Capítulo 2: A cripta

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Rio e Nicholas chegaram até a cripta, imponente e enigmática, com sua porta de pedra gravada com símbolos antigos. A aura sombria ao redor parecia quase viva, testando a determinação dos dois. Rio olhou para a entrada, tocando a pedra, mas, como Morte, nada aconteceu. Ela franziu a testa, desconfiada.

— Eu pensei que, como Morte, você pudesse abrir qualquer coisa que tivesse ligação com almas.  — disse Nicholas, com um sorriso de escárnio, observando Rio tentar sem sucesso.

— Nem tudo é tão simples, garoto — respondeu Rio, os olhos fixos na inscrição em sânscrito que cobria a pedra. — Há algo aqui que exige mais do que apenas poder. Vamos ver.

Nicholas se aproximou da inscrição, seus olhos vasculhando os símbolos antigos. Ele se inclinou para a frente, tentando entender o que estava escrito.

— "Somente o sangue humano pode abrir esta cripta" — leu ele, em voz baixa.

Rio soltou uma risada seca, seus olhos desafiando o desafio.

— Parece que o trabalho sujo é seu, Nicholas — disse ela, retirando uma adaga da sua cintura e entregando-a para ele. — Tome cuidado. Não sei o que a cripta faz com quem não tem as intenções certas.

Nicholas pegou a lâmina, sem hesitar, cortou sua mão. O sangue escorreu rapidamente e tocou o chão. Assim que o líquido vermelho tocou a terra, a porta da cripta se moveu, emitindo um som grave e profundo, revelando uma abertura que antes parecia impossível.

— Isso foi fácil demais — comentou Rio, um tanto cética. — Achei que seria mais complicado.

Antes que ela pudesse pensar mais sobre isso, uma luz ofuscante surgiu da cripta, acompanhada de um vento forte que os envolveu, arrancando-os do chão e os puxando para dentro. A porta se fechou atrás deles com um estrondo, e eles se viram levados para longe, sem saber exatamente para onde iam.

Quando a luz finalmente se dissipou, eles estavam em um lugar estranho, longe de tudo o que conheciam. O ar era pesado, o ambiente sombrio e silencioso, como se estivessem em uma dimensão totalmente diferente.

— O que... o que é isso? — Nicholas perguntou, ainda tentando se ajustar ao novo ambiente.

— Minha casa. O mundo dos mortos — respondeu Rio, com um tom de familiaridade, mas seus olhos mostravam preocupação. Ela olhou ao redor, absorvendo o que o lugar tinha a oferecer. — A cripta mandou a gente até aqui. 

Nicholas a olhou, confuso. Ele sabia que algo estava errado, mas não conseguia entender o todo.

— Mas... por que ? — perguntou, os olhos estreitando-se em busca de respostas.

Rio soltou um riso baixo, seu sarcasmo de sempre em destaque.

— Wanda. Sem ela não adiantava estarmos la. — Ela deu risada novamente enquanto dava passos cantarolando.— Todo mundo pergunta se a bruxinha vermelha ainda está viva, não é? Para onde ela havia ido apos os estalos daquele louco. — Rio balançou a cabeça com riso ao lembrar se de thanos. — O que eu tinha na cabeça naquela época?  Bom, a cripta sentiu que, sem ela, não poderíamos fazer nada. Parece que temos que encontrá-la para seguir em frente.

Ela deu um passo à frente, olhando para o vazio à sua frente. O que quer que fosse, o lugar estava impondo suas próprias regras.

— Vamos — disse Rio, com determinação. — Não temos tempo a perder.

Eles começaram a caminhar, com o som de seus passos abafados pela neve e pela solidão do ambiente. O silêncio logo foi quebrado por gritos distantes, ecos de almas perdidas vagando pelo vazio eterno.

O Beijo  Da Morte - AgatharioOnde histórias criam vida. Descubra agora