Capítulo 8

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"A dor é o preço que pagamos por viver plenamente."
- Anonymous

▌Raízes da Dor▌

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▌Raízes da Dor▌

Com um silêncio que parecia mais denso que o próprio ar, ruiva, conhecida por sua frieza sobrenatural, observava Nova Orleans de uma das vielas mais escuras. Era uma noite sem lua, perfeita para os tipos de encontros que preferia. Era outra coisa, algo mais sombrio e enraizado, uma mistura estranha de curiosidade e possessão.

Ela sentia o elo com Amaris, a ligação que vinha do sangue compartilhado, havia ternura em seu coração mas também uma necessidade fria e implacável. Amaris era uma herança, um reflexo distorcido do que ela mesma poderia ter sido. E, acima de tudo, Amaris representava um vínculo muito mais profundo do que qualquer um poderia entender

Enquanto ela se movia pelas ruas, os moradores recuavam instintivamente, como se sentissem a presença de algo além do humano. Ela ignorava todos, focada, como uma predadora que rastreia sua presa. O ar ao redor dela parecia ficar mais frio, e sua indiferença para com o mundo mortal era assustadora. Seus olhos vermelhos, como brasas frias, buscavam um único ponto de luz em meio às trevas que habitava: Amaris.

Finalmente, a mulher chegou ao Hotel Red, o último lugar onde sentiu o rastro da sobrinha. Em algum lugar lá dentro, a pequena abominação esperava. Sua voz era apenas um sussurro, mas carregava uma determinação inquebrável: -Você não pode fugir de mim, Amaris. Ninguém pode.

Quando entrou, um leve sorriso curvou os lábios da mulher. Ela sabia que, para Amaris, isso não seria um reencontro feliz.

No lobby do hotel, ela deslizou entre as sombras como se fosse parte delas. Ninguém a viu, mas todos sentiram algo inquietante, uma pressão silenciosa, pesada, que fazia o ar parecer espesso e ameaçador. A mulher não precisava de olhos mortais sobre ela; seu poder residia na quietude do medo, na ausência de qualquer humanidade em sua presença.

Seus passos eram lentos, ela não tinha pressa, como um predador predando sua presa

Aproximando-se do elevador, ela parou por um instante, sentindo o ar ao seu redor. Um vestígio fraco, mas claro, a chamava do andar superior. Amaris estava lá, talvez já se questionando sobre essa sombra desconhecida que pairava sobre ela, talvez sentindo que a noite trazia algo muito mais sombrio do que qualquer fantasma de seu passado.

Quando chegou ao corredor do andar de Amaris, seus passos eram silenciosos, mas cada um parecia ecoar nas paredes vazias, como um tamborilar lento e fúnebre. Ela finalmente parou em frente à porta do quarto da sobrinha. Sua mão pairou por um instante sobre a madeira fria, quase como um toque maternal... mas não havia nada de maternal em seus olhos. Apenas uma fixação impiedosa.

Ela não bateu. Em vez disso, deixou a energia de sua presença se infiltrar pelo espaço. Ela sabia que Amaris sentiria. Sabia que o instinto da jovem reconheceria a ameaça, mesmo antes de ver seu rosto. Mas a assassina ruiva não estava ali para ser uma ameaça. Não hoje. Hoje, ela queria algo diferente. A curiosidade distorcida a impelia a vê-la, a estudá-la, a descobrir até que ponto a sangue do seu sangue conseguia suportar seu toque de gelo.

𝐒𝐘𝐌𝐏𝐇𝐎𝐍𝐘 𝐎𝐅 𝐂𝐇𝐀𝐎𝐒 •𝐻𝑜𝑝𝑒 𝑀𝑖𝑘𝑎𝑒𝑙𝑠𝑜𝑛Where stories live. Discover now