Oii gente,desculpa pela demora eu to tendo um bloqueio criativo muito grande, então por isso não sei quando vou postar o próximo episódio
Não esqueçam o voto, e comentem o que vocês acharam do primeiro capítulo
VOU DA AGRADECIMENTO A MINHA AMIGA SE NÃO FOSSE POR ELA ESSE CAPÍTULO IRIA DEMORAR PRA SAIR OBRIGADA NANDA VOCÊ É UMA ÓTIMA AMIGA💗
SYRENA NOCTIS
Sempre acordo antes do sol, quando a casa ainda é silenciosa. É o único momento em que tudo parece em paz, mesmo que por pouco tempo. Sei exatamente quanto tempo tenho até que o primeiro barulho ecoe pelos corredores e quebre aquele resquício de calma. Movimento-me cuidadosamente pelo quarto, quase sem respirar, como se qualquer movimento pudesse acordar os monstros que dormem nas outras paredes. É um ritual silencioso, necessário. Assim, me preparo para enfrentar mais um dia.
Enquanto arrumo o cabelo em um coque bagunçado, sinto o peso do mundo sobre os ombros. A luz do sol ainda não começou a entrar pelas cortinas, mas já sei como será o dia: os olhares dos colegas, os sussurros crueis e a sensação constante de estar sendo observada. A tranquilidade dessa manhã parece uma ilusão, prestes a ser despedaçada pela realidade
Visto uma camiseta , uma calça jeans larga , um casaco e o meu tênis, minha armadura contra o mundo. Com passos leves, deixo o quarto e desço as escadas. Cada passo é uma batalha silenciosa, um esforço consciente para não ser notada. Na cozinha, a luz fluorescente ilumina a mesa de maneira fria, e o cheiro do café fresco invade o ar. Minha mãe está lá, mas sinto que sua presença está tão distante quanto os ecos da minha infância.
Bom dia, Syrena -diz ela, com a sua postura autoritária e o olhar de frieza, hoje ela vestia um dos seus costumeiros vestidos, ela usava um da cor marrom justo
Bom dia - respondi, tentando sorrir, mas o gesto sai torto, um reflexo do que sinto por dentro.
Enquanto tomo meu café, minha mente se afasta para o dia que me aguarda. O colégio parece um campo minado, cada sala uma armadilha onde meus medos se tornam realidade. Será mais um dia enfrentando olhares crueis, risadas às minhas custas e o sentimento de ser invisível e, ao mesmo tempo, o alvo perfeito.
A verdade é que, naquele momento, não tinha certeza de como enfrentaria o dia. As promessas de mudança parecem distantes e vazias, como uma canção que não consigo lembrar. O peso do que está por vir me enche de uma apatia familiar.
Levanto-me, ajeito a mochila nos ombros e, ao abrir a porta da entrada, sinto o ar fresco da manhã. O céu está claro, e uma leve brisa acaricia meu rosto, mas isso não é o suficiente para afastar a nuvem de ansiedade que me envolve. Hesito por um instante, olhando para o mundo que me aguarda lá fora.
"Só mais um dia," penso, tentando me preparar para o que virá. Meu coração bate rápido, e a pequena centelha de esperança que antes brilhava dentro de mim agora se esconde atrás das sombras das minhas inseguranças.
"Vamos lá," decido, embora minha voz interior não esteja tão confiante. "É hora de enfrentar o dia." E, com um passo hesitante,entro no carro, deixo a casa para trás, ciente de que os monstros me esperam — tanto os que habitam minha mente quanto aqueles que me encontrarão na escola.
Desci do carro, puxando o capuz do casaco sobre a cabeça. Meu motorista, Louis, se preparava para me acompanhar até o portão, mas eu fiz um gesto discreto para que ele não saísse. Afinal, eu não precisava de mais rumores sobre mim. Já bastava o que todos murmuravam pelas minhas costas.
Eu ajustei a minha bolsa no ombro, mantenho o olhar distante enquanto eu atravesso o pátio de pedra em direção à entrada da escola. Um grupo de garotas, elegantemente vestidas em suas roupas de marca, cochichava em um canto, observando-a. Eu sabia que era sobre mim. É sempre sobre mim. Os cochichos eram como um sussurro constante de fundo, uma sinfonia cruel que acompanha todos os meus passos.
Ora, olha só se não é a nossa 'princesinha de bolso vazio'- sussurrou Charlotte, uma das garotas do grupo, numa voz alta o suficiente para mim ouvir.
Eu ergui o rosto por um segundo, sentindo os olhares maliciosos que me seguiam. Charlotte e suas amigas começaram a rir, e eu percebi que uma delas, Camille, tinha o celular na mão, discretamente gravando tudo.
Me contaram que ela inventa que é rica, mas não consegue nem usar uma roupa que não pareça saída de um brechó barato- Camille comentou, revirando os olhos e fazendo o resto do grupo rir ainda mais.
Ao passar por elas, eu ouvi mais um comentário ácido: Falam que ela vive em um palácio, mas não tem nem coragem de mostrar onde mora. Se eu morasse em um lugar chique, ia querer mostrar pra todo mundo.
Eu engoli em seco e mantive o olhar fixo à frente. Na verdade, eu moro em uma mansão isolada no campo, uma construção antiga da família. Mas ninguém sabia disso, e eu não pretendia contar. Não queria que soubessem de nada que fosse verdade, que tivesse alguma importância.
Ei, Syrena, não tem vergonha de usar o mesmo casaco todo dia?- provocou Pierre, um dos garotos mais populares da escola, sorrindo de forma provocadora.
Dá até pra pensar que você se veste assim pra chamar atenção. Finge ser 'simples' só pra parecer… sei lá… interessante?
As risadas ecoavam ao seu redor, e eu senti o rosto queimar, mas mantive a cabeça baixa. Cada comentário era como uma agulha perfurando a imagem que eu lutava para manter intacta. Não conseguia entender como era possível que soubessem tão pouco sobre mim, e, ao mesmo tempo, inventassem tanto.
Isso tudo me esmaga, mas eu respirei fundo, ergui os ombros e continuei andando, decidida a não permitir que vissem o quanto aquelas palavras me afetam.
Bjs minhas luas😘
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nas Entrelinhas Do Medo
RomanceSyrena Noctis e uma menina que teve que amadurecer de um dia para o outro espero que não se identifiquem