Nesse aqui, Claire é minha preferida, vcs já tem opinião?
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Eu não vi nada. Pela primeira vez no último ano, era como se meu poder estivesse adormecido, por mais que eu ainda sentisse visões soldando minha mente, só esperando uma distração minha para mostrar algo terrível, desde que havia chegado na cabana, isso parecia ter se acalmado.
Quando começamos a entoar o cântico, senti o perigo no meu âmago, tão forte que não consegui dizer antes que Lexie também notasse, tentei acessar meu poder latente, mas foi impossível, quando percebi, já estava sendo arrastada para lavabo, meu corpo não tocou na pia ou no box estreito, era como se aquela porta fosse a entrada de um limbo.
A porta fechou e agora estou aqui, sentada no chão abraçando meus joelhos, mas não estou mais naquele banheiro, sei disso porque aqui não há nenhum sabonete de mãos com cheiro de pinho, mas há um balde e vassouras, assim como uma máquina de fliperama de um jogo chamado Out Road e uma folha escrito "fora de serviço".
Astoth foi cruel me colocando nas garras de um palhaço assassino com piercings no pau, mas isso, não parece uma de suas gracinhas. É cruel.
Minha atenção é bruscamente atraída por um grito distante, poderia ser raiva, mas estranhamente há dor no meio disso, um pesar. E eu reconheço a voz.
— Sam?
Eu chamo por ela, mas o grito foi muito distante para que ela me escutasse daqui. Pensar na minha amiga lá fora, me dá coragem para sair.
Lentamente me levanto e giro a maçaneta, a madeira escorrega devagar para fora, mostrando o que eu mais temia, o interior do fliperama onde fiquei presa quando era criança, as mesmas cores, o mesmo corredor.
Começo a andar entre os jogos, tudo parece calmo e silencioso como na primeira vez, mas estou ansiosa para sair. Alcanço a porta em algum tempo e tento desesperadamente abrir, girar a maçaneta e sair desse lugar, não me surpreende que esteja trancada.
Se for uma cópia daquele momento, eu ainda não estou sozinha, tinha alguém aqui, o funcionário que eu vi saindo.
"Round One, Figth"
Ouço a voz da máquina vindo do fundo do fliperama, calmamente me viro em sua direção e vejo uma iluminação azulada bem no final do terceiro corredor.
— Olá?
Com mais cautela do que eu gostaria, caminho na direção da luz.
— Eu acabei ficando depois do horário, será que você pode abrir a porta pra mim?
Eu viro no corredor, esperando ver o uniforme branco com listras pretas na vertical, mas tudo o que eu vejo é uma sombra negra, subindo atrás da máquina de fliperama ligada, dou um passo para trás e depois outro, antes de finalmente conseguir correr na direção oposta.
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Amaldiçoadas Volume II
ParanormalNo ano passado, elas se entregaram ao pesadelo de suas vidas, mas agora, elas precisam se proteger de algo mais perigoso