Capítulo IV - A Marca

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—Nós vamos passar a noite aqui, mas amanhã, assim que o sol nascer, eu quero que você traga a porra do meu cavalo — A raposa dizia irritada para alguém do outro lado da linha enquanto segurava uma espécie de rádio portátil em uma das mãos

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—Nós vamos passar a noite aqui, mas amanhã, assim que o sol nascer, eu quero que você traga a porra do meu cavalo — A raposa dizia irritada para alguém do outro lado da linha enquanto segurava uma espécie de rádio portátil em uma das mãos

Connan assistia a cena encolhido em um canto próximo, logo abaixo de uma árvore. Estava com medo, nervoso e inquieto. A presença da raposa lhe causava isso

Não por ser uma Mulher, mas por ser "Ela"...

Ela estava bem ali, na sua frente, e parecia muito irritada. A ferida causada  pela pressão da faca em seu pescoço ainda ardia como um pequeno lembrete do que ela era capaz.

Ela a quem ele nunca imaginou que um dia poderia sequer se aproximar novamente, mas agora a sensação do seu corpo prendendo-o ao chão queimava em memória viva em sua pele...

"Ela"

A mulher que vêm o assombrando todas as noites por anos...

— Pare de me encarar, ou eu vou arrancar os seus olhos — A raposa se aproximou jogando alguns galhos secos no chão

Connan imediatamente despertou de seus pensamentos, mal percebendo o que tinha feito

5 minutos inteiros...
E ele nem sequer piscou...

— Vamos ficar aqui essa noite — comunicou enquanto começava  preparar a fogueira — Se você tentar qualquer gracinha, pode ter certeza que eu vou estourar a sua cabeça de merda  sem hesitar — Disse por fim acendendo o fogo e logo em seguida se encostando na árvore à frente

Connan engoliu em seco. Ele sabia que ela não estava mentindo. Aquela mulher não era humana...

— Você entendeu? — engatilhou a arma e colocou apoiada sobre o joelho.

As sobrancelhas de Ayla franziram diante do silêncio do escravo

— Toda vez que eu te fizer uma pergunta, eu quero ouvir uma resposta, e definitivamente eu odeio ter que repetir as coisas — Apontou o cano na direção do homem — Essa é a última vez que eu vou relevar um ato de insubordinação seu. Você entendeu? — Enfatizou em ameaça

— S-sim...—  Connan respondeu com receio

— Sim o que? —

— Sim, eu entendi...— Repetiu em tom baixo

A raposa não era alguém a quem ele podia desafiar, o rapaz já tinha entendido isso. Aquela mulher... não hesitaria em atirar na sua cabeça. Por enquanto, o melhor era fingir obediência até que surgisse uma nova oportunidade para fugir, Connan pensou.

Depois disso, horas inteiras se passaram. O silêncio e a escuridão sufocante da Mata dominavam sobre todas as coisas, sendo rompidos apenas pela luz e o baixo crepitar do fogo,  que logo em breve acabaria. A Raposa permaneceu atenta como uma verdadeira predadora vigiando sua presa. Seus olhos não deixaram um segundo sequer de mirar o escravo rebelde à sua frente.

Nas Garras da RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora