02

857 113 23
                                    


...


Jimin passou alguns minutos em silêncio dentro da sala de cirurgia, processando a perda dolorosa. Quando finalmente saiu, encontrou o homem que havia estado presente anteriormente, chorando em silêncio no corredor. Sem a touca e a máscara, Jimin estava visível e seu próprio luto começou a emergir ao ver a dor do homem. O homem, ao notar Jimin, ajoelhou-se no chão diante dele, chorando alto e desolado. Sentindo o peso da culpa e da dor, Jimin começou a chorar também.
Jimin não queria demonstrar sua dor ao alfa, mas não conseguia, era a primeira cirurgia que tinha sido sucedida e depois teve uma grande complicação.

— D-desculpa... Eu... eu sinto muito... —  ele murmurava repetidamente, sua voz carregada de pesar. O homem, entre soluços, levantou o olhar e disse.

— Posso... Posso, ver ela? — O homem então perguntou se poderia ver a mulher uma última vez.

Jimin via no olhar dele a dor.

Jimin assentiu, e o homem entrou na sala, deixando a porta aberta. Jimin virou os calcanhares e viu o homem ajoelhado ao lado da mulher, segurando a mão dela e chorando ainda mais alto.

— O que eu vou fazer? O que eu vou fazer sem você? Eu não vou conseguir...

Com o coração apertado, Jimin saiu dali e se dirigiu à área da maternidade. Pelo vidro, viu Sunoo segurando o bebê nos braços. Ao entrar na sala, pediu a Sunoo que se retirasse. Com cuidado, Jimin pegou a bebê, cuja face ainda estava serena e pacífica. A voz de Jimin estava um pouco rouca e falha devido ao recente choro.

— Eu não consegui salvar sua mamãe...— disse ele suavemente. A bebê sorriu em resposta dormindo.

— Me desculpa...

Jimin suspirou, soluçando.

— Eu... Eu sinto muito. Não sei o que posso fazer... — Ele estava devastado, sentindo-se impotente diante daquela situação.

Sentiu uma mão tocar seu ombro e virou-se para encontrar o homem, agora com os olhos inchados e vermelhos de tanto chorar. Assim que a mão do homem tocou seu ombro, Jimin sentiu um aroma reconfortante e marcante que vinha do alfa, uma mistura de madeira nobre com notas suaves de âmbar e um leve toque de especiarias, um cheiro que era ao mesmo tempo acolhedor e imponente. O homem olhou para a bebê nos braços de Jimin e estendeu as mãos para pegá-la. Jimin, ainda confuso, entregou a criança ao homem, que a recebeu com um suspiro profundo.

Jimin estava prestes a se retirar, oferecendo ao homem um momento a sós com a filha. No entanto, o homem pediu para que ele permanecesse.

— Me ajude, eu não sei o que fazer. — ele implorou.

Jimin, ainda surpreso, perguntou o que ele precisava.

— O que você precisa?

O homem respondeu

— Eu... Preciso de alguém, que me ajude com ela... — O alfa estava perdido sobre como começar.

Jimin suspirou e disse.

— Eu não posso assumir essa responsabilidade.— Jimin olhou para ele com um pesar.

— Eu, sei que você está sentindo culpa... —Jimin desviou o olhar. — Não se sinta culpado, você deu seu melhor como um médico.

— Eu não dei meu melhor... Eu podia ser mais atento... Eu sempre vou me sentir culpado... — Desabafou.

— Então tira esse peso de culpa... Me ajude...—Ele implorou que Jimin se tornasse uma figura materna para sua filha.

Jimin hesitou,

— Eu prometo que vou pensar... e...

— Jeon Jungkook. Esse é meu nome. — Revelou.

Love Amidst Chaos Onde histórias criam vida. Descubra agora