Enquanto caminhavam pelo mundo dos mortos, Wanda, Rio e Nicholas enfrentavam pequenas provações. A cada passo, o ambiente se tornava mais hostil e estranho, como se o próprio mundo estivesse se adaptando à presença deles. Sussurros de almas perdidas ecoavam em torno deles, como se cobrassem algo que os três ainda não haviam pago. Em um ponto, a trilha desapareceu, e eles tiveram que atravessar um campo de névoa espessa que sugava sua energia a cada passo.
Nicholas tropeçava com frequência, o rosto cada vez mais pálido, a respiração entrecortada. A princípio, ele tentou se manter firme, mas a pressão e o frio do mundo dos mortos o atingiam com força.
— Está tudo bem, Nick? — perguntou Wanda, notando sua dificuldade.
Ele assentiu, mas estava claro que suas forças se esgotavam rapidamente. Rio, que até então mantinha a postura dura e indiferente, não conseguiu mais esconder a preocupação.
— Você não vai durar muito mais tempo aqui — disse ela, a voz seca, mas chegando perto do filho e beijando a cabeça dele. E voltou a andar. E logo Wanda se aproximou dela.
— Como ? —Wanda perguntou e Rio a encarou esperando o resto da pergunta.— sem magia?
— Ah o garoto? — Rio deu de desintendida. — Foi gerado do meu amor por ela. Ele nasceu do amor. Porém eu sou a morte. E a minha sogrinha ajudou com a praga então ele nasceria morto. E ela disse que se eu levasse ele, nunca me perdoaria e iria me odiar. Então eu dei tempo. E quando ele fez sete eu levei ele, porque eu não podia dar mais tempo. — Rio deu risada. — Mas dai ela me odiou do mesmo jeito.
Wanda observou Rio por um instante, assimilando o peso do que ela havia acabado de dizer. Havia algo sombrio e triste nos olhos de Rio, algo que desafiava a dureza de suas palavras.
— Sei que você fez o que achava melhor. Mais amar um filho por anos e perder eles é devastador.— Wanda falou. E claro que aquela fala tinha haver muito com ela.— Ela ia te odiar de qualquer jeito.
— Sim. E acho que fui egoísta. Eu tirei ele dela.— Rio falou olhando Nicholas.— Quebrei as regras fazendo ele virar um comensal para ter ele comigo. Quebrei as regras dnovo para que ele tivesse a evolução de ter sua aparência de dezesseis. E novamente estou quebrando as regras deixando ele usar uma runa e voltar a ser humano. Ou seja eu deixei ele morto voltar a vida. E agora eu quero trazer a Agatha de volta. E eu sei que se der certo. Ela vai me odiar pelos séculos que eu tive o Nick comigo e ela não teve. E também vai me odiar porque eu não fiz ele voltar antes.
— Você fala como se fosse fácil, — disse Wanda, a voz baixa, mas firme. — Como se só a Agatha tivesse sofrido. Você carrega uma culpa grande.
Rio soltou uma risada seca, sem humor.
— Culpa? Isso eu deixo para os vivos. Aqui... é só um fato. Eu sou a morte, Wanda. Levar ele era o meu dever, o que paguei por isso era inevitável. — Ela olhou para frente, o olhar perdido na névoa.
— Agatha devia entender que você também perdeu um filho.
— Mas dizer isso para uma mãe... é como pedir que ela entenda o que nenhuma mãe deveria ter que entender.
— Você realmente ama a Harknesse ?
— Eu estou aqui quebrando regras outra vez por conta dela. Ninguem nunca teve esse tratamento especial.
—Ela? Agatha... Ela soube disso?
Rio ficou em silêncio por um momento, o rosto endurecido.
— Se soube, nunca admitiu. E nunca me perdoou. Acho que preferia me odiar. É mais fácil odiar a morte do que aceitar que ela faz parte de tudo, inclusive do amor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Beijo Da Morte - Agathario
FanfictionApos um beijo que selou o destino de Agatha, Rio Vidal mergulha em um abismo de dor e desespero. Sim a morte, estava consumida pela perda, ela libera seu poder em um ato de fúria, causando um desastre natural devastador. Em meio à tempestade emocion...