Extra: Por que um humano e um vampiro dormiriam de conchinha?
Em sua casa, quarto e com o banho noturno terminado, Hongjoong sentiu um arrepio na espinha. Todos os pelos de seu corpo úmido eriçaram-se, o estômago frágil embrulhou e o coração covarde acelerou: uma reação anormal sem motivo. Andava de um lado ao outro com apenas uma toalha estampada enrolada na cintura e na boca cheia de pasta, havia uma escova de dentes amarela. Tentava fazer tudo ao mesmo tempo, entretanto, o resultado dessa afobação só poderia ser: "o não conseguir nada".
Uma notificação em seu celular o perturbou. Bufando alto, em passadas pesadas dirigiu-se a mesa de cabeceira. Ainda molhado, apoiou as costas na parede e como um hábito, fez o número quatro com as pernas. Com a mão dominante segurava o celular, leu a mensagem, era o grupo do clube 'flodado delas. No dia seguinte aconteceria sua última viagem como estudante do ensino médio, logo, prestes a se formarem, seus amigos expressavam a felicidade por não lembrarem do título de "jovem desempregado" que lhes aguardava.
Os respondeu, bloqueou o aparelho, passou no banheiro para lavar a boca e ao voltar virou-se na direção do guarda-roupa, mas ao fazê-lo, coitado, empalideceu. Atrás da janela havia um par de olhos vermelhos o observando e, claro, ele tinha um dono bastante conhecido: Park Seonghwa.
Preso em uma situação que jamais imaginou, Hongjoong desejou desaparecer, visto que com meses de namoro só tinham dado beijinhos e agora, do nada, o vampiro ganhou a visão clara de seus mamilos. Privado de reação, o encarou até que o "visitante", sem permissão, abrisse a janela.
Entrou.
— O-o q-que está fazendo aqui? — gaguejou de vergonha.
— Ah... vim vê-lo! Faz dias que não nos encontramos, então imaginei que seria bom vir até ti. Por quê? — dava tapinhas em ambos os ombros retirando as folhas que ficaram grudadas. O Kim achou melhor não perguntar como ele chegou ao segundo andar.
— Foi mal, não queria o negligenciar! Estava em exames finais e cheio de coisa na cabeça, meio que não deu pra ir lá. — explicou-se e, decerto que nem deveria se sentir culpado, além de namorado, Hongjoong tinha uma vida. — Mas Seonghwa, não acha que já passou da hora de começar a usar um celular? Será bem mais fácil pra conversarmos durante a semana. — tentou manter a normalidade, pois o Park não reparou em seu estado nu ou não maldou. — E não tô dizendo isso porque sou contra as suas visitas ou visitá-lo, e sim que a falta de tempo atrapalha. Por exemplo, amanhã tenho uma viagem com a turma, volto só final de semana.
— Só final de semana? — expôs surpresa. — Mas serão mais dias sem vê-lo... — esboçou um semblante entristecido. — Quando disseste que namoraríamos, achei que estivesse disposto a passar a eternidade comigo, mas o tempo que passamos separados é maior do que juntos. — cruzou os braços. — Tu ainda nem me apresentaste a seus pais!
— É que exige tempo pra preparar o terreno. Meio que nunca namorei um vampiro antes e eles nunca pensaram na possibilidade de ter um como genro também... — murmurou. — Mas quando eu me formar, sem falta os apresentarei!
— Mesmo? — animado, deu um passo para frente. Angustiado com a oportunidade de aproximação excessiva, o humano recuou. Estava quase pelado, tinha a pele sensível e um toque "meio diferente" iria estragar tudo, portanto, não correria esse risco. — Por que fugiste de mim? Há algo em meu corpo? — analisou-se não encontrando anormalidades. E sim, Seonghwa era de fato a personificação da palavra "inocência".
— Claro! — respondeu a primeira pergunta. — E fugindo de você? Hahaha..., é imaginação sua! — riu por puro nervosismo.
Ao entender essa sua última fala como uma concessão, o mais alto continuou a encurtar a distância existente entre eles e, em questão de segundos, o encurralou na parede. — Seonghwa... não acha que está perto demais? — tentou, ele tentou. Ignorando-o, calmo, o Park apoiou ambas as mãos em cada um dos ombros alheio.
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Eu e um Vampiro Apaixonado (Seongjoong)
Fiksi PenggemarHongjoong só queria o local e o momento per-fei-to para confessar-se a garota por quem era perdidamente apaixonado. Contudo, coitado, nada poderia ter dado mais errado.