Rendição

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Simone Owen's Point of View.

O rolls royce phantom passou pelos enormes portões de minha casa lentamente, sendo devidamente revistado pelos seguranças na portaria. Jonathan repousou a mão sobre minha coxa em um carinho suave. Eu encarei seu rosto que, carregava um sorriso cansado. O homem me fitou, antes de bocejar pela quarta vez em menos de dez minutos. Eu sorri para ele, antes de voltar meus olhos para a mulher que estava sentada do outro lado. Rebeca não me olhava nos olhos. Provavelmente nervosa demais pela situação. E eu não estava diferente, afinal, aquela era a primeira vez que eu dopava Jonathan. Aquela era a primeira vez que eu o trairia dentro de nossa própria casa.

– Chegamos. – O homem falou.

Carlos rapidamente se aproximou da porta, abrindo para que pudéssemos sair. Jonathan saiu do carro, e gentilmente estendeu a mão para mim, e logo depois para Rebeca. Subimos as escadas em direção a porta de entrada. Em um completo silencio.

– Finalmente, estava exausto. – disse ele, enquanto desabotoava seu blazer.

– Eu acho que já vou. – Rebeca comentou.

Me virei de frente para ela, que também recebeu um olhar de Jonathan.

– Não mesmo. Você fica.

Os olhos castanhos da agente se fixaram nos meus por uma pequena fração de segundos, e logo desviaram.

– Está tarde, agente Andrade. Fique, amanhã de manhã bem cedo mando levar você em casa. – Meu marido falou calmamente.

– Mas...

– Sem, mas, querida. Eu vou levar você até o quarto de hospedes.

– Faça isso, meu bem. E depois venha para o quarto comigo. – Falou em meio a um bocejo.

– Pode deixar, meu bem.

Me aproximei de Jonathan, depositando um beijo rápido nos lábios de meu marido que sorriu. Eu daria tudo para ver a cara de Rebeca agora, ou ao menos saber o que estava se passando em sua cabeça.

– Boa noite, agente Andrade. – disse ele antes de subir a escada para o segundo andar.

– Boa noite, Sr. Owens.

Assim que Jonathan sumiu no alto das escadarias, eu voltei minha atenção para Rebeca. Ficamos uma de frente para a outra, sem falar absolutamente nada. O clima parecia estar pesado e intenso.

– Vou lhe mostrar seu quarto.

– Eu vou embora.

Rebeca falou se afastando.

– Você não vai. – Segurei em seu braço rapidamente, fazendo seu corpo parar.

– Vou.

– Tem tanto medo de mim assim, agente Andrade?

Rebeca virou seu corpo novamente em minha direção. Ela tinha as sobrancelhas unidas, com o cenho franzido.

– Eu não tenho medo de você, Simone. – Sua voz soou rouca, sexy.

– Ótimo, então fique.

Rebeca suspirou, ainda com o olhar fixo em mim. Eu não ousei desviar, eu mostraria que estava firme ali.

– Tudo bem, Sra. Owens.

Abri um sorriso de canto, mas nada falei. Apenas dei as costas para a mulher e, caminhei em direção a um dos corredores. Rebeca prontamente se movimentou, e caminhou atrás de mim. Havia dois quartos de hospedes naquela casa. Um ficava no segundo andar, bem ao lado do meu quarto com Jonathan, e outro no andar de baixo. Rebeca ficaria nele.

Xeque Mate - REBILESOnde histórias criam vida. Descubra agora