capítulo 2

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Lá estava eu, dirigindo rumo a cafeteria, não era muito distante da faculdade então não demorou para que eu chegasse.  Estacionei a moto e logo desembarquei, por conta do horário o local ainda não estava aberto, então apenas entrei e escutei o com do sino da porta de entrada. Percebi o silêncio, o que me fez estranhar, até que escutei o barulho de algo caindo, corri até a cozinha e vi dona Yumi caída no chão ao lado de um monte de caixas, a mulher provavelmente estava carregando coisas aleatórias novamente

— Aí meu Deus! A senhora tá bem— pergunto enquanto estendo a mão para ajudá-la a levantar

— eu sou dura na queda— A mulher levanta e logo leva a mão até a coluna reclamando de dor, suspiro e solto uma baixa risada enquanto nego com a cabeça

— o que eu já lhe disse? O trabalho pesado fica por minha conta— me abaixo e pego as caixas que estavam no chão, Yumi apenas se encosta no balcão da cozinha e suspira

— o que seria de mim sem você?- sorrir o que me faz retribuir e logo deixar as caixas em cima da mesa de madeira que havia ali

— vamos arrumar está bagunça logo, temos que abrir mais tarde né?

A mulher apenas afirma e começamos a faxina no local. Lavei as louças e as guardei no armário de madeira escura que havia ali, enquanto isso a mulher cozinhava para deixar tudo pronto. Depois que finalizamos, decidimos almoçar, Yumi serviu comida em um prato para mim e eu logo me sentei a mesa e comecei a saborear a deliciosa refeição, uma refeição com puro gosto de comida de vó, me trazia alguma boas lembranças.

— já falei que amo sua comida?— pergunto enquanto levo outra colherada até a boca

— não vou lhe dar um aumento— avisa enquanto rir

— não custa tentar, não é mesmo- rio anasalado e logo me calo e volto a comer em silêncio

Ficamos ali, apenas comendo e aproveitando a presença uma da outra, estava um clima excepcionalmente agradável, eu amava esses momentos com Yumi, Trabalhar com ela me trazia uma paz genuína, algo inexplicável, um sentimento de leveza.

— então, como vai a vida? Algum namoradinho novo?- a pergunta me lembra o jeito daquelas tias do churrasco de dormingo

— não, não quero também, acho que ainda não estou pronta para um relacionamento, vou apenas me divertir, ainda tenho a vida toda pela frente, penso em romance quando estiver lá com meus 50 anos de idade— digo rindo o que faz a mulher rir também

— acho que deve aproveitar a juventude, futuramente você só vai saber se preocupar com trabalho, dividas, aí vai ver que deveria ter aproveitado a vida quando tinha tempo, ouça o que eu digo— dava de se perceber o cansaço da mais velha

— mas agora você pode descansar, eu estou aqui— bato no meu peito de forma orgulhosa, fazendo a mulher sorrir

Depois de um tempo finalizamos o almoço, eu me ofereci para lavar as louças, enquanto isso a mulher foi para o salão da cafeteria arrumar as coisas. Como não havia muitas louças acabei rápido e logo sequei minhas mãos. Não demorou para escutar a voz de Yumi me chamando em alto e bom som

— Sn! Tem dois rapazes atrás de você— grita me fazendo arquear as sobrancelhas, quem será que estava a minha procura?

Fui até a porta principal e vejo Mikey e Draken sentados em uma mesa enquanto conversavam e observavam o ambiente ao redor, sinceramente, como eles me acharam aqui? Tinha algum rastreador em mim? Ou algo do tipo?

— vocês por aqui? O que querem?- pergunto parando em frente a mesa em que eles estavam e logo cruzo meus braços em frente ao corpo

— precisamos conversar— Mikey diz de forma séria me fazendo arrepiar por conta do tom de voz meio rouco

— ok, mas antes, como sabiam que eu estava aqui?- arqueio as sobrancelhas, não lembro de ter citado onde se localizava o meu trabalho

— Isamu disse que estaria aqui— bufo "Isamu, você me paga" penso e logo olho para eles

— então, o que querem conversar?- me sento em uma cadeira de frente para Mikey

— dois de nossos capitãs foram atacados essa amanhã, e parece que alguns dos seus também...— isso me fez perceber o motivo da falta repentina de Miyuki, Sou a comandante daquela merda mas não me avisam nada

— sabe quem foram os responsáveis?

— ainda não, mas disseram que quem os atacou usavam um uniforme, não era das gangues locais— Draken quebra o silêncio em que estava agora a pouco me fazendo pensar. Não houve boatos de gangues desconhecidas rondando a área, seja o que for, surgiu completamente do nada

— ok, mas o que fez virem a minha procura?- já estava estranhando, aliás, mesmo conseguindo ter uma conversa civilizada, nunca havíamos nos dado muito bem, vamos se dizer que era uma amizade de Ódio e tolerância, para não se dizer que nos odiamos

— eu proponho uma trégua, precisamos de ajuda, não sabemos quem está atacando os capitãs da divisão— Mikey pronuncia me deixando pensativa

— uma trégua? Vou pensar. Apareçam na reunião de hoje a noite lá no galpão, não se preocupem, não vamos atacar ninguém— sorrio de forma travessa, se bem que não seria uma má ideia atacar eles, mas não, trégua né?

— não sei se devo confiar em você, você não me passa segurança— o loiro me analisa de cima a baixo me fazendo rir

— aliás, vão ficar aqui ou vão pedir alguma coisa?— pergunto cruzando os braços

— só pela sua consideração de ter vindo falar comigo sem querer me matar, eu vou querer algo doce— Mikey sorrir

— come açúcar então— solto uma pequena risada e logo me levanto — e você poste?— pergunto para Draken

— quero só um café mesmo— sinceramente Draken parecia um idoso de 70 anos de idade sem a mínima vontade de viver

Afirmei e logo fui em busca dos pedidos dele, servi o café em uma xícara para Draken e como Mikey não específicou o doce, eu apenas peguei uma fatia de torta e voltei para a mesa deles. Coloquei os pedidos sobre a mesa e logo os encarei de forma autoritária e lasciva

— lembrando que não é de graça— pisco e logo saio pois o local já havia aberto, então eu teria que atender outro clientes, o expediente estava apenas começando

━━ WHITE ROSES, MANJIRO SANOOnde histórias criam vida. Descubra agora