𝐜𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐬𝐞𝐢𝐬

328 81 146
                                    

CECÍLIA CAMPELO ↬em "violão e conversa que doí o coração"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

CECÍLIA CAMPELO
em "violão e conversa que doí o coração"

Eu tava olhando a palmeira refletida na água da piscina de casa enquanto tocava qualquer melodia no violão. Sempre fui apaixonada por água. Seja na piscina, no mar, na cachoeira, tanto faz. Eu poderia passar horas só observando os reflexos na água. E é isso que eu tô fazendo agora, já que já deve ter quase uma hora que tô aqui fora, olhando pra piscina e tocando violão, curtindo o restinho do meu domingo.

– Vai passar o dia todo aí, filhota? – minha mãe perguntou, se sentando do meu lado no sofá.

– Se eu pudesse... – respondi, ainda dedilhando o violão e deixando a melodia fluir.

– Você devia conversar com ela – ela soltou do nada.

Eu sei que deveria, mas não sei se quero. Livre-arbítrio, né? Só que infelizmente eu puxei essa teimosia da mulher na minha frente, então meu silêncio não foi bem recebido.

– Quanto antes, melhor, meu bem – disse, com a voz quase num sussurro. – Não esquece que vocês são melhores amigas, apesar de tudo isso aí – ela disse, apontando pro meu peito, pro meu coração. – A Jhúju vai entender que você ficou chateada por ela ter te deixado de lado. E você sabe que uma conversa resolve. – falou, me abraçando.

Minha mãe nem sempre me entende, mas que ela sempre me apoia e conforta é fato. É bom saber que eu sempre vou ter onde me acolher.

– Mãe te ama, viu? E vou estar aqui pra você, sempre – ela disse, me apertando mais, e eu sorri no meio do abraço dela. – Mas tenta conversar com a Jhúju, você sabe que é o certo... – É, eu sei. – Vou fazer um carbonara, pode ser? – perguntou, se levantando e apertando meu nariz de leve.

– Cê me conhece tão bem – eu disse, sorrindo, e ela me mandou um beijinho.

Eu amo essa mulher.

Continuei olhando a vista e comecei a tocar Lisboa no violão, sussurrando a letra baixinho.

Não sei quem inventou a música, mas tenho uma gratidão imensa por essa pessoa. Queria viver com uma caixinha de som na cabeça, 24 horas por dia. A música e a arte são, pra mim, a melhor maneira de me expressar, mostram pelo menos um pouquinho da minha alma.

Eu vejo você longe e quero você perto... fica na minha sombra, eu posso ser teu rastro... – Eu sussurrava a letra, mas fui interrompida pelo toque do meu celular.

- Jhú💘-

Que tipo de dívida de jogo é essa?

Fiquei olhando pra tela, pensando nas mil possibilidades de conversa caso eu atendesse. Com certeza ela ia brigar comigo, já que não respondo desde sexta à noite... Só que tô tão chateada e estressada que, se atender, vou acabar entregando tudo que sinto. Aproximei o dedo do botão de atender, mas a ligação caiu antes que eu conseguisse.

𝐨𝐮𝐭𝐫𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚'- ʳᵃʸˢˢᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora