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Quando entrou na sala, viu o pano cobrindo o corpo dela, um sinal frio e definitivo de que sua irmã havia partido. Seu coração apertou e, com mãos trêmulas, ele se aproximou. Quando estava prestes a levantar o pano para vê-la uma última vez, uma mão firme segurou seu braço.

— Não faça isso — disse o médico, sua voz calma, mas cheia de compaixão.

Jungkook olhou para o médico, tentando processar o que ele queria dizer.

— Jisoo levou quatro tiros, senhor Jeon. Um deles acertou a cabeça, e há pedaços de vidro profundos espalhados pelo rosto dela. Não é uma visão que você quer ter — completou, sua voz sombria.

Com o coração partido, Jungkook recuou, deixando sua mão cair lentamente. Ele sabia que, por mais doloroso que fosse, o médico estava certo. Não queria que aquela fosse a última lembrança que teria de sua irmã. Em vez disso, ele fechou os olhos, segurou a mão de Jisoo sob o pano e deixou um beijo delicado, uma despedida silenciosa.

— Adeus, noona — murmurou, sentindo uma lágrima escorrer pelo rosto.

Com o peito pesado, Jungkook agradeceu o médico, que lhe informou que Park Jimin estava na UTI, se recuperando da cirurgia delicada pela qual havia passado. Isso deu a Jungkook uma pequena faísca de esperança em meio à escuridão que sentia. Ele respirou fundo, se levantou e saiu da sala, agora com um único foco: ver Jimin.

Ele correu pelos corredores até a UTI, cada passo parecia arrastado pelo cansaço e pela dor. Quando finalmente chegou, abriu a porta devagar, com o coração na garganta. Lá estava Jimin, deitado, conectado a vários aparelhos, ainda dormindo. As luzes da sala eram suaves, e o som dos monitores preenchia o ambiente de forma constante.

Jungkook se aproximou lentamente, seu peito apertado ao ver o estado frágil do homem que ele amava. Sem hesitar, ele se ajoelhou ao lado da cama, pegando a mão de Jimin entre as suas.

— Obrigado... por não me deixar. Obrigado por sobreviver — sussurrou, sua voz embargada pela emoção.

Ele abaixou a cabeça, encostando a testa na mão de Jimin, e, pela primeira vez desde que tudo aquilo começou, ele permitiu que as lágrimas caíssem livremente. Jungkook não era de orar, mas ali, naquele momento, ele agradeceu a qualquer força que tivesse protegido Jimin e suas filhas.

— Eu prometo que vou cuidar de você, Jimin. Nunca mais vou deixar isso acontecer — disse em um sussurro, enquanto a mão de Jimin ainda estava firme entre as suas.

Mesmo que as coisas tivessem desmoronado de tantas formas, Jungkook se agarrou à esperança que restava. O pior poderia ter passado, mas ele sabia que, juntos, ele e Jimin encontrariam forças para seguir em frente.

Jungkook povs
Meses depois...

Nunca pensei que passaria por isso mais uma vez, mas dessa vez... foi bem mais cruel. É estranho dizer isso, mas estou pronto. Pronto para encarar a lápide da minha irmã. Mesmo depois de tudo que Jisoo fez, ela continua sendo minha irmã. Parte de mim ainda não consegue aceitar, mas a outra parte... A outra parte está feliz. Meu ômega sobreviveu, e minhas filhas estão bem.

Enquanto caminho em direção à lápide, sinto o peso de cada passo. O vento é frio, mas não me incomoda. Coloco algumas flores brancas ao lado da pedra e olho para o nome dela gravado. Jisoo. As lembranças surgem como um filme, cenas de nossa infância, das discussões, das risadas. Agora, tudo o que resta é isso... uma pedra fria. Eu respiro fundo, tentando manter a compostura.

Ouço passos leves atrás de mim e, quando me viro, vejo Jimin. Ele está lá, com aquele olhar suave, compreensivo. Sem dizer nada, vou até ele e o abraço. Sentir seu corpo contra o meu, a sua presença, me acalma de uma maneira que nem consigo explicar. Ele sempre sabe o que dizer no momento certo.

— Temos duas meninas bem sapecas esperando a gente em casa — Jimin fala, com um sorriso leve no rosto, tentando aliviar o clima pesado.

Eu sorrio de volta, sentindo um alívio no peito. Acaricio a barriga dele, que já está com seis meses de gestação. Saber que logo teremos mais um filho ou filha me dá forças. É uma nova vida crescendo dentro do meu ômega, uma nova esperança, um novo começo.

— Elas vão ter uma ótima irmãzinha ou irmãozinho pra brincar — digo, tentando trazer um pouco de leveza para o momento, meus dedos traçando círculos suaves na barriga de Jimin.

Nós dois ficamos ali por mais alguns minutos, em silêncio. O vento balançando as folhas das árvores, o som distante da cidade. Jimin encosta a cabeça no meu ombro, e, por um breve momento, o mundo parece mais tranquilo.

Finalmente, olho uma última vez para a lápide de Jisoo. Não sei quando a dor vai passar, se é que vai. Mas uma coisa eu sei: vou continuar em frente, por ela, por Jimin, e principalmente pelas nossas filhas.

Não é o fim! Vai ter mais episódios, a sentença de Dela Cruz, e muito mais! Obrigada pelos 20k de leitores 😻 estou muito feliz até o próximo episódio!

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⏰ Última atualização: Oct 30 ⏰

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