Fogueira, Caldeirão, Incenso , Pilão

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Nossa família possui uma longa tradição na magia, em vários locais desse Plano e de outros. Seus avós, e os avós de seus avós mantiveram vivos, passando de mão em mão, velhos escritos, tradições orais, relíquias e muitas outras coisas que seria difícil enumerar em uma única carta. Mas... Filhe, sinto que não poderei te ensinar tudo o que sei. Acho que não tenho mais tanto tempo... Ainda sim, eu desejo te passar o nosso conjuro enquanto eu ainda consigo escrever alguma coisa.

Esses versos foram escritos por diferentes gerações, cada estrofe ou verso marca uma magia diferente, e usamos para tudo o que precisar, desde exorcismos até fortalecer algum encantamento. Eu espero que você continue, adicione, faça este conjuro se tornar seu, e que depois passe para frente, para algum aprendiz, ou para um futuro neto.

Nossa linhagem não é sanguinea, nossos avós não vieram diretamente dos deuses. Somos mortais ainda, mas cada vez que eu declamei essas rimas, eu sentia os velhos tocando em meu ombro, me dando forças. E eu te juro, quando você for maior, e entoar qualquer que seja o verso, eu vou estar lá, te apoiando. Minha alma estará contigo, afinal, sempre seremos bruxas.

O poema começa Assim:

Salve a Bruxa, e o crepitar da Fogueira
Entre elas dançamos inerte
Ancestrais dessa cansada feiticeira

Da Cobiçada vinda de fora
Por tamanha beleza exposta
Encantadora dos homens queimada
A culpa não lhe cabe, portanto
Sua maldição se esgueira pelos Cantos

Heya!

Salve a Bruxa, e seu Caldeirão
Todas as ervas de Gaia usais
E com suas poções se fartarão

Maria a qual não esqueceremos
No conhecimento das ervas prosperou
Sua cura inegável aos enfermos, herdamos
Julgada, injusta, intolerância audaz
Sua luta, de alma presente, assim se faz.

Saravá!

Salve a bruxa, e o Aroma de seus Incensos
Fragrância que abençoa os seres
Elevando nossas almas, através do sombrio Ofício

Reconhecida pela injúria, traída pelo homem
Esteril, culpada, da magia não conjurada
Ferida por uma mácula que jazia em seu marido
Ursalina retorna soberba dos que dormem
Vingando os lamurios hereticos do maldito.

Shem ha-Mephorash

Salve a Bruxa, e o Bater de seu Pilão
Mistura, tritura, queima, flutua
Mandingas espremidas pelo Almofariz marrom

Isabel que vive entre nós
Por crianças que não matou, sofre
Venha, pois, retornar-te grandiosa
Não pense, então, que estás a sós
As bruxas se reúnem na encruzilhada, gloriosa

Askion Kataskion

Venham todas, feiticeiras quais for
Sozinhas não estamos
Neste dia louvamos
As que caíram nas mãos do opositor
Ancestrais a qual jamais esqueceremos

Conjura, enfeitiça
Cante, hipnotiza
Bata o tambor, afie a adaga
Ponha o pescoço na ponta da estaca

E mesmo que para o fogo te vás
não temas o fim que ele nos trás
Pois é no fogo que transcendemos
Imortal nos tornamos, Bruxas seremos. 

O Outro lado das BrumasOnde histórias criam vida. Descubra agora