Nut respirou fundo, tentando manter a calma diante do olhar de pura dor e raiva de Spy. O impacto da acusação fez seu coração apertar, mas ele sabia que havia mais a dizer. Precisava finalmente soltar o que guardava há tanto tempo.
— Spy... — Nut começou, tentando conter a voz trêmula.
— Você sempre foi bom o suficiente. Mas... não era só isso que eu precisava.Spy o interrompeu, seu rosto vermelho e os olhos marejados.
— Então por que o meu melhor amigo, Nut? — gritou ele.
— Você poderia ter me contado, ter me falado o que queria! E ao invés disso... eu tenho que descobrir assim, te vendo beijar o Ping?!
Nut baixou o olhar por um instante, envergonhado, mas em seguida, reuniu forças e respondeu:— Eu tentei te contar várias vezes! Mas você nunca quis ouvir! —
Ele levantou a cabeça, a frustração finalmente escapando.
— Eu sempre tentei me abrir, Spy. Eu precisava de alguém que... que realmente me visse, que entendesse quem eu sou, e você só via o que queria ver.
Ping, que estava em silêncio, ainda em choque, tentou sair de fininho, mas Nut o segurou pelo braço.— Fique, Ping.
Você é parte disso também — disse Nut, quase suplicante, mas firme.
Ele virou para Spy e continuou. — Eu não escolhi me sentir assim. Eu não planejei nada disso. Mas toda vez que eu me via tentando me aproximar de você, de verdade, você estava sempre ocupado demais com o que queria mostrar para os outros.
Com o que éramos por fora, não pelo que éramos de verdade.
— Tá vendo? — respondeu Spy, ainda magoado e tremendo de raiva.
— É ele que você prefere, né? Como sempre... Eu só queria entender, Nut. Só queria saber por que eu não era o suficiente.Nut suspirou profundamente, reunindo as últimas palavras que estavam presas em sua garganta.
— Não é sobre preferência, Spy. Não é sobre ser bom ou ruim. Você sempre foi incrível para mim, mas eu queria me sentir... completo. Com você, eu não podia ser eu mesmo.
Com Ping, eu sentia que podia me libertar, que podia ser quem eu sou de verdade.O silêncio que se seguiu foi pesado e doloroso, e cada palavra parecia ressoar nos três.
— Vocês me traíram.
— Spy murmurou, com uma voz baixa e cheia de angústia.
— Eu confiei em vocês, nos dois... Ping, finalmente quebrando o silêncio, disse em um sussurro:— Sinto muito, Spy. Nunca foi minha intenção... Mas Spy já havia se virado, o coração partido visível em cada passo enquanto ele se afastava, deixando Nut e Ping para trás com a dor de suas escolhas.
Pon estava passando pelo corredor quando ouviu fragmentos da discussão, mas não queria se envolver. Ele estava prestes a seguir em frente quando ouviu a voz de Spy chamando-o, com aquele apelido antigo e carinhoso que só Spy usava.
— Pom Pom?
— Spy chamou, quase num sussurro, e Pon parou, surpreso.— Hm? Chamou?
— Pon virou-se devagar, tentando disfarçar o quanto estava surpreso por ver Spy ali, com o olhar visivelmente abalado.
— Cheguei agora. Estava te procurando, na verdade. Você não parece bem...Spy respirou fundo, a expressão revelando o turbilhão de emoções que ele tentava segurar. Sem dizer uma palavra, ele deu um pequeno passo em direção a Pon, parecendo hesitar antes de falar.
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O backstage da Love Journey (PoohPavel Charlie Babe )
FanfictionNos bastidores da agitada turnê "Love's Journey" da série Tailandesa Pit Babe, as coisas estão longe de serem perfeitas. Enquanto os ensaios estão a todo vapor, um acidente inesperado coloca tudo em risco. Pooh, um dos atores sofre um terrível con...