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Roma, Itália
As noites em Roma sempre foram banhadas por uma luz dourada e mística, que parecia envolver cada canto das ruas de pedra e dos palácios antigos, como se o brilho da lua refletisse a glória do passado. As estrelas, cintilantes e nítidas, pontilhavam o céu como pequenas jóias, e o ar estava sempre impregnado de uma brisa suave, carregando o aroma do mar distante e das flores de laranjeira que decoravam as praças. As sombras dançavam nos becos estreitos e nos arcos de pedra, criando um contraste hipnotizante entre a escuridão e o brilho reluzente que tornava Roma uma cidade viva, mesmo sob o manto da noite.
No coração da cidade, dentro de um luxuoso palácio, Alessandro Mancini, um empresário multimilionário e referência no mundo dos negócios, participava de mais uma reunião.
Ele era um homem de presença marcante, sua barba branca bem aparada destacava o tom âmbar de seus olhos, profundos e calculistas. Vestido com um terno branco impecável que contrastava com sua pele morena, Alessandro exalava um poder discreto, quase ameaçador, que fazia todos à sua volta entenderem que ele era mais do que apenas um empresário - ele era um mestre no jogo dos negócios, e estava sempre cercado por empresários ambiciosos, figuras novas e veteranas do setor, mas Alessandro sabia como aquilo sempre acabava: em algum momento, a conversa técnica e séria daria lugar a risadas despreocupadas e, como de costume, ele acabaria deixando as formalidades para que os novatos lidassem com os detalhes, enquanto ele saía para relaxar, buscar um pouco de diversão e, claro, um bom copo de uísque.
Na boate, as luzes piscavam em tons vibrantes de roxo e vermelho, refletindo no suor das dançarinas semi-nuas que se moviam no palco com uma sensualidade hipnotizante. Os homens ao redor aplaudiam e gritavam, enchendo o ar de excitação, enquanto as notas de dinheiro voavam sobre as dançarinas, que pareciam deslizar e rodopiar com a música pulsante. No meio da plateia, os olhares famintos e gestos exagerados dos homens intensificavam o clima eufórico, mas nada disso impressionava Morgan Carter.
Morgan, com seu terno preto bem ajustado, pele pálida, corpo forte e alto, se destacava entre a multidão. Seus cabelos pretos curtos moldavam seu rosto firme, e seus olhos verdes, profundos, observavam tudo com uma calma inquietante. Criada por Alessandro após a morte de sua mãe, ela conhecia aquele mundo como poucos.
Agora, como segurança pessoal de Alessandro, aquele ambiente era apenas parte da rotina. As risadas ruidosas, os olhares devoradores e o ritmo frenético de uma noite aparentemente interminável não a tocavam. Ela estava ali para garantir a segurança do empresário e, embora soubesse que aquela função a mantinha perto do único homem que considerava como família, era frustante por ter se tornado um ciclo.
Morgan observava com uma tensão disfarçada. Algo lhe dizia que o perigo estava mais perto do que parecia. Desde que um dos empresários foi expulso de um acordo por ordem de Alessandro, uma sensação de alerta constante rondava sua mente. Alessandro sabia muito bem o que o orgulho ferido e o desejo de vingança poderiam desencadear no mundo dos negócios. Ele também sabia que um homem poderoso e desprezado não ficava quieto por muito tempo.
