Segunda-feira deveria ser proibido ir na escola, ainda mais quando o dia está chuvoso.
Fiz todo o processo matinal antes de descer para tomar café e ir para a escola.
O uniforme era ridículo, assim como a própria escola, saia xadrez vermelha, blusa social branca, gravata da mesma cor da sala, e obvio que eu colocava um All Stars branco cano alto e uma meia fina preta, porque eu não sou obrigada a colocar sapatos sociais, na verdade sou, mas não importa.
Peguei a mochila e desci as escadas, fui pra cozinha, coloquei o cereal numa tigela e comecei a come-lo. Então Calum entrou na cozinha.
- Bom dia. - Ele disse e começou a preparar algo para comer também. – O Ashton pediu a bandana de volta. - Meu irmão me deu um olhar malicioso.
- Ashton? – Perguntei meio confusa, e então me lembrei dele como se uma pessoa tivesse me dado um tapa na cara. –Ah, o Ashton, espera, como conhece ele?
- Estudamos na mesma faculdade e somos amigos. – Ele disse, sem mostrar interesse algum no assunto. – Devolva a bandana para mim depois, porque agora eu to atrasado. – Se levantou e me deu um beijo na testa e saiu, depois de algum tempo escutei o barulho da buzina do carro do Michael e sai de casa.
As vezes eu realmente me sinto solitária.
Eu não tenho vários amigos e amigas, não saio em grupos para ir tomar sorvete ou simplesmente jogar boliche no shopping.
Os "amigos" que eu tenho são aqueles que frequentam as mesmas festas que eu, como o Jack, Ashley, Emily, Chuck e o Nash.
Não são aqueles amigos, que as pessoas "nossa que amigos maravilhosos", mas não são de se jogar fora, ainda mais quando se consegue bebidas e drogas de graça andando com eles.
A minha solidão pode se designar como não querer ser compreendida e ser compreendida, uma confusão não é?
Uma das maiores escuridões que já enfrentei foi quando Tyler me largou sabendo que eu tinha engravidado, ele simplesmente deu as costas para mim.
Eu me joguei da escada de casa.
Calum me encontrou jogada no chão da sala sangrando.
Só ele sabe disso.
Eu abortei de uma forma bem bruta, eu poderia ter morrido naquele dia, eu desejo isso ate hoje, que eu devia ter ficado la em cima daquele tapeto horrível, sangrando até meu último batimento cardíaco, mas não, Deus fez o Calum chegar, no momento que ele me perguntou o que estava acontecendo eu apaguei.
Acordei com os malditos barulhos daqueles aparelhos do hospital, minha mãe não estava trabalhando, tinha saído para um final de semana com o namorado e eu fiz o meu irmão prometer que ela nunca iria saber.
E aquela história não cairia nos ouvidos da minha mãe.
Tanto que até hoje ela não sabe.
...
Michael estralou os dedos na frente do meu rosto e me fez balançar a cabeça em sinal de confusão.
- Acorda, nós chegamos. – Ele saiu do carro, só então vi que já estávamos no estacionamento do colégio.
- Que droga. – Sai do carro batendo a porta, caminhamos juntos até a entrada do colégio.
- Finalmente veio de uniforme. – Michael disse quando paramos em frente ao meu armário.
- Por enquanto, não quero levar advertências. – Disse, pegando o livro de Sociologia. – Odeio essa escola.
- Olha só, carne nova. – Michael disse, apontando com a cabeça para o final do corredor, virei a minha cabeça para ver de quem ele estava falando, aparentava ser mais alto que o Michael, tinha um topete loiro, seus olhos eram azuis e tinha um piercing no canto dos lábios, estava vestido com uma blusa preta e uma camisa xadrez vermelha por cima, calça e tênis pretos. - Quer apostar pra qual grupo ele vai entrar? Eu aposto nos rockeiros loucos.
Soltei uma risada abafada, me virei para o Michael.
- Gordon, eu acho que esse é um dos nossos.
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Dark Love - l.h
Teen FictionUma das melhores sensações que podem existir no mundo é quando você sente o álcool correr por suas veias, a sua garganta pedir por mais e mais, aquele líquido que a deixa queimando, a sua cabeça girando, a sua boca ficando seca, tudo parecer ser leg...