A TARGARYEN, Aemond Targaryen

CAPÍTULO 4

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CAPÍTULO 4

Enquanto Aeryn vagava pelas cidades, um pensamento persistente a acompanhava: ela sabia que seu pai era Daemon Targaryen. Sua mãe havia confidenciado isso a ela anos antes, em um sussurro cheio de dor. Mas as perguntas sobre por que seu avô havia machucado sua mãe por causa dela a atormentavam.

Em uma noite, enquanto se aquecia ao redor de uma fogueira improvisada, Aeryn olhou para Nox e deixou as emoções fluírem. "Eu sempre soube quem era meu pai. Mas meu avô... por que ele machucou minha mãe? O que poderia levá-lo a fazer algo tão cruel, apenas porque eu nasci?"

Nox pousou ao seu lado, seus olhos negros refletindo as chamas. Às vezes, o amor é envolto em sombras. O orgulho dos Targaryen é intenso, e o que pode parecer um ato de proteção pode se transformar em algo terrível.

"Mas ele era um lord! Ele tinha poder! Por que não lutou por ela? Por que não me aceitou?" Aeryn exclamou, seu coração apertando ao pensar na dor de sua mãe.

Os laços de sangue podem ser complicados. O seu avô pode ter visto sua mãe como uma ameaça à sua linhagem, e não como uma filha, Nox respondeu, tentando oferecer um conforto que ainda não a satisfazia completamente.

"Se ele realmente se preocupava com ela, por que não a protegeu? Por que não me procurou?" Aeryn disse, a frustração transparecendo em sua voz.

Às vezes, as decisões tomadas em nome da honra são as mais destrutivas. Seu avô pode ter sentido que suas ações eram necessárias para preservar o que ele considerava um legado, Nox refletiu, suas palavras cheias de uma sabedoria amarga.

Aeryn suspirou, sentindo o peso da verdade sobre seus ombros. "Eu não quero ser apenas uma bastarda; quero saber quem sou e por que as escolhas do meu avô nos afetaram tanto. Como posso me libertar desse passado?"

Você tem o poder de moldar sua própria história, Aeryn. Enfrentar a verdade é o primeiro passo para a liberdade, Nox encorajou, sua presença reconfortante.

Com a determinação crescendo dentro dela, decidiu que precisava de respostas, não apenas sobre seu pai, mas sobre sua mãe também. "Vou procurar mais histórias, mais verdades. Não posso me deixar consumir pela dor da incerteza. É hora de confrontar o que meu passado realmente significa."

Isso mesmo. A busca pela verdade é um caminho que poucos se atrevem a trilhar, mas você tem a coragem necessária,  Nox disse, encorajando-a.

Enquanto as chamas dançavam sob o céu estrelado, fechou os olhos por um momento, lembrando-se de sua mãe. Ela não queria que a história deles fosse definida por tragédias, mas por amor e resiliência.

"Se Daemon Targaryen tiver algo a dizer, vou encontrá-lo. E se ele não se importou, se não lutou, então terei que fazer isso por mim mesma e pela memória da minha mãe," declarou, sua voz firme.

Com um novo propósito, continuou sua jornada, determinada a desenterrar os segredos que moldavam sua identidade. Cada cidade que visitava, cada história que ouvia, a levava mais perto de entender não apenas o que aconteceu com sua mãe, mas também quem ela mesma poderia se tornar. O passado poderia ser sombrio, mas ela estava disposta a acender a chama da verdade e encontrar seu próprio caminho.

Mais tarde...

Ela seguiu sua jornada, passando de cidade em cidade, com cada passo revelando novas verdades e sussurros que a cercavam como sombras. Em uma vila pequena, onde as paredes eram adornadas com a poeira do passado, ela ouviu conversas furtivas nas esquinas, o nome de sua mãe frequentemente mencionado em murmúrios.

Ela mal conseguia acreditar no que ouvia. O peso daquelas palavras pesava sobre seus ombros como uma armadura de ferro. Aproximou-se um pouco mais, decidida a capturar cada fragmento daquela história. O homem continuou, inconsciente da audiência.

"É uma tragédia que ecoa nas paredes deste lugar. O avô sempre teve medo de perder o poder, e sua mãe... bem, ela foi vista como uma ameaça. Ninguém pode esquecer como a família real lida com traidores."

As palavras dele a atingiram como um soco no estômago. Sua mãe, uma mulher corajosa, cujo amor por dragões e pela liberdade a havia levado a um destino trágico. E agora ela, a filha, era a bastarda envolta em uma teia de mentiras e medos.

A realidade a envolvia como uma névoa densa, e cada palavra que ouvia a fazia sentir-se mais presa àquela herança sombria. Ela respirou fundo, tentando acalmar a tempestade de emoções que a dominava. Sabia que precisava saber mais. 

"O que aconteceu com ela? Como tudo terminou?" sua voz saiu mais suave, quase um sussurro, se intrometendo na conversa.

O homem hesitou, o olhar desconfortável, mas a mulher idosa não hesitou. "Ela foi levada para a fortaleza, e lá, diante do próprio pai, pagou o preço por seu amor por um dragão e por sua ambição. Os Targaryen nunca foram perdoados por fraquezas. Ele a considerou uma traidora e a condenou ao silêncio eterno."

Um frio percorreu sua espinha. Condenada ao silêncio. A ideia de que a história de sua mãe poderia ter sido apagada do mundo a enchia de uma fúria renovada.