Parte Final: Esperança vã de um olhar dúbio.
Absorto em pensamentos, a paisagem vista nunca pareceu tão melancólica como naquele instante. Com o olhar dubio de esperança, da janela, o vampiro observava a floresta escura e nada soava interessante. Do vidro fosco pela poeira, a luz noturnAa invadia o ambiente apossando-se de áreas do quarto e seus raios tímidos contrastavam com o tom rosado do único ser presente.
Passou-se um mês; um longínquo mês...
Suspirou.
Segurando o material que usava para desenhar, sua destra pálida e suja de carvão riscava o papel em branco. Recordava-se de cada segundo na presença do mais novo e, infelizmente, vivenciava o dilacerante sentimento da saudade. Às vezes (tudo bem, quase sempre), a imagem do momento de maior coragem aparecia: o beijo. Ansiava que os seus lábios frios sentissem novamente os quentes (vivos) de Hongjoong.
Era até estranho de imaginar, cogitar..., pois, como um ser teoricamente "não vivo", sentiu algo?
Hongjoong voltaria? Dado a certezas e incertezas...
Ele tinha que voltar...
Uma sensação estranha o consumiu. E daí que ele mesmo se colocou nessa situação? Era válido e necessário sentir empatia. Visto que acreditando "sobrar", no dia em que se conheceram, chateado, decidiu se esconder em seu lugar de maior segurança: o caixão. Ali permaneceu por horas e inesperadamente o arrancado de seu "hábito vampiresco", uma voz desconhecida roubou a sua atenção: - "É que... hãm..., isso pode parecer repentino. Mas eu estou gostando de você!" - uma confissão. Essa que o rosado sabia não ser direcionada a ele, mas fingiu que sim. Porque ao abrir aquela tampa de cedro antiga, avistou um jovem de rosto gentil e aroma intrigante (cheiro de humano).
Seonghwa se apaixonou; apaixonou-se perdidamente.
- Hwa-yah... saia dessa janela! - o loiro, quem sequer teve a chegada percebida, pediu cansado. Vê-lo nesse estado o preocupava. - Se o humano disse que volta, então deve vir! - tentou animá-lo ainda que seus pensamentos fossem descrentes. - Passar o dia inteiro pregado a essa janela não fará com que ele pareça, apenas desperdiçará tempo!
- Eu penso que ele deveria desistir, é mais inteligente! - sendo mais um a aparecer "do nada", Mingi foi sincero e com isso ganhou um olhar mortal do marido. - Qual o problema? - questionou sem compreender o porquê da expressão sisuda. O vampiro "mais mal-encarado de ambos", fazendo jus ao seu hobby assassino, limpava uma panela gasta com um pano de prato de pontas queimadas. - Entendo que aquela criança humana prometeu retorno, mas Hwa-yah... bebê..., ele fugiu! - embora os olhos cheios d'água do filho o ferissem, o Song sempre priorizou a verdade ou o que acreditava ser uma. Dessa maneira, o impedindo de proferir mais desserviços, Yunho lhe estapeou no antebraço.
Entretanto, a ação fora falha: - Sei que estás chateado, mas não adianta apelar para a agressividade, tu sabes que estou certo! - insistiu. - Hwa-yah, podemos encontrar uma criatura legal para ti... vampiro...
Erguendo uma das sobrancelhas, o Jeong sequer surpreendeu-se em descobrir o porquê da implicância do marido com o Kim. - Deveria esquecer esse preconceito ridículo, vampiros e humanos não se odeiam há séculos, às vezes esse relacionamento pode vir a dar certo. - fazia o papel daquele que aprovava e olhando-o entediado, o menor respondeu:
- Oh! Dar certo? - riu. - Acreditaria se o humano estivesse aqui, mas... isso não importa agora! - não concluiu a frase. - Chamei alguém de confiança para visitar-nos. Seonghwa, engula o choro, saia e converse com ele! - jamais um pedido, sim uma imposição. - Depois pense bem se necessita ir trás de uma criatura simplória como aquele humano.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu e um Vampiro Apaixonado (Seongjoong)
FanfictionHongjoong só queria o local e o momento per-fei-to para confessar-se a garota por quem era perdidamente apaixonado. Contudo, coitado, nada poderia ter dado mais errado.