro, avistei uma xuxinha de cabelo da minha mãe e fui rápido em pegá-la bruscamente, para prender o cabelo de uma vez.

Claro que minha ação nada delicada chamou a atenção do meu pai, que logo se manifestou:

— Precisa de tudo isso para pegar uma xuxa? Faltou abrir um buraco na mesa. — Ele virou o rosto para me olhar ao lado, enquanto eu apenas seguia prendendo o meu ninho, com a cara mais amarrada possível. — Por que está com essa cara? — Notou.

Com o cabelo já preso, finalmente olhei para meu pai, que deu uma piscada lenta, como se aguardasse uma resposta.

— Não é nada, apenas estou entediado... — Respondi e voltei a olhar para a televisão, fingindo prestar atenção no reality.

— Sua mãe disse que vai fazer bolo hoje. Foi até a rua comprar os ingredientes. Você poderia ajudar ela e tentar distrair a mente… — Meu pai sugeriu com a voz sonolenta e esticou os braços para cima, se espreguiçando.

— Só se for para eu queimar o bolo, né, pai?! Eu só sei fazer um ovo e olhe lá.

— Pois está na hora de começar a aprender a cozinhar então. Se quiser, eu posso te ensinar. Foi aprendendo a cozinhar que aprendi a gostar de comer legumes. Quem sabe não acontece o mesmo com você?

Eu olhei para ele e apertei os lábios ao pensar nos legumes que odiava…

— Interessante como o senhor sempre tenta me enfiar uma batata goela abaixo, né? Inclusive, aqueles legumes que o senhor trouxe ontem não são apenas para mim, certo? — Acabei por me lembrar que, quando cheguei da casa de Jimin, meu pai chegou logo em seguida com algumas sacolas de legumes e frutas.

— Claro que não. Mas bem que poderia ser! Você está precisando comer mais coisas saudáveis…

O olhei com olhos cerrados, sem muito ânimo para contestar. Diante disso, o silêncio prevaleceu e meu pai se manteve concentrado no reality que assistia.

Entretanto, alguns segundos depois, a porta da sala foi aberta abruptamente pela minha mãe, assustando nós dois.

— Será que alguém pode pegar essas sacolas para me ajudar?! — Ela disse, mantendo os braços tesos e esticados, cheios de sacos pesados com condimentos.

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⏰ Última atualização: 11 hours ago ⏰

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